quinta-feira, 14 de abril de 2011

Educação falida-Violência dentro das universidades do Brasil assusta estudantes

No campus da UFMS, uma estudante foi estuprada. A falta de segurança se espalha por outros centros universitários federais do país.

 
 
Nos últimos meses, estudantes de diferentes universidades brasileiras têm convivido bem de perto com um sentimento que não podia estar em um ambiente de ensino e aprendizado: o medo.
Na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), agora os estudantes andam em grupos. O clima é de insegurança e medo. “A gente passa aqui atrasada, então a gente está sozinha no meio desse mato. É terrível”, comenta uma estudante. “Aqui tem bastante mato, então alguém pode se esconder”, diz outra.
O campus de Campo Grande fica em torno de uma reserva ambiental. No local, há muitas áreas de mata fechada e caminhos isolados. Uma passarela dá acesso a um laboratório de química, onde uma estudante de 20 anos foi surpreendida por um homem em plena a luz do dia. Ameaçada, ela foi levada para um matagal e estuprada.Um dia depois do crime, a polícia prendeu o principal suspeito. O homem de 29 anos corresponde às características descritas pela vítima. Ele estava foragido do regime semi-aberto, onde cumpria pena pelo assassinato da ex-namorada.
“A vítima e duas testemunhas reconheceram o rosto dele, duas tatuagens, tanto a bicicleta utilizada quanto o canivete”, contou a delegada da Polícia Civil, Cristiane Gross.
A reitoria afirma que não é possível tomar providências imediatas para melhorar a segurança. “Nós temos de contratar mais seguranças de acordo com a lei. Temos de cumprir a legislação. É difícil uma contratação de um posto desses em menos de dois meses”, afirmou a reitora da UFMS, Célia Maria Oliveira.
A falta de segurança se espalha por outros centros universitários federais do país. Há nove anos a Universidade de São Paulo (USP) enfrentava situação parecida. Em 20002, sete mulheres foram violentadas dentro do campus.Agora os crimes mais comuns na USP são os sequestros-relâmpago. Em um dos maiores centros universitários do país, onde circulam cerca de cem mil pessoas e 20 mil carros por dia, só este ano foram registrados mais nove casos.“É inseguro, muito deserto e muito grande. Saio com meus amigos e peço para eles me buscarem”, disse uma estudante.Em Campinas, também em São Paulo, a universidade investiu R$ 3 milhões na instalação de 240 câmeras de monitoramento. A medida foi tomada para reduzir os crimes no campus. Já houve casos de furtos de carros, assaltos, roubos de caixas eletrônicos e até estupro.
Pelos centros universitários, em diferentes regiões do país, estudantes tentam se proteger sozinhos. Uma jovem anda com gás de pimenta, um tipo de arma proibida para civis. “Se eu tivesse de passar sozinha, de repente eu teria como me proteger estando com ele na mão”, contou a estudante.

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