Ney Matogrosso: ‘Vivemos um retrocesso, um atraso, um absurdo em todos os sentidos’
O brasiliense foi quem primeiro apreciou o timbre raro de contratenor com o qual Ney Matogrosso até hoje surpreende os que o ouvem em disco ou ao vivo. Antes de deixar o Brasil boquiaberto, à frente do grupo Secos & Molhados, o cantor já soltava a voz aguda — feminina para alguns — na capital, como integrante do Madrigal de Brasília, em programas de tevê e nas incursões por casas noturnas.
Em março de 1973, no retorno à cidade, Ney, ao lado João Ricardo e Gerson Cónrad, contribuiu decisivamente, para estabelecer o recorde de público do Ginásio Nilson Nelson — que até hoje se mantém —, ao superlotá-lo por duas vezes na mesma noite, com o fenômeno Secos & Molhados. Desde então, em carreira solo, o artista tem vindo aqui com todos os seus espetáculos.
Atento aos sinais, o show com o qual Ney está na estrada há três anos (já visto em Brasília em 2013), volta a ser apresentado amanhã, às 21h, no Auditório Máster do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Ao longo da turnê, algumas alterações ocorreram no roteiro — principalmente após a gravação do DVD— mas a base se mantém.
Acompanhado pela banda formada por Sacha Ambach (teclado e direção musical), Marcos Suzano e Felipe Roseno (percussão), Dunga (baixo), Maurício Almeida e Maurício Negão (guitarra), Aquiles Moraes (trompete) e Everson Moraes (trombone), Ney interpreta repertório que inclui canções com a assinatura de Caetano Veloso, Paulinho da Viola, Itamar Assumpção, Cazuza, Criolo, Vitor Ramil e Dani Black, num cenário criado por Luis Stein e Miltom, usando figurino exuberante assinado por Ocimar Versolato.
Duas perguntas
Houve mudanças no espetáculo ao longo da turnê?
Depois da primeira fase da turnê, algumas alterações foram feitas, assim como quando gravamos o DVD. Na coreografia, alguns movimentos estavam muito marcadinhos e eu optei por ficar mais solto. Fiz mudança, também, na ordem de apresentação de algumas músicas.
Qual é a sua leitura do momento político brasileiro?
Vivemos um retrocesso, um atraso, um absurdo em todos os sentidos. São amizades se perdendo por uma discordância de pontos de vista. Isso é uma infantilização grotesca e tudo por causa da política. Gosto de fazer um show em que as pessoas possam sentir diversas sensações, que se emocionem e pulem muito na mesma noite.
SERVIÇO
Atento aos sinais
Show de Ney Matogrosso e banda. Auditório Master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental). Amanhã, às 21h, Ingressos: R$ 200 (poltrona vip), R$ 180 (poltrona lateral), R$ 150 (poltrona especial), R$ 100 (poltrona superior). Valores referentes a meia entrada. Ponto de venda: Bilheteria digital do shopping Pátio Brasil. Não recomendado para menores de 14 anos.
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