segunda-feira, 14 de março de 2011

Em meio a crise nuclear, mortos por terremoto chegam a 1.800 no Japão

Número de vítimas do tremor seguido de tsunami deve ser bem maior.País teme vazamento radioativo e encara blecautes e falta de suprimentos.

Do G1, com agências internacionais
O número oficial de mortos pelo terremoto seguido de tsunami que atingiu o nordeste do Japão no dia 11 chegou a 1.833, segundo a Polícia Nacional. Há 2.361 desaparecidas, de acordo com balanço divulgado na noite desta segunda-feira (14).
Mas, segundo as autoridades e a imprensa, a cifra deve subir bastante, à medida que os trabalhos de resgate, muito difíceis ainda em várias regiões, continuarem.Cerca de 2.000 corpos foram encontrados nesta segunda na província de Miyagi, uma das mais afetadas pelo tsunami, mas ainda não foram contabilizadas.
Cerca de 1.000 corpos foram encontrados próximos à praia em Ojika, região mais atingidas da península, e outros 1.000 corpos foram encontrados na cidade de Minamisanriku. Na região, o governo da província não tem conseguido contato com cerca de 10 mil pessoas, quase metade da população local.
O país também continua em alerta para as consequências de duas explosões na usina nuclear de Fukushima, onde barras de combustível nuclear estão expostas, e há risco de vazamento radiativo.
Entenda o terremoto no Japão (Foto: Arte/G1)
Entenda o terremoto no Japão (Foto: Arte/G1)
Japoneses tentavam sobreviver sem água, energia elétrica, combustível ou comida suficiente. Centenas de milhares de pessoas foram obrigadas a dormir em centros de emergência em consequência da onda gigante.
mapa terremoto cidades afetadas (Foto: Arte G1)
Os desastres naturais também representaram um duro golpe para a terceira economia mundial, que ficou sem energia elétrica suficiente para o funcionamento de suas fábricas. O pânico atingiu a Bolsa de Tóquio, que fechou nesta segunda-feira em queda expressiva de 6,18%, após um movimento de vendas precipitadas de ações.Para manter a economia, o Banco do Japão (central) injetou nesta segunda-feira no mercado a maior quantia de liquidez de sua história, 15 trilhões de ienes (US$ 181 bilhões), depois de ter transferido no domingo 55 bilhões de ienes a 13 bancos implantados na região afetada.Socorristas de todo o mundo chegavam ao arquipélago para colaborar com os mais de 100 mil soldados -o dobro da previsão oficial- mobilizados para prestar assistência, em um país que segue abalado pelos tremores secundários e em permanente sobressalto pelos alarmes de novos tsunamis. que acabam não ocorrendo.Em Ishinomaki, uma cidade de 165 mil habitantes duramente atingida, "há uma corrida contra o tempo para salvar possíveis sobreviventes de uma montanha colossal de escombros", afirmou Patrick Fuller, porta-voz da Cruz Vermelha para a região Ásia-Pacífico.O temor de um desastre nuclear se uniu à angústia provocada pela devastação. O terremoto, o tsunami e as explosões nas centrais nucleares levaram o país a enfrentar a "crise mais grave desde o fim da Segunda Guerra Mundial", disse na véspera o primeiro-ministro, Naoto Kan.
O terremoto, de 8,9 graus e a posterior onda gigante de 10 metros de altura arrasaram na sexta-feira a costa nordeste do arquipélago nipônico.
Carros destruídos em Sendai vistos em imagem aérea nesta segunda-feira (14) (Foto: AFP)Carros destruídos em Sendai vistos em imagem
aérea nesta segunda-feira (14) (Foto: AFP)
A ONU anunciou em Genebra que 590 mil pessoas foram retiradas da zona do desastre, incluindo 210.000 que vivem nas proximidades das usinas nucleares de Fukushima.O governo já advertiu que a catástrofe terá um impacto considerável sobre a economia do país.
O custo para as seguradoras pode chegar a US$  34,6 bilhões, segundo uma estimativa inicial da AIR Worldwide, empresa especializada na avaliação de riscos.De acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo, mais de 3.400 edifícios residenciais desabaram na tragédia.Pelo menos 5,6 milhões de casa permanecem sem energia elétrica, e a Tepco programou cortes de luz a partir desta segunda-feira até o fim de abril, para evitar a sobrecarga das redes e os apagões. Além disso, um milhão de casas permanecem privadas de água potável.

Vídeo mostra tsunami levando carro na costa do Japão

Vídeo foi transmitido pela rede de americana ABC.País foi arrasado por um tremor de magnitude 8,9 seguido de tsunami.

Do G1, em São Paulo
A rede americana ABC transmitiu um  vídeo(veja aqui http://abcnews.go.com/WNT/video/raw-video-tsunami-deluge-13131718) que mostra o mar invadindo a costa japonesa em Chiba, e levando um carro que estava em movimento. O terremoto de magnitude 8,9 da última sexta-feira gerou ondas gigantes de até 10 metros pela costa noroeste.O número oficial de mortos chegou a 1.833, segundo a Polícia Nacional. Há 2.361 desaparecidas, de acordo com balanço divulgado na noite desta segunda-feira (14).Mas, segundo as autoridades e a imprensa, a cifra deve subir bastante, à medida que os trabalhos de resgate, muito difíceis ainda em várias regiões, continuarem. Cerca de 2.000 corpos foram encontrados nesta segunda na província de Miyagi, uma das mais afetadas pelo tsunami, mas ainda não foram contabilizadas.
Imagem de vídeo mostra onda levando carro em Chiba (Foto: Reprodução)
Imagem de vídeo mostra onda levando carro em Chiba (Foto: Reprodução)

Sendai apresenta cenário de devastação total pelo tsunami

Cidade foi uma das mais atingidas pela onda gigante. Abrigos estão lotados e tremores continuam preocupando os moradores e as equipes de resgate.

Roberto Kovalick Sendai, Japão

Os japoneses vivem três dramas simultâneos: enfrentar os estragos de um terremoto gigantesco, conviver com os horrores do tsunami e com a ameaça de um desastre nuclear. Por enquanto, a ONU afirma que a radiação que vazou dos reatores não causa problemas de saúde, mas a situação ainda não foi controlada.
Em Sendai, uma das cidades mais atingidas pela onda gigante, os abrigos estão lotados. A maioria dessas pessoas não tem mais pra onde voltar. Os bairros próximos ao mar estão completamente arrasados. Casas inteiras viraram pedaços de madeira do tamanho de gravetos. Parece que um moedor passou por cima de tudo.A onda avançou até 12 quilômetros terra a dentro. Quase impossível fugir do tsunami que se movimenta a 700 km/h. Um ônibus já estava com a água nas rodas traseiras e não temos notícia se o motorista e os passageiros escaparam.Tem barco nas ruas, em cima de prédio. Carro no telhado. Ônibus no topo de edifícios. Uma casa foi arrastada inteira e ficou pendurada nos trilhos do trem. Tem gente que fica vagando por lá e não encontra nada. É difícil até localizar o lugar onde ficava a própria casa.Uma mulher reencontrou a família só agora, três dias depois do tsunami. Ela abraça a criança e chora muito, emocionada. Nem todos tiveram a mesma sorte. O tempo está passando e é cada vez mais difícil encontrar sobreviventes. Mas eles vasculham tudo. De um carro que parecia só mais um no meio de tanta lama e destruição, saiu uma senhora viva e bem de saúde.Os tremores não param. Já são mais de 350 abalos desde sexta-feira. Um vídeo mostra a torre de um templo sendo sacudida e o asfalto rachando ao meio, durante o terremoto. Uma equipe de salvamento teve que abandonar os resgates para se proteger. Houve um novo tremor e um alerta de tsunami. Saiu todo mundo correndo.Segundo o governo japonês, 100 mil homens trabalham nas áreas devastadas. Tem equipes de vários países.

Japão teme vazamento radioativo

Depois dos terremotos e do tsunami que devastou o norte do Japão, a preocupação agora é com o reator número 2 da usina de Fukushima.

As barras de combustível nuclear voltaram a ficar totalmente expostas. As barras estavam sendo resfriadas com água do mar.
Mais cedo, os engenheiros da companhia de eletricidade de Tóquio conseguiram estabilizar o sistema de resfriamento e conseguiram cobrir as barras até a metade.
Segundo a companhia, a bomba elétrica para introduzir água do mar para esfriar o reator falhou devido à falta de combustível para gerar energia.A falta de água no reator pode provocar derretimento das barras de combustível, o que aumenta o risco de explosão e danos ao reator, e de possível vazamento radioativo.
O porta-voz do governo, Yukio Edano afirmou que ainda que não pode ser descartada a possibilidade de derretimento das barras de combustível nos três reatores da central nuclear de Fukushima, atingida pelo terremoto. "Os técnicos e engenheiros estão tentando estabilizar o controle dos reatores. Mesmo na pior hipótese, não deverá acontecer um acidente tão grave quanto o desastre nuclear de Chernobyl, em 1986", disse Edano em uma entrevista coletiva.

Vídeo mostra tsunami arrastando carros no Japão

Imagens da TV japonesa mostram onda gigante avançando sobre litoral


Um vídeo da TV japonesa mostra o exato momento em que uma onda gigante avança sobre o litoral do Japão e arrasta dezenas de carros em seu caminho.
O tsunami foi provocado pelo terremoto de magnitude 8,9 que atingiu nesta sexta-feira (11) a costa nordeste do país, segundo o Serviço Geológico dos EUA (USGS).
Pelo menos 337 pessoas morreram. Além do Japão, a onda ameaça outros países da costa do Oceano Pacífico.

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