sexta-feira, 11 de março de 2011

Atualização-Terremoto no Japão-vimos pânico em todos os rostos, contam brasileiros

11 de março - Pessoas esperam a normalização dos serviços de transporte em estação de Tóquio. Foto: AFP Pessoas esperam a normalização dos serviços de transporte em estação de Tóquio
Foto: AFP

Os brasileiros Nivia e Guilherme Alcici, moradores de Belo Horizonte (MG), que costumam ir ao Japão todos os meses de março a negócios, foram afetados pelo terremoto sentido em Tóquio nesta sexta-feira.
Até as 13h (horário de Brasília) eles permaneciam no Ark Mori Building, um dos principais centros empresariais da capital japonesa, onde estavam trabalhando junto a clientes japoneses. O prédio, um dos mais altos da cidade, possui um mirante nos 52º e 53º andares. Segundo eles, mais onze pessoas do grupo foram impedidas de voltar para a casa, pois trens e celulares não funcionavam. "Por ser um prédio novo, é mais seguro ficar aqui do que nas ruas andando a esmo, cheio de construções que podem cair a qualquer momento", diz Nivia. O temor aumenta por estarem em um bairro próximo à zona portuária. "E ainda corre-se o risco de novo tsunami na baia de Tóquio caso haja novo tremor. Há uma corrida nos supermercados por comida", conta. Segundo eles, uma refinaria em Chiba, nos arredores de Tóquio está em chamas. Tetos de supermercados desabaram, mas não se vêem prédios caídos apesar da magnitude do tremor.
Apesar do preparo, eles contam que o medo tomou conta de todos. "O momento do terremoto foi terrível, e o que vimos foi pânico em todos os rostos e todas as medidas de segurança acionadas", contam. "Neste prédio há muitos estrangeiros. Todos estavam estarrecidos. Apesar de estarem acostumados com tremores, ficaram muito assustados. Fomos para o saguão de entrada do sétimo andar, uma proteção para nuca e cabeça nos foi dada e o autofalante ditava as normas de segurança. Ficamos todos juntos. Somos 13 pessoas entre estrangeiros e japoneses e o staff do Business Center", contam. Segundo eles, apesar da telefonia celular estar em colapso, todos os familiares no Brasil foram avisados. "Tenham certeza de que a mais moderna e segura cidade do mundo parou". Já o argentino Jose Maria Uehara, que mora no Japão, fala sobre os serviços que foram afetados. A interrupção no fornecimento de gás prejudica o aquecimento das residências. "Na última segunda-feira nevou em Tóquio e na região norte também estava nevando", conta. Segundo Jose Maria, pequenos tremores ocorrem a todo tempo. "Inclusive o último aconteceu há dez minutos", diz. A interrupção na circulação dos trens também causa transtornos para a população. "Tivemos que voltar andando desde Chogo (Fujisawa) até Chuo Rinkan (Yamato) (um percurso de 11 km). Caminhamos por quatro horas, pois não se conseguia táxi. No nosso caso pudemos voltar, mas muita gente ficou presa no trabalho, em Tóquio, Yokohama e Shinjuku. Além disso, o trânsito ficou congestionado porque todo mundo saiu de carro para buscar seus familiares", conta.
"Comparando com um organismo, é como se Tóquio tivesse ficado sem circulação sanguínea", finaliza Jose Maria.

Os internautas Nivia e Guilherme Alcici, e Jose Maria Kiyokuni Uehara, de Tóquio (Japão), participaram do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra
Especialistas: novos tremores devem ocorrer nos próximos dias

11 de março - Com apagão, pessoas procuram refúgio em prédios. Foto: AP Com apagão, pessoas procuram refúgio em prédios
Foto: AP

O Japão pode sofrer com mais terremotos nos próximos dias, decorrentes do abalo sísmico de grande impacto registrado na madrugada desta sexta-feira. O terremoto, de 8,9 pontos na escala Richter, atingiu a costa nordeste, próxima a província de Miyagi, cerca de 400 quilômetros da capital Tóquio, provocou um tsunami que deixou um cenário de destruição, cujo saldo de mortos pode passar de 1 mil.
De acordo com o geólogo da Universidade Estadual de Campinas Rogério Marcon, após um terremoto de grande intensidade ocorre uma sequência de pequenos tremores, que pode durar semanas, até que as placas tectônicas se acomodem novamente. Segundo o pesquisador, os novos abalos, no entanto, devem ser menos intensos.
"Já ocorreram por volta de 70 terremotos de magnitude 6 na escala Richter que devem perdurar por dias ou semanas, até as placas tectônicas se acomodarem na nova posição", explicou Marcon. "Esses tremores são pequenos ajustes das placas, menores do que o registrado de madrugada. Um terremoto com essa mesma magnitude é difícil acontecer no mesmo ponto".Responsável por um aparelho que conseguiu captar, no Brasil, as ondas emitidas pelo terremoto, o geólogo explicou que tremores de terras são frequentes na área chamada Anel de Fogo, onde está o Japão. Mas que, mesmo preparados para isso, o tsnunami ultrapassou as expectativas e pegou de surpresa a população rural.O professor do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) Jorge França acrescentou que o impacto das ondas foi tão forte que ultrapassou diques construídos justamente para para contê-las. "Eles têm um sistema de preparo em quase toda a costa, mas que não conseguiu amortecer totalmente o impacto do tsunami. Ondas com altura maior que as barreiras passaram", afirmou.
Apesar dos estragos, os especialistas avaliam que Japão toma medidas para proteger a população e a infraestrutura. O país é atingido por cerca de 20% dos terremotos acima de 6 graus registrados em todo o mundo."O Japão está preparado. Acompanhando o noticiário, observamos que poucos prédios caíram, ao contrário do que ocorreu no Haiti, no ano passado, que foi devastado. Nenhuma das construções deles, tampouco a população, estava preparada", afirmou o geólogo da Unicamp, ao lembrar da morte de pelo menos 200 mil pessoas no país do Caribe.Há seis anos, um terremoto de 8,9 graus na escala Richter seguido por um maremoto deixou cerca de 230 mil mortos em 12 países banhados pelo Oceano Índico.
Novo alerta de tsunami é acionado para costa leste do Japão
A Agência Meteorológica do Japão emitiu hoje um novo alerta de tsunami para toda a costa leste do país, após a declarada imediatamente após o terremoto de 8,9 graus na escala Richter. O novo alerta foi emitido às 3h20 (de sábado pelo horário local; 15h20 de Brasília) e alertou para o "grande risco" de tsunami nas províncias de Iwate, Miyagi e Fukushima, as mais afetadas pelo terremoto, que deixou centenas de mortos e desaparecidos.
Complexo da Dow Chemical no Japão é alagado
Instalações da Dow Chemical no Japão foram alagadas após o devastador terremoto e o tsunami no país, mas a companhia afirmou que não existem relatos de feridos no local.
O terremoto foi o maior a atingir o Japão na história, e o tsunami resultante invadiu muitas das cidades da costa leste do país. O complexo de Soma, da Dow, produz resinas de troca iônica, usadas no processo de tratamento de água. As instalações foram construídas em 1993 pela Rohm&Haas, que foi adquirida pela Dow em 2009. A companhia possui 31 unidades no Japão, e um porta-voz afirmou que as comunicações limitadas dificultam a percepção sobre o impacto do tremor nas operações.
"Reportes iniciais indicaram que o impacto aos funcionários do Dow e aos locais foram mínimos", disse à Reuters o porta-voz Greg Baldwin.
Mundo fica em choque com tremor no Japão mas demora a reagir

11 de março - O tsunami arrastou barcos e construções e invadiu o aeroporto de Sendai . Foto: Reuters tsunami arrastou barcos e construções e invadiu o aeroporto de Sendai
Foto: Reuters

A Força Aérea americana enviou líquido refrigerante emergencial para uma usina nuclear atingida pelo terremoto no Japão, mas, no geral, a reação mundial inicial ao tremor e ao tsunami foi marcada pela inação.
"O mundo está chocado e entristecido pelas imagens vindas do Japão esta manhã", disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon. "Faremos tudo o que pudermos."
Mas, enquanto líderes ao redor do mundo manifestavam uma reação e a onda de tsunami atravessava o Pacífico, os aeroportos danificados do Japão e a incerteza sobre o nível de assistência exigida por um país rico acostumado com a ocorrência de terremotos tiveram como resultado poucas iniciativas para levar recursos do exterior ao país. Uma ajuda crucial e imediata foi o envio de líquido refrigerante a uma usina nuclear danificada. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que a Força Aérea dos EUA baseada no Japão havia levado o líquido. O presidente americano, Barack Obama, disse que "os Estados Unidos mantêm-se prontos para ajudar o povo japonês neste momento de grande aflição... A amizade e a aliança entre nossas duas nações são inabaláveis e apenas fortalecem nossa determinação para ficar ao lado do povo do Japão enquanto (eles) superam essa tragédia." O Departamento de Defesa dos EUA preparava as forças americanas no Pacífico para fornecerem assistência.
Outro vizinho para além do mar, o presidente russo, Dmitri Medvedev, afirmou: "A Rússia está pronta para oferecer ao Japão toda a assistência possível para lidar com as consequências dessa tragédia."
A agência russa dos serviços de emergência, Ermacom, ofereceu 40 pessoas com três cães farejadores, enquanto Cingapura colocou suas forças de defesa civil de prontidão e a Polônia ofereceu bombeiros.
China, Suíça e EUA também ofereceram equipes de resgate. Grã-Bretanha, França e outros disseram estar prontos para oferecer qualquer ajuda que fosse necessária. A Coreia do Sul disse ter 40 integrantes do resgate de emergência de prontidão para viajar ao Japão, esperando a liberação. O premiê chinês, Wen Jiabao, disse que Pequim está pronto para fornecer ao Japão qualquer assistência que precisasse.
Tremor de 4,5 graus atinge a Nicarágua sem causar danos
Um terremoto de 4,5 graus na escala Richter atingiu nesta sexta-feira o extremo noroeste da Nicarágua sem ocorrência de vítimas ou danos, informou o serviço sismológico.O tremor teve seu epicentro no Oceano Pacífico a 167 km de Punta Cosigüina e a 5 km de profundidade, indicou o Instituto Nicaraguense de Estudos Territoriais (Ineter).
A Nicarágua declarou um alerta verde preventiva na costa do Pacífico por risco de tsunami depois do forte terremoto que sacudiu o Japão.

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