No texto em que apresentei a minha lista de dez piores atrações da televisão em 2010, convidei os leitores a anotarem o que faltou na minha relação. Com mais de 30 menções, entre os 245 comentários, o humorístico “Zorra Total”, da Globo, ganhou disparado o título de pior programa do ano.Muito mencionados também foram outro dois humorísticos globais, “Casseta & Planeta”, que este ano anunciou uma pausa em suas atividades, e “A Turma do Didi”, liderado por Renato Aragão. Márcia Goldschmidt, apresentadora de um programa de auditório na Band, também teve quase uma dezena de citações, seguida pelos apresentadores Faustão e Xuxa, da Globo.Atrações com longo histórico na TV, nenhum destes programas foi alvo de avaliação minha em 2010. Preferi me concentrar nas novidades apresentadas pelas emissoras. Reconheço, porém, com base nestes comentários dos leitores, que deveria ter prestado mais atenção neles.
Num segundo texto de balanço, no qual falei de aspectos positivos da programação no ano, Piadas novas, novela ioiô, seriados copiados e outros destaques da TV em 2010, muitos leitores cobraram de mim um elogio ao seriado “A Cura”, de João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein, exibido pela Globo a partir de agosto. Escrevi uma crítica negativa logo após a estreia, mas reconheço que o programa mostrou qualidades.O problema, na minha visão, é que, tal como a novela “Escrito nas Estrelas”, também elogiada por muitos leitores, “A Cura”, com Selton Mello no papel principal, optou por flertar com um tema da moda, de fácil apelo, explorado igualmente com enorme sucesso pelo cinema (“Chico Xavier”, “Nosso Lar” etc).Em bom número, também, leitores reclamaram por eu não ter citado o apresentador Rodrigo Faro entre os destaques de 2010. Junior Zuba, fã entusiasmado da Record, chegou a escrever: “Você como um critico de TV também não foi muito bem, poderíamos dizer, né? Como esquecer o estrondoso sucesso do Rodrigo Faro?”Creio que esta é uma boa oportunidade para lembrar que escrevo sobre televisão, não sobre audiência. O ibope é um dado que levo em conta, mas não condiciono meus textos aos números. Não vi nada de especial na performance de Faro como apresentador, nem encarei como novidade as personagens que “incorporou” no programa.Escrevi, sem muito entusiasmo, sobre “As Cariocas” , “Separação” e “S.O.S. Emergência” , três seriados globais muito elogidos pelos leitores. Apreciei mais “Afinal, o que Querem as Mulheres” , também mencionado.
Agradeço muito a contribuição dos que tiveram paciência de escrever aqui, ou no Twitter. Sem vocês, esta retrospectiva de 2010 não teria a mesma graça.
Mauricio Stycer

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