sábado, 19 de maio de 2012

Contos de Poe inspiram crimes em "O Corvo"; conheça outros filmes baseados em sua obra

Natalia Engler
Do UOL, em São Paulo

  • John Cusack em cena de O Corvo, de James McTeigue John Cusack em cena de "O Corvo", de James McTeigue
O americano Edgar Allan Poe (1809-1849) é considerado um mestre das histórias macabras e de mistério e sua obra já serviu de inspiração para o cinema inúmeras vezes. Desde os primórdios do cinema, trabalhos de Poe já serviram de base para mais de 200 produções, entre programas de TV, curtas e longas-metragens. Mas em “O Corvo”, é a própria vida do poeta que inspira a história – o filme cria uma fantasia em cima do que teria acontecido nos dias que precedem a morte do escritor, que é cercada por mistério. Sabe-se apenas que ele foi descoberto nas ruas de Baltimore em estado de delírio e grande estresse, vestindo roupas de outra pessoa e repetindo o nome Reynolds. Ele morreu pouco tempo depois em um hospital, sem nunca ter explicado o que aconteceu. No filme, uma série de assassinatos inspirados na obra de Poe é a explicação encontrada para seus últimos dias.

"Murders in Rue Morgue" (1932), de Robert FloreyCom Bela Lugosi, o filme se inspira no conto "Assassinatos na Rua Morgue" para retratar um homem que faz experimentos com mulheres, tentando provar o parentesco entre homens e macacos Divulgação
Conheça algumas das obras de Poe que servem de inspiração ao serial killer de “O Corvo”.

“Assassinatos na Rua Morgue” (Em “Assassinatos na Rua Morgue”, L&PM Pocket, 2002)
Em uma casa na rua Morgue, em Paris, gritos terríveis atraem a vizinhança. No quarto andar, encontram um quarto com a porta e as janelas trancadas por dentro, em estado de completa desordem. Depois de alguns exames, encontram o cadáver da filha da dona da casa entalado na lareira, de ponta cabeça, e muito machucado. O corpo da mãe é encontrado no pátio, com a garganta cortada. Os investigadores não conseguem entender como o assassino pode ter fugido com as janelas e a porta trancadas.
 
“O Poço e o Pêndulo” (Em “Histórias Extraordinárias”, Companhia de Bolso, 2008)
Durante a Inquisição espanhola, um narrador é condenado por um tribunal e jogado em uma cela escura. Ele acorda amarrado a uma prancha de madeira e, quando olha para cima, vê um pêndulo em forma de foice, preso a um mecanismo que faz com que ele desça um pouco cada vem que balança, aproximando-se cada vez mais de seu corpo.
 
“A Máscara da Morte Rubra” (Em “Histórias Extraordinárias”, Companhia de Bolso, 2008)
Para escapar da Morte Rubra, uma terrível praga, o príncipe Prospero e outros nobres se refugiam em uma abadia fortificada, indiferentes ao sofrimento do resto da população. Um dia, Prospero resolve realizar um baile de máscaras. Na batida da meia-noite, aparece uma figura vestida com uma capa preta respingada de sangue, usando uma máscara com a aparência de um cadáver. Prospero persegue o visitante indesejado, mas, quando o encurrala e a figura o olha de frente, ele cai morto. Enraivecidos, os outros nobres perseguem o visitante, até que se dão conta de que ele é a própria Morte Rubra.
 
“O Mistério de Marie Rogêt” (Em “O Mistério de Marie Roget”, L&PM Pocket, 2012)
O corpo de Marie Rogêt, funcionária de uma loja de perfumes de Paris, é encontrado no rio Sena três dias depois de seu desaparecimento. A jovem tem o rosto coberto de sangue, sinais de estrangulamento e marcas de cordas nos pulsos. Os jornais dão ampla cobertura ao caso, mas o tempo passa e a polícia não consegue encontrar o assassino.
 
“Os Fatos que Envolveram o Caso de Mr. Valdemar” (Em “Assassinatos na Rua Morgue”, L&PM Pocket, 2002)
Um narrador apresenta um experimento feito com seu amigo, Ernest Valdemar, um escritor cuja morte por tuberculose deve acontecer em muito breve. O narrador quer observar o que acontece com um corpo posto em um tipo de hipnose depois da morte. Em transe, Valdemar narra o momento de sua morte e é mantido nesse estado por sete meses. O narrador decide acordar Valdemar e faz perguntas que são respondidas, aparentemente, pela língua escurecida e inchada do escritor.
 
“O Barril de Amontillado” (Em “Histórias Extraordinárias”, Companhia de Bolso, 2008)
Montresor narra a história de sua vingança contra Fortunato, em uma cidade italiana não identificada. Montresor atrai Fortunato para a adega de seu palácio dizendo que adquiriu um barril de um xerez muito especial. Lá, ele embebeda o amigo e o acorrenta a uma catacumba, que depois fecha com pedras, deixando Fortunato para morrer.

John Cusack invade carruagem em cena de "O Corvo"

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