A falta de professores na rede pública do Rio já dura quatro meses.A crise se origina no limite das perspectivas financeiras da carreira.
O Brasil que se encanta com as maravilhas da vida moderna ainda convive com as trevas da educação. Quem passou pela escola não esquece o personagem principal: se é bom, a vida pode ser um sucesso. Se é mau, a vida não vai adiante.
Por causa do professor se vai à escola. Quatro meses depois do início do ano letivo, muitas turmas ainda não tiveram aulas de matemática, física, filosofia e sociologia.
O filho da dona de casa Eliane de Oliveira trouxe da escola uma solicitação estranha: fazer em casa a prova de matemática. A razão? “Não tem professor de matemática, hoje ele entra 10h porque não tem ninguém para repor essa aula. Deram a prova para fazer em casa, para a gente fazer ou pedir ajuda a alguém. Como não tem professor, eles também não sabem como vão fazer a prova”, conta a mãe.
A falta de professor de matemática não é novidade nem a única reclamação de mães e estudantes. “No ano passado ela não teve matéria de física nem história. Ele entrou esse ano sem história, sociologia e redação. Filosofia não tem. História entrou hoje um professor e biologia, na semana passada. Não tem matéria, não tem estudo. Como vai preparar para o vestibular?”, indaga a dona de casa Eliane de Oliveira.
Há uma lista das aulas que a turma de Pérola ainda não teve este ano. “Filosofia, sociologia, redação e geometria”, cita.São 1,1 milhões de estudantes na rede estadual do Rio como Andressa Guimarães, que sonha em fazer vestibular. “Sem professor fica difícil entrar. Tento, mas não passo, fica difícil”, conta.
A falta de professores na rede pública do Rio já dura quatro meses. A Secretaria de Educação do Rio promete resolver a questão, mas os especialistas acham que o problema pode se agravar – e não somente no Rio de Janeiro. A crise se origina no limite das perspectivas financeiras da carreira.
“A carreira não é muito atrativa, as pessoas que estão fazendo educação superior vão preferir fazer bacharelado ou curso profissional, que é mais atrativo no mercado de trabalho”, aponta o sociólogo Simon Schwartzman, especialista em educação.As novas exigências do currículo escolar ampliam e aprofundam o problema. “A obrigatoriedade de sociologia e filosofia foi criada recentemente sem tomar em consideração o fato que o Brasil não forma pessoas dessas áreas com a quantidade e com a qualidade que seria necessário”, acrescenta o sociólogo Simon Schwartzman.A falta de professores de física, filosofia e sociologia é um problema nacional. O especialista em educação tem uma sugestão para preencher essa carência de forma mais rápida, baseada no bom resultado obtido na educação americana.“Dar uma oportunidade para as pessoas que estão estudando ou se formando, alunos de pós-graduação, jovens profissionais que possam dar aula nas áreas onde eles se formaram. Uma pessoa que vai fazer medicina pode dar aula de biologia no Ensino Médio e pode fazer disso uma atividade atraente”, acredita o sociólogo Simon Schwartzman.
Enquanto isso não acontece, sobram as preocupações para mães de jovens como Vitor. “Ele já ta fazendo curso preparação para concurso, mas como vai fazer? Se cair matemática não tem condições de passar”, afirma.
Por causa do professor se vai à escola. Quatro meses depois do início do ano letivo, muitas turmas ainda não tiveram aulas de matemática, física, filosofia e sociologia.
O filho da dona de casa Eliane de Oliveira trouxe da escola uma solicitação estranha: fazer em casa a prova de matemática. A razão? “Não tem professor de matemática, hoje ele entra 10h porque não tem ninguém para repor essa aula. Deram a prova para fazer em casa, para a gente fazer ou pedir ajuda a alguém. Como não tem professor, eles também não sabem como vão fazer a prova”, conta a mãe.
A falta de professor de matemática não é novidade nem a única reclamação de mães e estudantes. “No ano passado ela não teve matéria de física nem história. Ele entrou esse ano sem história, sociologia e redação. Filosofia não tem. História entrou hoje um professor e biologia, na semana passada. Não tem matéria, não tem estudo. Como vai preparar para o vestibular?”, indaga a dona de casa Eliane de Oliveira.
Há uma lista das aulas que a turma de Pérola ainda não teve este ano. “Filosofia, sociologia, redação e geometria”, cita.São 1,1 milhões de estudantes na rede estadual do Rio como Andressa Guimarães, que sonha em fazer vestibular. “Sem professor fica difícil entrar. Tento, mas não passo, fica difícil”, conta.
A falta de professores na rede pública do Rio já dura quatro meses. A Secretaria de Educação do Rio promete resolver a questão, mas os especialistas acham que o problema pode se agravar – e não somente no Rio de Janeiro. A crise se origina no limite das perspectivas financeiras da carreira.
“A carreira não é muito atrativa, as pessoas que estão fazendo educação superior vão preferir fazer bacharelado ou curso profissional, que é mais atrativo no mercado de trabalho”, aponta o sociólogo Simon Schwartzman, especialista em educação.As novas exigências do currículo escolar ampliam e aprofundam o problema. “A obrigatoriedade de sociologia e filosofia foi criada recentemente sem tomar em consideração o fato que o Brasil não forma pessoas dessas áreas com a quantidade e com a qualidade que seria necessário”, acrescenta o sociólogo Simon Schwartzman.A falta de professores de física, filosofia e sociologia é um problema nacional. O especialista em educação tem uma sugestão para preencher essa carência de forma mais rápida, baseada no bom resultado obtido na educação americana.“Dar uma oportunidade para as pessoas que estão estudando ou se formando, alunos de pós-graduação, jovens profissionais que possam dar aula nas áreas onde eles se formaram. Uma pessoa que vai fazer medicina pode dar aula de biologia no Ensino Médio e pode fazer disso uma atividade atraente”, acredita o sociólogo Simon Schwartzman.
Enquanto isso não acontece, sobram as preocupações para mães de jovens como Vitor. “Ele já ta fazendo curso preparação para concurso, mas como vai fazer? Se cair matemática não tem condições de passar”, afirma.
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