Do UOL Notícias, no Rio de Janeiro
- A estudante de 18 anos afirmou ter matado o empresário em legítima defesa
Além disso, o advogado da ré manteve a estratégia referente à alegação de que Verônica tem problemas mentais e faz uso de remédios controlados – no entanto, um exame apresentado à Justiça descartou a tese durante a audiência de instrução e julgamento.
Já a promotoria alegou que o empresário foi morto "por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima". Na versão do Ministério Público, Verônica teria induzido o namorado a ingerir um antidepressivo antes de asfixiá-lo.Segundo as investigações da 77ª DP (Icaraí), a jovem chegou a pensar em contratar um matador de aluguel para tirar a vida do amante. Verônica também tentou comprar uma pistola por R$ 2 mil, de acordo com informações fornecidas por testemunhas. A motivação do crime, segundo a delegada do caso, Juliana Rattes, foi a revolta da estudante com o fim do relacionamento, já que Rodrigues era casado e desejava se reconciliar com a esposa.Em depoimento à polícia, Verônica afirmara que o amante teria consumido drogas antes da ida ao motel, mas os exames feitos pelo Instituto Médico Legal (IML) não apontaram o uso de narcóticos, apenas da substância que indica a ingestão de um antidepressivo.Além do indiciamento por homicídio triplamente qualificado, o Ministério Público chegou a denunciar a ré por ocultação de cadáver, mas a acusação foi descartada pela Justiça.A sessão ficou a cargo do juiz Peterson Barroso Simões, da 3ª Vara Criminal de Niterói, o mesmo magistrado responsável pelo processo sobre o assassinato da juíza Patrícia Acioli.
Crime no motel
O corpo de Rodrigues foi encontrado no dia 14 de maio por funcionários do motel Status, em Itaipu, na região oceânica de Niterói, um dia após o assassinato. Em depoimento, a estudante de 18 anos argumentou ter matado o empresário em legítima defesa, enforcando-o com um cinto.Segundo ela, o amante estava sob efeito de drogas e teria tentado estuprá-la, o que gerou uma reação instintiva. A polícia, porém, desconfiou da versão apresentada pela jovem, e ela foi presa dois dias depois do crime.A defesa alegou posteriormente que Verônica fora vítima de violência sexual quando tinha 7 anos, o que supostamente teria influenciado o ato criminoso. Além disso, o advogado Rodolfo Thompson argumentou que a jovem sofria de síndrome do pânico e faria uso de vários remédios controlados.
Os primeiros resultados periciais não indicaram marcas perceptíveis de estrangulamento. Segundo a polícia, a ausência de "sinais externos" desmentiram a versão da estudante, que disse ter utilizado um cinto para enforcar a vítima. De acordo com as investigações, Verônica também tentou "ocultar o cadáver", já que ela arrastou o corpo do empresário. No entanto, a Justiça não aceitou tal acusação.
Durante a reconstituição do crime, os peritos utilizaram um saco de areia com aproximadamente 90 kg (peso da vítima), além da picape branca usada por Verônica na noite do assassinato. Todas as etapas da simulação foram cronometradas e as conclusões confrontadas com os depoimentos colhidos pela polícia, em especial o da acusada.
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