domingo, 2 de janeiro de 2011

Em 'Passione', Olga pode ser mau caráter

Paulo Ricardo Moreira/O DIA/Direto do Rio de Janeiro

Nas tramas policiais, culpar o mordomo pelos crimes é um dos mais famosos clichês. Em Passione, a responsável pelas mortes de Eugênio (Mauro Mendonça) e Saulo (Werner Schünemann) pode ser uma versão de saias do serviçal: Olga, a esperta e misteriosa empregada da família Gouveia, vivida por Débora Duboc. Ela seria aliada do intratável filho de Bete (Fernanda Montenegro), que, em sua sede de poder, teria planejado o assassinato do próprio pai - executado pela empregada - e depois pressionado a cúmplice para dar um fim em sua mãe. Mas Olga teria se negado a matar a patroa e eliminado o executivo.
Essa história é apenas uma das muitas teorias mirabolantes que a atriz paulista ouve nas ruas. Mas Débora, de 45 anos, prefere não cravar um palpite sobre a personagem. "Ainda não dá pra dizer se Olga é bom ou mau caráter. Tento não fechar nenhuma porta, porque ela pode ser qualquer coisa. Se ela teve participação na morte do Eugênio, também pode ter se modificado depois, por causa da gratidão a Bete, que a tirou da cadeia quando foi injustamente acusada de roubo por Clara (Mariana Ximenes)", diz Débora.
Até agora, o que se sabe é que Olga foi garota de programa e conheceu Diogo (Daniel Boaventura) quando esteve presa. A empregada se juntou ao amante, Talarico (Luiz Serra), e ao cantor, cujo passado ainda é um mistério, para destruir Clara. No entanto, após descobrir que a doméstica fora prostituta, a vilã conseguiu neutralizá-la, ameaçando contar a verdade a Bete. "Silvio de Abreu (autor da novela) deu muitas cores à personagem. Ela tem um lado refinado, discreto, sabe se portar muito bem na mansão. Mas apareceu um lado desconhecido, quando ela usou palavras chulas para xingar Clara. Para mim, foi um espanto", comenta. Débora afirma que a empregada é a grande antagonista de Clara.A atriz não descarta a possibilidade de Olga ter sido comparsa da vilã e de Fred (Reynaldo Gianecchini) no começo da história. Por isso, acredita que sua personagem também pode estar marcada para morrer. "Por algum motivo, ela pode ter se voltado contra a dupla", avalia. "Tudo pode acontecer, porque ainda há muita história por trás daquele uniforme". Passione é a primeira novela de Débora, conceituada artista de teatro que recebeu prêmios por sua atuação em Senhorita Else, de Arthur Schniztler, e no cinema, como melhor atriz do filme Latitude Zero (2001). Ano que vem, ela planeja trazer ao Rio a montagem de Pirandello. "Quando o Silvio de Abreu me ligou para convidar para o papel, não hesitei em aceitar. Sou muito fã dele. É uma grande oportunidade. Ganhei um bilhete de loteria", comemora a atriz, satisfeita com a repercussão do trabalho. "Tanto faz se Olga é boa ou má. A novela tem me dado muito prazer".

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