quarta-feira, 25 de julho de 2012

Morte é elemento em livro de Paulo Coelho: "se vier amanhã, será bem-vinda"

O livro chega às lojas nesta quarta (25). Foto:  Divulgação
O livro chega às lojas nesta quarta (25)
Foto: Divulgação

Dois anos depois de O Aleph, Manuscrito Encontrado em Accra, novo livro de Paulo Coelho, chega às lojas nesta quarta-feira (25) com muita expectativa por parte dos leitores. No livro, o escritor transcreve um manuscrito de 1307 que foi encontrado em 1974 no Egito por um arqueólogo inglês. É uma ficção, claro, mas o próprio autor garante que há muito de verdade na história. O autor falou sobre a nova obra, a morte e futuro dos livros.
"É uma história baseada em valores, e valores nunca são ficção. Eles atravessam os tempos. O livro não pretende explicar ou descrever valores, mas sim ver como as perguntas que tínhamos há mil anos permanecem vivas, como elas seriam explicadas há mil anos e como são explicadas hoje", diz Coelho.
O escritor contou ainda que a morte é um elemento muito presente no livro por conta de uma experiência que teve em novembro de 2011. "Quando o médico me falou, em 30 de novembro de 2011, que eu ia morrer, que a Indesejada das Gentes ia chegar, não tive muito tempo para pensar. Ou eu operava na hora ou morria. Dois dias depois, me submeti a um cateterismo. Mas eu vivi tudo o que tinha que viver. Tive uma juventude espetacular, ao meu lado dorme a mulher que eu amo e amarei sempre e consegui ser bem-sucedido na coisa que eu sonhava: ser escritor. Então, se a Indesejada das Gentes vier amanhã, ela será bem-vinda", garantiu.
Em Manuscrito Encontrado em Accra, aparecem frases e expressões de Manuel Bandeira, de Shakespeare e da Bíblia, indícios de algumas das leituras de Paulo Coelho. "O Kindle não sai da minha cabeceira. Nele há coisas que eu sempre releio, como Jorge Luis Borges e a Bíblia. Também gosto muito de William Blake. Ler, pra mim, é um dos grandes prazeres da vida", contou.
Adepto da leitura em plataformas digitais, o escritor, no entanto, não acredita no fim do livro. "O futuro do livro passa por outras plataformas. Quer dizer, haverá o suporte eletrônico, haverá o suporte das redes sociais, teremos muitas maneiras de escrever. Mas o livro nunca vai deixar de existir. As novas tecnologias e as tradições orais devem e podem conviver", opina. "A literatura passa por uma mudança radical de estilo. A maior parte dos chamados intelectuais consagrados não está vendo isso", completa.
Ao contrário das obras anteriores de Coelho, Manuscrito tem uma narrativa não linear. São dissertações sobre o amor, o sexo, o trabalho, os falsos amigos, a inércia ante as mudanças, o medo da solidão, o que aproxima o autor cada vez mais do gênero da autoajuda. Sempre no limite entre a ficção e a autoajuda, Paulo Coelho foi traduzido em mais de 150 países e traduzido em 71 idiomas. Entre seus maiores sucessos estão O Alquimista, considerado o livro brasileiro mais vendido de todos os tempos, e O Diário de um Mago.

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