sábado, 28 de janeiro de 2012

SP: cadela que teve pata colada com Super Bonder passará por cirurgia

A cachorra foi avaliada por veterinários da Unesp e passará por cirurgia. Foto: Géro Bonini/Especial para Terra A cachorra foi avaliada por veterinários da Unesp e passará por cirurgia
Foto: Géro Bonini/Especial para Terra

Géro Bonini /Direto de Botucatu
A cachorra Radija, da raça poodle, que teve a pata fraturada colada com Super Bonder por um veterinário de São Manuel, a 264 km de São Paulo, terá que passar por uma cirurgia. De acordo com o proprietário do filhote de quatro meses, José Luiz Padovan, a cadela foi levada ao Hospital Veterinário da Unesp de Botucatu nesta sexta-feira, onde por cinco horas foi feita a raspagem do pelo para retirar toda a cola e uma radiografia, que constatou a necessidade de uma intervenção cirúrgica."As pessoas que atenderam a Radija na Unesp disseram que o outro veterinário deveria ser preso. Falaram que nunca viram o que ele fez", lamentou Padovan. "Em função do tratamento errado que ela teve, com a pata colada contra o peito, terá que fazer uma cirurgia para resolver a fratura da pata e acabar com o risco de uma amputação", completou.Segundo o médico veterinário Carlos Roberto Teixeira, responsável pelo Departamento de Cirurgia de Animais da Unesp, a cirurgia já está marcada e acontecerá na próxima quarta-feira. "Fizemos uma nova radiografia, que confirmou a fratura no membro anterior. Agora, ela passará pelo procedimento normal em casos como este, que é a cirurgia para imobilização interna", explicou.
O médico veterinário Airton Romão, responsável por utilizar a cola instantânea para imobilizar a pata fraturada da cachorra, colando o membro contra o peito do animal, segue investigado pela Polícia Civil de São Manuel, após o Boletim de Ocorrência de maus tratos e também pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), que abrirá uma sindicância. Segundo o CRMV, se for constatado que houve maus tratos ou negligência, Romão poderá ser advertido ou até ter seu registro suspenso.
Veterinário diz que já usou cola outras vezes
O veterinário Airton Romão, responsável pelo pela aplicação da cola instantânea, disse que é um procedimento comum no meio veterinário e afirmou que não cometeu crime. "Já fiz esse tipo de tratamento por diversas vezes. Sou formado há mais de 30 anos pela Faculdade de Medicina Veterinário da Unesp de Botucatu. Já tratei, com eficiência, desta maneira cabritos, aves e tartaruga. É algo comum para fraturas. O esparadrapo, tão utilizado na Medicina, também tem cola, mas é com menor intensidade. O que eu precisava neste caso era algo mais forte e utilizei o Super Bonder, com consentimento da proprietária do animal. Mas essa cola deveria ter ficado 30 dias, agora não sei a maneira que foi retirada da cachorrinha, que certamente deve ter ficado machucada", afirmou.
Ele não concordou com a acusação de maus-tratos. "Maus-tratos? Para mim é o contrário. Estava cuidando do animal, mas depois o caso foi passado para outro veterinário, que assumiu as responsabilidades", disse.
De acordo com o grupo de docentes da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp de Botucatu, que afirmaram que existem trabalhos na literatura veterinária sobre o uso de colas instantâneas em fraturas, mas todos em caráter experimental e com resultados controversos.

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