quinta-feira, 24 de julho de 2014

Conheça a evolução dos macacos na história do cinema

O começo de tudo 

Caesar é o mais perfeito macaco do cinema. A performance de Andy Serkis, capturada e traduzida por efeitos digitais, faz com que o líder dos símios do novo "Planeta dos Macacos: O Confronto" seja um personagem completo, vivo e orgânico. Caesar é o ápice de uma evolução em técnicas e tecnologias cinematográficas que o cinema experimentou ao longo de décadas para fazer com que a ilusão se tornasse real.
1933 King Kong 

O clássico que começou tudo. "King Kong" é um triunfo do artista Willis O'Brien, que trabalhou com animação de modelos --ou animação em stop motion-- para dar vida ao gorila gigante. O esqueleto de metal original de Kong foi vendido por uma fortuna há alguns anos e está em posse de um colecionador.
1939 O Mágico de Oz 

Os macacos voadores do clássico de Victor Fleming assombraram o pesadelo de uma geração inteira de crianças. Para conseguir o efeito bizarro/assustador, os atores passavam com uma sessão de maquiagem e, depois, aplicação de próteses sintéticas. Não cabia muito movimento, mas o resultado compensou.
1943 The Ape Man 

Uma maquiagem simples foi o que bastou para Bela Lugosi, o Drácula clássico do cinema, fizesse seu primata interior aflorar. Eficiente, o trabalho no ator não escondeu suas expressões e fez com que a transição para pós-humano fosse convincente.
1949 Poderoso Joe 

Encantado com o que vira mais de uma década antes em King Kong, Ray Harryhausen passou a explorar a técnica do stop motion neste outro exemplar de "gorila gigante solto na civilização". Foi um dos primeiros trabalhos de mestre que revolucionaria a arte.
1968 O Planeta dos Macacos 

O clássico do cinema de ficção científica imortalizado pelo final chocante também fez história com seu visual inovador. O artista de maquiagem John Chambers combinou suas ferramentas com próteses móveis, deixando os macacos humanizados, quase criaturas vivas. Seu trabalho é influência até hoje e deixou o filme de Franklin J. Schaffner ainda mais icônico.
1968 2001: Uma Odisséia no Espaço 

Stanley Kubrick não tinha interesse em fazer macacos quase humanos na abertura de sua obra-prima lisérgica: ele queria representar o ancestral do homem de maneira primitiva. O trabalho de expressão corporal dos atores que vestiram trajes completos e próteses complexas no rosto atingiram o efeito desejado pelo meticuloso mestre.
1976 King Kong 

Na segunda versão do macacão gigante para o cinema, atualizada com o World Trade Center no lugar do Empire State, Kong não era mais uma animação de modelos, e sim o mestre Rick Baker, ainda em começo de carreira, usando um traje completo e inserido na ação por efeitos óticos. A mistura de técnicas deixou Kong mais fluido, ainda que, no fim das contas, fosse evidente se tratar de um sujeito numa fantasia elaborada.
1978 Doido Para Brigar, Louco Para Amar 

Clint Eastwood é um sujeito brigão que, em dois filmes, tem como companheiro um orangotango. Sem truques hollywoodianos aqui: Clyde, o macaco, é um animal de verdade.
1983 Trocando as Bolas 

No clímax desta comédia com Eddie Murphy e Dan Aykroyd, um gorila enjaulado termina ajudando a dupla a escapar de seu perseguidor, Paul Gleason. Quem estava vestindo o traje de macaco, com a máscara e as próteses básicas, era Don McLeod, performer animal em outros filmes e séries de TV.
1984 Greystoke: A Lenda de Tarzan 

Todos os macacos que formavam a família símia de Tarzan (papel de Christopher Lambert) eram atores em trajes completos. O mais evidente é Barba Prateada, papel defendido por Peter Elliott. Um dos primatas mais ativos da indústria, ele foi King Kong na seqüência malfadada de 1986, um dos macacos em "Nas Montanhas dos Gorilas" e o elo perdido entre homem e animal no pouco visto "Missing Link", de 1988. Em "A Ilha do Dr. Moreau", de 1996, Elliott foi Assassimon, um híbrido de --você já adivinhou-- homem e símio.
1987 Um Hóspede do Barulho 

O Oscar de melhor maquiagem foi para as mãos de Rick Baker por seu trabalho nesta comédia selvagem, que colocou o gigante Kevin Peter Hall no papel de Harry, o pé grande. A máscara é um trinfo de animatrônica, reproduzindo mecanicamente emoções humanas --ou primatas! Hall depois foi usar outro tipo de máscara como o Predador.
1995 Congo 

Os body suits que atores vestiam para interpretar primatas se tornavam cada vez mais sofisticados. Em "Congo", de Frank Marshall, os performers desaparecem quase que por completo em seus trajes animais --em especial a dublê Misty Rosas, responsável pelos movimentos e pela personalidade da gorila Amy.
1997 Buddy 

O traje usado por Peter Elliott e mais meia dúzia de performers para dar vida ao gorila Buddy, combinado com próteses faciais, é mais impressionante por retirar o animal da selva e colocá-lo em um ambiente seguro.
1998 Poderoso Joe 

A refilmagem da aventura dos anos 40 trouxe uma combinação de técnicas para dar vida ao gigantesco Joe, criado com Charlize Theron e trazido à cidade grande. Temos animatrônicos, body suits completos, modelos em tamanho real e um pouco de efeitos digitais para deixar o animal mais realista. John Alexander, veterano de "Nas Montanhas dos Gorilas" e "Ferocidade Máxima", foi o responsável por "interpretar" Joe, depois de Verne Troyer fazer o gorila quando bebê.bano. A ilusão, ainda assim, se sustenta, nesse drama que coloca Rene Russo como a sociealite que criou um gorila como se fosse seu filho.
2001 Planeta dos Macacos 

A refilmagem do clássico por Tim Burton pode não ter agradado a todos, e é mesmo um filme irregular. Mas o trabalho de Rick Baker em atualizar o visual do filme de 1968 é brilhante. A maquiagem e as próteses manteve intacta a personalidade do elenco (Tim Roth, Helena Bonhan Carter, Paul Giamatti, Michael Clarke Duncan, todos imediatamente reconhecíveis) ao mesmo tempo em que não deixou dúvida sobre a origem símia dos personagens.
2005 King Kong 

O grande salto de qualidade e realismo em termos de criar um personagem primata realista veio com a versão de Peter Jackson para a aventura dos anos 30. Ele usou tecnologia de captura de movimento para transformar Andy Serkis no gorila gigante. Tanto em ambientes totalmente virtuais quanto nos momentos em que interagia com o elenco, Serkis deu a Kong personalidade, realismo e, por que não, uma alma.
2011 Planeta dos Macacos - A Origem 

A nova versão de "Planeta dos Macacos" deixou muitos fãs de orelha em pé antes de seu lançamento, já que seria um reboot do zero. O resultado, porém, impressionou: não apenas a trama é inteligente, relevante e bem dirigida, como o trabalho de Andy Serkis como o chimpanzé Caesar é o ápice da captura de movimento não em um ambiente controlado, e sim em locação. Uma performance incrível, completada pelo trabalho de artistas digitais, para criar um personagem único, e que ainda experimentaria uma evolução gritante...
2014 Planeta dos Macacos - O Confronto 

Tudo que impressionou em "A Origem", três anos atrás, ganha um novo patamar nesse filme. As performances (mais uma vez com Andy Serkis à frente), a integração com o ambiente em locações reais e os outros atores. Assustador de tão perfeito, é de imaginar o próximo passo da tecnologia em materializar criaturas tão perfeitas. Serkis, com muita justiça, é o primeiro nome do elenco aqui.

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