quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Mulher que expôs amante do marido na internet deve pagar R$ 67,8 mil

Caso ficou conhecido na web como "sorocabarraco". Autora do vídeo foi condenada por danos morais.

Luana Eid Do G1 Sorocaba e Jundiaí

O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou Vivian Oliveira, uma das protagonistas do caso de traição que ficou conhecido na internet como “sorocabarraco”, a pagar R$ 67,8 mil a Juliana Cordeiro por danos morais. A decisão foi tomada em segunda instância, depois do pedido ter sido indeferido pela Justiça de Sorocaba (SP). Em 2010, Vivian reuniu um dossiê para comprovar a traição do marido, Cícero Oliveira, com a então melhor amiga, Juliana. Com essas provas e depois de ler mensagens na internet entre os dois supostos amantes, Vivian gravou um vídeo em que ela agride, verbal e fisicamente, Juliana. O vídeo teve centenas de milhares de acessos na internet e ganhou várias versões. Nesta decisão, o advogado de Juliana, Márcio Leme, salienta que não foi levado em consideração o fato do adultério ter ocorrido ou não, e sim a exposição de Juliana. 'Foi uma reação fria', diz mulher que gravou briga com amante do marido

Uma entrevista cedida ao Fantástico na época foi utilizada pela autoria da ação para dar embasamento à decisão. Segundo Márcio, o pedido de indenização foi baseado no vídeo com as agressões e na repercussão do caso na imprensa. “Vivian, na época utilizou a imprensa para dizer que tomou a atitude por vingança, com o objetivo de denegrir a imagem da minha cliente. Essas declarações foram levadas em conta, mas o fato de expor o vídeo na internet foi o fator determinante para a decisão”, explica o advogado. De acordo com Márcio, a decisão foi negada em Sorocaba por ser considerada “briga de família”. O G1 teve acesso ao acórdão dado pela 8ª Câmara de Direito privado do Tribunal de Justiça de São Paulo. A decisão cita que a ré, "com perfeita consciência de seus atos", é condenada ao pagamento de 100 salários mínimos a títulos de danos morais. O acórdão diz que Vivian "sabia perfeitamente o que estava a fazer e postou pesadas ofensas contra a autora na internet". A decisão também diz que, mesmo que as queixas da autora da agressão fossem verdadeiras, ela não tinha o direito de difamação. "Agiu traiçoeiramente (...), convidou-a à sua residência, posicionou câmera oculta, com captação de som e imagem, depois divulgou tudo pela internet", diz o documento. Em entrevista exclusiva ao G1, Vivian disse que ainda pensa se vai recorrer ou não da decisão. “Não me vinguei, apenas foi a maneira que encontrei para resolver a situação”, disse. Questionada sobre se, hoje, três anos após a suposta traição, faria a mesma coisa, Vivian analisa com mais calma. “Não sei se fiz certo ou errado, mas sei que hoje isso não aconteceria mais. Amadureci e estou mais vivida”, comenta a advogada, que diz ainda sofrer as consequências de tanta exposição.

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