quinta-feira, 24 de maio de 2012

Diretor de "Atividade Paranormal" lança novo filme de terror nos EUA

O diretor e roteirista Oren Peli, tido como novo rei do terror em Hollywood graças ao grande êxito de "Atividade Paranormal" e suas continuações, estreia nesta sexta-feira nos Estados Unidos seu novo projeto, "Chernobyl Diaries", e confessa à Agência Efe que não gosta de "sentir medo" na vida real.
"Pessoalmente, não gosto de sentir medo", disse o diretor israelense entre risos. "Parece-me muito mais divertido aterrorizar as pessoas", acrescentou Peli, que em 2009 alcançou um grande êxito nas bilheterias com "Atividade Paranormal", um filme que contou com um orçamento de US$ 15 mil e arrecadou quase US$ 200 milhões.O segundo e o terceiro filme da saga, que estrearam em 2010 e 2011, respectivamente, elevaram a receita desta série aos US$ 600 milhões.Assim como em seus filmes anteriores, Peli segue filmando com atores desconhecidos em "Chernobyl Diaries". No entanto, desta vez, o diretor aposta mais na linha do documentário e não usa o recurso do "found footage" ("material achado", em livre tradução), um gênero que nasceu com "A Bruxa de Blair"."Originalmente pensamos fazer assim, mas depois vimos que não fazia sentido. Quando forçamos essa técnica, ela acaba não funcionando. Desta forma, optamos por rodá-lo com naturalidade e improvisação, como os filmes de Paul Greengrass. Queríamos que tivesse um aspecto mais próximo do real possível", apontou Peli, roteirista e produtor do filme.Em "Chernobyl Diaries", do estreante Brad Parker, um grupo de seis excursionistas decide fazer uma visita guiada à cidade fantasma de Prípiat, onde viviam os trabalhadores da central de Chernobyl antes do desastre nuclear ocorrido há 25 anos.No entanto, após uma breve prospecção da cidade abandonada, os excursionistas descobrem que não estão tão sós como achavam.
"Nunca tinha ouvido falar dessa cidade até encontrar um material gráfico na internet", comentou o cineasta. "Li sobre os níveis de radiação que ainda existem e sobre as visitas supostamente seguras que são oferecidas pelas guias turísticos. Me pareceu um tema fascinante para um filme de terror", explicou Peli."Gente perdida e sem ter com quem contar. Pensam que estão sós, mas começam a ouvir gritos de algo que não sabem o que é. Isso me faz parecer aterrorizante", acrescentou o diretor.


No dia 26 de abril de 1986 explodiu o reator número quatro da usina nuclear de Chernobyl. A usina ucraniana espalhou até 200 toneladas de material fusível, com uma radioatividade equivalente a 500 bombas atômicas de Hiroshima, que afetou mais de 5 milhões de pessoas, principalmente na Rússia, Ucrânia e em Belarus.O elenco, como prefere Peli nestes casos, volta a centrar nomes pouco familiares."Estamos fazendo filmes de baixo orçamento e, por isso, não podemos contar com gente famosa. Mas, em todos os casos, é melhor assim. Com atores menos reconhecidos, o publico se identifica de uma maneira mais fácil. Assim, eles pensam que o que estão assistindo poderia ocorrer com qualquer um, seja amigos ou vizinhos", declarou.
O próprio Peli reconhece não ser valente o suficiente para provar uma experiência com está, mas garante que possui coragem para saltar de pára-quedas e nadar com tubarões em Bora-Bora.
"Eu gosto do risco controlado. Ou seja, o que parece arriscado, mas não é", indicou o cineasta, que deverá lançar a quarta sequência de "Atividade Paranormal" em outubro deste ano. Até lá, Peni afirma que seguirá focado no seu segundo longa-metragem como diretor, "Área 51"."O que ocorreu comigo é definitivamente algo incrível, surrealista. Meus desejos para meu primeiro filme se limitavam a conseguir que ele estreasse e tivesse certo êxito. Mas ser testemunha deste fenômeno e do nascimento de uma franquia me parece ainda mais incrível. Ainda me sinto aflito com isso", finalizou.

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