segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Globo e NHK iniciam teste com nova tecnologia de televisão ultra HD

Técnicos brasileiros e japoneses gravaram desfiles do Rio no padrão 8K. Sistema capta imagens 16 vezes mais nítidas que as atuais.

Cristina Indio do Brasil Do G1 Rio


Tela instalada no Sambódromo mostra imagens captadas no padrão 8K (Foto: Cristina Indio do Brasil/G1) Técnicos da TV Globo e da emissora japonesa NHK realizaram na noite deste domingo (10) a primeira captação de imagens no padrão UHDTV (Ultra High Definition Television) em 8K, no Brasil. O teste foi feito na primeira noite de carnaval do Grupo Especial do Rio e será complementado com novas gravações na noite desta segunda, quando se encerram os desfiles. A tecnologia 8K mostra imagens 16 vezes mais nítidas do que o padrão atual de alta definição  e tem o objetivo de dar ao telespectador uma sensação de "imersão", de estar dentro da tela. As primeiras transmissões de imagens com a nova tecnologia estão previstas para 2016, no Japão, mas ainda não há previsão de quando TVs 8K estarão à venda em lojas. Para o teste no Rio durante o carnaval, a NHK trouxe 6 toneladas de equipamentos, sendo duas câmeras especiais: uma ficou na lateral da avenida e outra no centro do Sambódromo.
A captura de áudio foi feita em 22,2 canais (o padrão atual é de 5,1 canais). As imagens captadas foram exibidas em uma sala nos bastidores do Sambódromo em uma TV vinda do Japão que ainda não está disponível comercialmente (veja foto acima). Para reproduzir as imagens na tela, de 85 polegadas, foi feita uma adaptação por meio de 16 cabos HD. As imagens do carnaval brasileiro farão parte de um programa que a NHK exibirá em março no Japão sobre o UHDTV. A Globo prevê mostrar a experiência em feiras do setor. "Esse material vai ser usado para demonstrar os equipamentos dessa tecnologia ao longo dos próximos tempos, porque essa tecnologia ainda está em evolução. O material vai ser mostrado em feiras de televisão", diz a diretora de engenharia de telecomunicação e afiliadas da TV Globo, Liliana Nakonechnyj.

Na avaliação dela, há uma tendência de aumentarem cada vez mais as telas nas residências. Hoje os televisores mais vendidos são os de 32 e 40 polegadas; no passado eram de 14 e 20. "Há uma tendência nítida de aumento das telas. À medida que as telas vão aumentando, é preciso ter cada vez mais pontos de imagem para que se tenha uma imagem boa. Por isso, o desenvolvimento dessa tecnologia", disse. Ainda não se tem uma expectativa de quando esse equipamento entrará no mercado para venda ao consumidor. Segundo o diretor da Divisão de Planejamento do Departamento de Administração de Engenharia da NHK, Kohji Mitani, a empresa pensa em utilizar a tecnologia junto com a TV Globo nas Olimpíadas de 2016 no Rio. "Nós precisamos colaborar com a TV Globo, e os Jogos Olímpicos são um bom momento", disse. O engenheiro disse que esta é uma tecnologia que vem sendo desenvolvida para avançar no sistema atual, mas ele acredita que a mudança para o consumidor será demorada. "Isso será feito passo a passo. As empresas de televisão pensam em progressos em tecnologias e em mudanças", explicou. Para Liliana Nakonechnyj, o consumidor está cada vez mais exigente. "A qualidade em televisão é cada vez maior e as pessoas se acostumam com essa tecnologia", afirmou. Ela explicou que a tecnologia é desenvolvida para telas maiores e para dar uma sensação de envolvimento de quem está diante da televisão. "É como se o telespectador estivesse dentro do evento que está sendo transmitido. Quando senta na frente dessa tela você tem uma sensação de profundidade enorme", esclareceu Liliana, acrescentando que o som também é um diferencial nesse sistema. "Hoje o som é em 5.1 canais. Para esta tecnologia é em 22.2 canais. Isso importa muito porque você fica completamente envolvido pelo som", explicou.

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