sexta-feira, 25 de julho de 2014

Britânico relata tratamento para cura gay a que foi submetido nos anos 70

Nos anos 70, o sistema público de saúde do Reino Unido (nhs - National Health Service) recorria a um tratamento de "cura gay" à base de choques elétricos. Um britânico, que tem hoje 69 anos, foi uma das vítimas desse experimento. Findo o tratamento, John (nome fictício) acabou se casando com uma mulher. Hoje, porém, apesar da grande amizade que nutre pela mulher, ele se ressente de nunca ter vivido um relacionamento "de verdade". "Vou passar por esta vida sem nunca ter tido um relacionamento completo com um ser humano", afirmou. "Agora é tarde demais." A terapia que prometia a cura da homossexualidade se baseava na aversão. Fotos de homens e de mulheres eram mostradas para o paciente. Quando demonstrava interesse pela imagem de um homem, ele levava um choque. Quando rejeitava as imagens masculinas, não recebia os choques. "Era um condicionamento", disse John à BBC. “Vou passar por esta vida sem nunca ter vivido um relacionamento completo com um ser humano. Agora é tarde demais." Ele conta que ficou decepcionado porque o "tratamento" lhe deu falsas esperanças de que poderia viver um casamento heterossexual. Anos depois, afirma, percebeu que aquilo nunca funcionaria e que tudo havia sido "um fracasso". Ele disse que tem uma "amizade enorme" com sua mulher, mas que a relação nunca foi completa. "Não pode e nunca poderá ser", lamenta. Secretário de assistência do Reino Unido, Norman Lamb disse que a homossexualidade "não é uma doença" e nunca deve ser tratada como tal. Lamb disse que se opõe fortemente a este tipo de tratamento e que nunca iria financiá-lo com dinheiro público.

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