O diretor e roteirista Oren Peli, tido como novo rei do terror em
Hollywood graças ao grande êxito de "Atividade Paranormal" e suas
continuações, estreia nesta sexta-feira nos Estados Unidos seu novo
projeto, "Chernobyl Diaries", e confessa à Agência Efe que não gosta de
"sentir medo" na vida real.
"Pessoalmente, não gosto de sentir medo", disse o diretor israelense
entre risos. "Parece-me muito mais divertido aterrorizar as pessoas",
acrescentou Peli, que em 2009 alcançou um grande êxito nas bilheterias
com "Atividade Paranormal", um filme que contou com um orçamento de US$
15 mil e arrecadou quase US$ 200 milhões.O segundo e o terceiro filme da saga, que estrearam em 2010 e 2011,
respectivamente, elevaram a receita desta série aos US$ 600 milhões.Assim como em seus filmes anteriores, Peli segue filmando com atores
desconhecidos em "Chernobyl Diaries". No entanto, desta vez, o diretor
aposta mais na linha do documentário e não usa o recurso do "found
footage" ("material achado", em livre tradução), um gênero que nasceu
com "A Bruxa de Blair"."Originalmente pensamos fazer assim, mas depois vimos que não fazia
sentido. Quando forçamos essa técnica, ela acaba não funcionando. Desta
forma, optamos por rodá-lo com naturalidade e improvisação, como os
filmes de Paul Greengrass. Queríamos que tivesse um aspecto mais próximo
do real possível", apontou Peli, roteirista e produtor do filme.Em "Chernobyl Diaries", do estreante Brad Parker, um grupo de seis
excursionistas decide fazer uma visita guiada à cidade fantasma de
Prípiat, onde viviam os trabalhadores da central de Chernobyl antes do
desastre nuclear ocorrido há 25 anos.No entanto, após uma breve prospecção da cidade abandonada, os excursionistas descobrem que não estão tão sós como achavam.
"Nunca tinha ouvido falar dessa cidade até encontrar um material
gráfico na internet", comentou o cineasta. "Li sobre os níveis de
radiação que ainda existem e sobre as visitas supostamente seguras que
são oferecidas pelas guias turísticos. Me pareceu um tema fascinante
para um filme de terror", explicou Peli."Gente perdida e sem ter com quem contar. Pensam que estão sós, mas
começam a ouvir gritos de algo que não sabem o que é. Isso me faz
parecer aterrorizante", acrescentou o diretor.
No dia 26 de abril de 1986 explodiu o reator número quatro da usina
nuclear de Chernobyl. A usina ucraniana espalhou até 200 toneladas de
material fusível, com uma radioatividade equivalente a 500 bombas
atômicas de Hiroshima, que afetou mais de 5 milhões de pessoas,
principalmente na Rússia, Ucrânia e em Belarus.O elenco, como prefere Peli nestes casos, volta a centrar nomes pouco familiares."Estamos fazendo filmes de baixo orçamento e, por isso, não podemos
contar com gente famosa. Mas, em todos os casos, é melhor assim. Com
atores menos reconhecidos, o publico se identifica de uma maneira mais
fácil. Assim, eles pensam que o que estão assistindo poderia ocorrer com
qualquer um, seja amigos ou vizinhos", declarou.
O próprio Peli reconhece não ser valente o suficiente para provar uma
experiência com está, mas garante que possui coragem para saltar de
pára-quedas e nadar com tubarões em Bora-Bora.
"Eu gosto do risco controlado. Ou seja, o que parece arriscado, mas não
é", indicou o cineasta, que deverá lançar a quarta sequência de
"Atividade Paranormal" em outubro deste ano. Até lá, Peni afirma que
seguirá focado no seu segundo longa-metragem como diretor, "Área 51"."O que ocorreu comigo é definitivamente algo incrível, surrealista.
Meus desejos para meu primeiro filme se limitavam a conseguir que ele
estreasse e tivesse certo êxito. Mas ser testemunha deste fenômeno e do
nascimento de uma franquia me parece ainda mais incrível. Ainda me sinto
aflito com isso", finalizou.
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