sábado, 14 de julho de 2012

Justiça dos EUA dá à avó chance de voltar a ver Sean Goldman

A divisão de apelações da Corte Superior de Nova Jersey, nos EUA, decidiu que Silvana Bianchi, avó do menino Sean Goldman, 12, poderá continuar sua disputa na Justiça norte-americana para obter o direito de visitar o neto.
Três juízes da Corte sugeriram que Silvana e David Goldman, pai de Sean, tentem um acordo que garanta a visitação da avó brasileira.
Caso não consigam, os juízes norte-americanos determinaram que seja realizada uma nova audiência no caso.
Sean é filho de Bruna Bianchi, que morreu no parto do segundo filho, em 2008, quando já não queria voltar aos EUA.
É a primeira vez que Silvana consegue uma decisão favorável da Justiça americana desde que o neto foi levado de volta para os EUA, no Natal de 2009.
Rafael Andrade 20.dez.2012/Folhapress
Silvana Bianchi, avó de Sean, em seu apartamento no Jd. Botânico, na zona sul do Rio
Silvana Bianchi, avó de Sean, em seu apartamento no Jd. Botânico, na zona sul do Rio
Informada pela Folha da decisão da Justiça norte-americana, Silvana Bianchi disse que essa era "a melhor notícia em muitos anos".
A advogada de David Goldman, Patrícia Apy, não respondeu aos pedidos de entrevista feitos pela Folha.
DISPUTA
Nascido nos Estados Unidos, Sean veio ao Brasil em 2004 com a mãe, Bruna Bianch, que morreu em 2008. O menino era criado pelo padrasto e pelos avós maternos.
Desde a morte de Bruna, David Goldman e a família brasileira disputam a guarda do menino. O caso ganhou repercussão internacional e envolveu até a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que cobrou das autoridades brasileiras a devolução do garoto para o país.
Goldman vivia com a brasileira em Nova Jersey desde 1999 --o filho nasceu em 2000. Segundo ele, em 2004, Bruna levou o menino ao Brasil de férias, mas ao chegar ao país avisou que queria o divórcio e que manteria o filho no Rio. Para o pai, o menino foi sequestrado e foi mantido ilegalmente no Rio com os avós.
Reprodução/Dateline/NBC
O menino Sean Goldman
O menino Sean Goldman
Depois que ordem de 2004 da Justiça de Nova Jersey para devolução do garoto não foi cumprida, Goldman notificou o Departamento de Estado dos EUA. Ele também entrou com um processo no Brasil.
Entretanto, Bruna --que se casou novamente--, morreu no parto de sua filha com o segundo marido, em 2008. O padrasto, João Paulo Lins e Silva, assumiu a disputa judicial pela criança.
Os advogados de Lins e Silva argumentaram na Justiça que não há, no caso, desrespeito à Convenção de Haia --como alegou Goldman--, acordo internacional relativo à proteção de crianças e à cooperação sobre adoção. Por ter saído dos EUA acompanhado da mãe, e por ser brasileiro, não teria havido sequestro.
Sean voltou aos Estados Unidos graças a uma decisão do então presidente do STF, Gilmar Mendes, que suspendeu uma liminar que garantia a permanência do menino no Brasil. Sean deixou o Brasil na véspera de Natal de 2009.
Em maio deste ano os advogados de Silvana Bianchi, disseram que ela aceitaria encerrar a disputa jurídica com o pai do garoto se fosse retirada da exigência de pagamento para os advogados de David Goldman, pai de Sean.

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