quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Ritual usa exorcismo para falar de fé; assista entrevista com Alice Braga

Histórias de exorcismos volta e meia aparecem nos cinemas, na maioria das vezes com a intenção de se tornar um terror barato e não um drama psicológico (com exceção, claro, da obra-prima O Exorcista). Esse não parece ser o caso de O Ritual, filme com Anthony Hopkins e a brasileira Alice Braga que estreia nesta sexta-feira nos cinemas (acima você assiste a uma entrevista em vídeo com a atriz).
A graça da história está justamente na drama psicológico de Michael Kovak, interpretado pelo irlandês Colin O'Donoghue conhecido por sua participação na série The Tudors. Ele resolve parar de trabalhar com o pai Istvan Kovak (Rutger Hauer, holandês famosos por seus papéis em Blade Runner e O Feitiço de Áquila) na agência funerária familiar e encontra na Igreja seu refúgio. Mas não pela fé, e sim para concentrar-se nos estudos e depois abandonar a prometida vocação.Próximo a chegada da ordenação, ele resolve mandar um e-mail para o padre Matthew (Toby Jones) porque não consegue lidar com as obrigações da Igreja católica e descobriu-se um homem de pouca fé. Após um acidente, o religioso enxerga no seminarista alguém com toda a vocação e, durante uma conversa com ele, resolve enviá-lo para o Vaticano para um curso sobre exorcismos e diz que ao término, pode largar o celibato se quiser. Porém, essa é a porta de entrada do agnóstico ao mundo obscuro dos espíritos do mal.Lá, em Roma, ele conhece o padre nada ortodoxo (Anthony Hopkins), que até atende o celular durante sessão de exorcismo. Apesar de suas formas particulares de lidar com o assunto, Lucas Trevant é um homem sério e extremamente dedicado aos seus pacientes, a ponto de se recluir após a perda de algum deles. A atuação do veterano é impressionante, afinal todos sabemos o talento que tem para o terror - inclusive em alguns momentos do filme conseguimos visualisar o temível Hannibal Lectar de O Silêncio dos Inocentes, o que não é um ponto muito favorável a película. Durante todo percurso de Kovak, o roteirista Michael Petroni (As Crônicas de Nárnia) o coloca entre o real e o sobrenatural e o deixa naturalmente fazer seus questionamentos e ter suas paranoias e conflitos. E por falar em questões, várias sobre fé e ciência são levantadas no decorrer do filme. Em certos casos de exorcismo, julgado pelos párocos, são mesmo exorcismos? Ou tudo aquilo pode ser apenas um distúrbio psicológico? E o melhor, você termina sem ter aquela certeza absoluta da transformação do personagem. Ele continua humano, com seus erros e mistérios.A brasileira Alice Braga, na verdade, interpreta o próprio autor do livro, The Rite: The Making of a Modern Exorcist, Matt Baglio, no qual o filme foi baseado. Com a diferença de ser um personagem feminino e trazer um passado que faz a conexão exata com Michael. Mesmo aparecendo pouco, a escolha foi certa, já que a atriz tem um perfil de mulher forte e obstinada. Em um bate-papo expresso com o Portal Virgula, a atriz falou sobre sua personagem, as influências do diretor Mikael Håfström para a direção, o que mudou na sua fé e se chegou a ir a sessões de exorcismo. Assista abaixo:


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