RICARDO BONALUME NETO/FOLHA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Experimentos com vermes e bactérias dão mais peso a uma teoria que explica a origem da reprodução sexual. É a primeira vez que se faz um estudo em laboratório da coevolução entre parasita e hospedeiro para testar as vantagens evolutivas do sexo.
Uma população que se reproduz sem sexo, duplicando todos seus genes, cresce no dobro da rapidez de outra que pratique a coisa, pois não são necessários dois indivíduos para procriar como na reprodução sexual. Essa aparente ineficiência do sexo está envolta em mistério. Os experimentos feitos por Levi Morran e colegas da Universidade de Indiana (EUA). publicados na "Science", mostraram que o sexo permitiu ao verme milimétrico da espécie Caenorhabditis elegans produzir prole geneticamente diversa e mais resistente à bactéria causadora de doenças Serratia marcescens.
"Não sei dizer por que ninguém tentou esse estudo em particular antes do meu grupo. O campo da biologia evolutiva está só agora começando a explorar a coevolução experimental, a prática de permitir que múltiplas espécies evoluam conjuntamente no laboratório, como uma ferramenta de pesquisa", disse Morran à Folha.
O Caenorhabditis elegans pode ser hermafrodita ou macho. Numa população selvagem, entre 20% e 30% são machos. Mas, na presença da bactéria parasita coevoluindo, a frequência de reprodução via sexo passa a ser quase 90%. Os que fazem sexo com outros indivíduos apresentaram mais resistência.
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