quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Grazi Massafera tira a roupa – voluntariamente – para a J.P de fevereiro

Dez anos depois do début no “BBB”, Grazi Massafera prova que é bem mais que uma simples brother. Convenceu como mocinha nas novelas, apresentou programa de beleza, posou para a “Playboy”, sambou na avenida, teve uma filha e, bom, diz ela que não reatou o relacionamento com o pai da criança Por Paulo Sampaio para a Revista J.P de fevereiro

Fotos Fabio Bartelt
Muito proativa, Grazi Massafera tira a roupa toda, voluntariamente, para encarnar a loira em apuros nas garras do King Kong. Sua entrada no set, vinda do camarim, tem o efeito paralisante de uma epifania. Se até aquele instante o produtor, o maquiador e seus respectivos assistentes estavam embevecidos com a musa – mas todos relativamente sob controle –, ali eles entraram em uma espécie de transe coletivo. “Arrasa!” “Maravilhosa!” “Deusa!”, gritavam, enquanto Grazi se contorcia cheia de lascívia na palma da mão peluda do gorila. Embora aquele tenha sido o momento em que o ensaio de fato pegou fogo, não se pode dizer que a estrela estivesse menos espetacular como Barbie, Rainha de Copas ou Alice. “Uhu! Uhu!”, continuava sua claque particular. Ela deve muito aos amigos produtores, e não só em forma de aplausos, já que eles a admiram genuinamente – inclusive de cara lavada. “Essa mulher tem borogodó com os gays, gente”, orgulha-se um deles. Ela sorri em retribuição, enquanto faz mais uma pose. A pedido de Grazi, a reportagem foi buscá-la no aeroporto de Congonhas e a entrevistou a caminho do estúdio, que fica na Vila Leopoldina, zona sul de São Paulo. Tipo “para já ir adiantando”. “É ela!”, disse o motorista, ao avistar uma loira alta e magra modelando em meio aos seres humanos comuns que circulavam na calçada em frente ao desembarque. Fomos ao seu encontro. Tudo bem? “Tudo.” Fez boa viagem? “Fiz.” Acordou muito cedo? (Franzindo o nariz) “Sim.” Gosta de acordar cedo? “Não.” E então, a conversa engata. “Na verdade, gosto quando não é por obrigação. Se estou de férias, me levanto às 6h. Eu sou do sol. Não gosto de frio, neve. Nunca esquiei ou me programei para isso.” As últimas férias dela foram em São Miguel dos Milagres, paraíso alagoano a 85 km de Maceió. Mas ela pede, brincando, para não citar isso na matéria, “senão fica assim, ó, de gente (juntando todos os dedos da mão)”. “Em vez de São Miguel, põe aí que eu fui pra Noronha” – que ela diz amar também. A carreira de Grazi Massafera está completando dez anos, se levarmos em conta o período em que ela participou do “Big Brother Brasil” (BBB 5). O programa funcionou como um trampolim para o deslanche, digamos, dramatúrgico. De lá para cá, ela atuou em seis novelas, apresentou programa de beleza, participou de humorísticos, minisséries, fez cinema, posou nua para a “Playboy”, lançou linha de produtos com seu nome e foi rainha da bateria. Tanta versatilidade não foi suficiente. Na TV, conta que sofre preconceito de colegas – “diariamente até”–, por não ter formação teatral. Recentemente, uma atriz chegou a perguntar: “Quando você vai parar de fazer publicidade para virar atriz?”. Grazi diz que não é da natureza dela participar de panelas, mas que isso muitas vezes é necessário. “Você paga um preço se não participa… E paga também, se participa.” Por outro lado, ela sabe reconhecer em algumas críticas a intenção de ajudar: “Um dia, a Nathalia Timberg veio me dizer que eu infantilizava a minha voz e que eu era muito mais do que aquilo. E perguntou: ‘Por que você não usa a voz a seu favor?’. E eu entendi o comentário como um conselho construtivo: ‘Vai estudar’”. Ela foi. Recentemente, embarcou com um grupo de globais para participar de um curso na Espanha com Juan Carlos Corazza, coach de Penélope Cruz e Javier Bardem. Quinze dias. Chegou a interpretar trechos de clássicos como Casa de Bonecas, de Ibsen, e A Gaivota, de Tchecov. Embora tenha gostado muito do curso, considerado até “profundo”, pode ser que ela não use tanto o que aprendeu – pelo menos não na TV. Sua experiência em novelas mostra que os atores preferem “contracenar sozinhos”. De acordo com Grazi, o fenômeno ocorre inclusive (e especialmente) entre os mais experientes. “Eles já entram em cena com as reações prontas. Cada um representa para si, como se não estivesse escutando o que o outro diz.” Ela explica que ainda não chegou a essa sofisticação interpretativa, mas não critica o método. Aprendeu a considerá-lo uma ferramenta importante quando se tem um ritmo de gravações acelerado, como na televisão. “Se você grava 21 cenas por dia, não tem como deixar a magia da troca acontecer.”

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