O ano é 1944. A euforia do pós-guerra se liberta nos clubes noturnos, com danças burlescas e incansáveis noites de diversão embaladas pelas big bands. Assim são apresentadas as cenas do primeiro ato do musical “New York, New York”, adaptado pela primeira vez para o teatro no Brasil.
Com Juan Alba e Alessandra Maestrini nos papéis principais, vivendo o casal Johnny Boyle e Francine Evans, o espetáculo dirigido por José Possi Neto reproduz a Nova York das décadas de 20 a 40 em cenários, figurinos e repertório musical. Com enredo original de Earl Mac Rauch, foi adaptada pela primeira vez para o cinema em tom dramático pelas mãos do cineasta Martin Scorscese em 1977 e nessa versão ganha ares de comédia romântica.
VEJA OS BASTIDORES DO ESPETÁCULO
Escolha do elenco
“Quando vi que o musical era ‘New York, New York’ rejeitei logo de cara. Não queria fazer algo pesado, dramático nesse momento”, afirma a atriz Alessandra Maestrini. “Depois que vi que o roteiro era de comédia, topei. E agora sinto a personagem fluir de uma forma natural, a mais fácil da minha carreira”.Durante as três horas do musical, Alessandra solta a voz com tons altíssimos em clássicos de Cole Porter como “So In Love” e “Just One of Those Things”, além da versão final de “New York, New York”, de Frank Sinatra. Com dez anos de experiência em grandes musicais como “Os Sete” e “Los Miserables”, a atriz se prepara com aquecimentos vocais e um vaporizador que fica em seu camarim.
Enquanto Alessandra começa a se preparar, cerca de duas horas antes da peça, o ator Juan Alba, dá uma volta no backstage e conversa com o elenco e produtores. “Esse é meu primeiro grande musical e estou me divertindo muito. Sempre estive próximo da música e fazer um papel como esses é um presente”. Juan, que interpreta o galã Johnny Boyle faz o saxofonista frustrado que se apaixona por Francine, mas diz que não sabe nada de sax “o máximo que fiz foi pedir umas dicas para um amigo para pegar uns trejeitos, quem toca mesmo é o Cássio Ferreira [um dos músicos da big band do espetáculo]”.
A “big apple” da década de 20
Durante a peça, Nova York é remontada por meio de referências, seja no figurino da época, nas coreografias ou no palco móvel que busca reproduzir a silhueta dos grandes edifícios da cidade. O figurino, coordenado por Miko Hashimoto, foi trazido de brechós nova-iorquinos, onde ela garante que encontrar as peças originais foi mais fácil e barato. “Meu assistente ficou quatro dias em Nova York garimpando em meio de caixas velhas uniformes e tudo que pudesse ser aproveitado. Alguns dos uniformes militares são réplicas originais”.
Imagem dos croquis produzidos pela figurinista Miko Hashimoto
Nenhum comentário:
Postar um comentário