quinta-feira, 26 de maio de 2011

EDUCAÇÃO FALIDA-Violência em sala de aula vira caso de polícia em duas escolas públicas

Um professor é acusado de dar um soco num aluno de 14 anos. Em outra escola, estudante sai algemado da sala por discutir com o vice-diretor.

 
 
Um aluno filmou o momento em que o colega sai algemado da sala de aula. Adalto da Cruz da Luz, de 20 anos, estuda no segundo ano do ensino médio de uma escola pública, em Curitiba. O motivo da prisão: agressão verbal ao vice-diretor. A gravação registra a revolta de uma professora com a ação dos policiais.
O vice-diretor Clédison Gama não quis gravar entrevista, mas conversou com a nossa equipe. Ele disse que estava cansado de ser xingado pelo aluno, muitas vezes na frente de outras pessoas. Quando todas as tentativas de diálogo se esgotaram, ele chamou a polícia."Ele escreveu que eu estava sentado de forma indevida na sala. Eu chamei ele de mentiroso na frente de uma pedagoga e de uma professora que estava escrevendo o que ele estava ditando. Ele diz que eu desacatei a autoridade dele ", conta o aluno.“Foi no momento da chegada da equipe que houve o desacato, em razão disso ele recebeu voz de prisão e foi encaminhado”, explica o policial David Damael.Desacato a funcionário público é um crime que prevê prisão de seis meses a dois anos ou multa. Adauto da Luz passou três horas na delegacia e foi liberado.Em Salvador, outra discussão em escola virou caso de polícia. Alunos de uma escola estadual acusam um professor de agredir um estudante de 14 anos com um soco. O motivo da discórdia? Uma caixa de som ligada durante o recreio.
“Ele passou por mim e pediu a caixa de som. Eu falei que não ia dar. Ele começou a apertar meu braço e dizer que ia me levar pra direção. Eu falei que não ia ficar por isso mesmo, não. Quando eu falei isso, ele me deu um murro no peito”, relata o aluno.O professor Lázaro Esteves dos Santos não quer mostrar o rosto. Nega a agressão e diz que foi ameaçado pelo estudante. "Não agredi ele em momento nenhum. Ele veio com palavras, ofensas, entendeu? Desacatando. E me ameaçou, dizendo que isso não ia ficar assim.”A psicóloga Maria Elizabeth Haro afirma que as discussões entre professores e alunos só deveriam chegar à polícia em último caso. E só se existir ameaça à vida, mas adverte. “Professor não pode se deixar expor a esse tipo de situação. O que ele pode fazer nesse momento é buscar auxílio entre os seus colegas, seus superiores, relatar o que está acontecendo e junto, em equipe, tomar uma providência.”Além disso, ela diz que o ideal seria que cada escola tivesse um psicólogo ou outro profissional preparado para evitar situações em que a polícia precisasse ser chamada.

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