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Os atores Omar Sy e François Cluzet em cena do filme "Les Intouchables"
"Se pudesse escolher, gostaria que Meryl Streep fizesse meu papel", disse um sorridente Sy à Agência Efe. "Ela é capaz de tudo, portanto, por que não esse papel? Do 'remake' não espero nada, mas estou muito curioso. Será preciso ver como ele irá capturar a dimensão social do nosso filme", assinalou.Por enquanto, os irmãos Weinstein, que compraram os direitos para a versão americana, começaram a negociar com o diretor Paul Feig ("Missão Madrinha de Casamento") e o ator Colin Firth para o papel do outro protagonista: o milionário tetraplégico.A expectativa é que as filmagens comecem no final do ano.O filme, candidato a nove prêmios César da Academia de Cinema da França, é uma comédia sobre amizade, confiança e relações humanas. Uma história que faz o espectador sentir-se bem, especialmente graças à química entre os personagens de François Cluzet e Sy, que interpretam, respectivamente, um tetraplégico e seu acompanhante, um jovem da periferia que tem origem senegalesa.Sy, vencedor do César de melhor ator por seu papel no filme original, também foi criado nos subúrbios de Paris.
"Driss é quem eu sou, o que sei, o que sinto. Trouxe esse entendimento do personagem, suas reflexões, seus pensamentos, os códigos que existem nesse mundo. Como reagir à lógica que o cerca, são sensações que já vivi. Sei o que são e senti uma conexão com elas", afirmou.O filme, baseado nas vivências do aristocrata Philippe Pozzo di Borgo e do argelino do subúrbio Abdel Sellou, registradas no documentário "À la Vie, à la Mort", presenteia Sy com um personagem que mudou sua carreira. Ex-presidiário na África, o extrovertido ator está sempre com um sorriso no rosto.
"Não deixa de ser surpreendente estar aqui, falando com jornalistas americanos", comentou Sy, com uma verdadeira sensação de entusiasmo. "É algo muito agradável, genial, mas é tudo consequência do filme e da mensagem que ele passa. O sucesso é sempre um prazer, mas sei que devo isso ao filme", explicou.O ator reconheceu que durante a gravação estava consciente de que se tratava de um material "especial", apesar de nunca ter imaginado a tremenda repercussão que o filme alcançaria, arrecadando mais de US$ 330 milhões no mundo todo."Senti que estava embarcado em algo extraordinário, mas não era capaz de descrever isso. Não sei como se chegou a essa conexão tão forte com o público, porque não estou desse lado da tela, mas me dediquei 200% ao projeto porque sua história me emocionou profundamente. Queria divulgar sua mensagem de forma clara", indicou.
A temática do filme, tratada com um humor fresco e irreverente, embora também criticada como racista por algumas de suas cenas, fez com que surgissem comparações com obras como "O Discurso do Rei", "Conduzindo Miss Daisy" e "Perfume de Mulher", especialmente pelo otimismo com o qual retrata a situação de um protagonista portador de deficiência."François é um grande ator. Já sabia disso antes, mas durante as gravações vi o quanto ele tinha para ensinar. Antes de começar, disse que atuaria para mim e que eu atuaria para ele. Isso me tirou muita pressão. Tinha medo de não estar a sua altura, mas sua mensagem me ajudou. É como no filme: somos todos iguais", explicou.
Sy, que acaba de assinar com a agência de representação UTA, nos EUA, atualmente está filmando "L'Écume des jours", de Michel Gondry, filme em que atua ao lado de Audrey Tatou.
"Quero continuar fazendo filmes que me interessem, que me divirtam e, sobretudo, com os quais possa comunicar coisas de forma profunda", conclui o ator.
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