sexta-feira, 18 de março de 2011

Jornalistas desaparecidos estão presos na Líbia, diz 'New York Times'

Quatro estavam sem dar notícias desde terça-feira no país em crise.Regime de Kadhafi prometeu que vai libertá-los em breve.

Do G1, com agências internacionais
O "New York Times" informou nesta sexta-feira (18) que seu quatro jornalistas, incluindo um vencedor do prêmio Pulitzer, que estavam desaparecidos na Líbia deste terça-feira, estão presos por forças do governo e serão libertados em breve.
"Os jornalistas do New York Times desaparecidos foram encontrados e serão libertados nesta sexta-feira", disse Robert Christie, porta-voz do diário, em uma mensagem no Twitter.
Bill Keller, editor-executivo, disse na quarta-feira que as autoridades líbias estavam tentando localizar os jornalistas.
Fotos dos quatro jornalistas desaparecidos: Tyler Hicks, Lynsey Addario, Stephen Farrell e Anthony Shadid. (Foto: AFP)Fotos dos quatro jornalistas desaparecidos: Tyler Hicks, Lynsey Addario, Stephen Farrell e Anthony Shadid. (Foto: AFP)
O jornal informou que entre os jornalistas desaparecidos está o chefe de redação do escritório de Beirute, Anthony Shadid, duas vezes vencedor do prêmio Pulitzer, o mais prestigiado do jornalismo americano.
Os outros são Stephen Farrell, um repórter e cinegrafista que foi sequestrado pelo Talibã em 2009 e resgatado por comandos britânicos, e dois fotógrafos, Tyler Hicks e Lynsey Addario, ambos com longa experiência em trabalhos no Oriente Médio e na África.Eles estão no país para cobrir os violentos confrontos entre tropas leais ao ditador Muammar Kadhafi e rebeldes oposicionistas que tentam derrubar o governo.Eles estavam perto da cidade portuária de Ajdabiya durante os combates entre rebeldes e forças do ditador.
Em uma entrevista divulgada nesta sexta-feira pela rede de televisão americana ABC News, Saif al Islam Kadhafi, um dos filhos de Kadhafi, admitiu que um dos jornalistas havia sido detido e seria liberado.

Muammar Kadhafi promete 'inferno' a quem atacar a Líbia

França prevê ataques 'em breve', após resolução da ONU.
Filho de ditador já havia dito que não tem medo de intervenção militar.

Da France Presse
O ditador líbio, Muamar Kadhafi, disse nesta sexta-feira (18) que transformará num inferno a vida de qualquer um que atacar o país, depois que a ONU autorizou ataques aéreos contra as forças do governo. O regime de 42 anos do ditador está há um mês massacrando a oposição que exige sua renúncia.
"Se o mundo ficou louco, nós também ficamos. Responderemos. Suas vidas se transformarão num inferno", disse Kadhafi, falando à rede de TV portuguesa RTP, poucas horas depois da aprovação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU autorizando ataques aéreos contra o país. "O que é este racismo? O que é este ódio? O que é esta loucura?", indagou Kadhafi.
Imagem da rede portuguesa mostra Kadhafi nesta quinta, em Trípoli (Foto: AP)
Imagem da rede portuguesa mostra Kadhafi nesta quinta, em Trípoli (Foto: AP)
O filho de Muammar Kadhafi, Saif al Islam, considerado sucessor do ditador, já havia dito nesta sexta que “não tem medo” de uma intervenção militar internacional. “Estamos em nosso país e com nossa gente. E não temos medo”, afirmou Saif al Islam Kadhafi, herdeiro político de seu pai, em declarações à emissora americana “ABC”, após a aprovação do texto da ONU.O Conselho de Segurança da ONU aprovou na quinta-feira uma resolução que permite "todas as medidas necessárias" para proteger áreas civis e exige um cessar-fogo de Muamar Kadhafi, que anunciou uma ofensiva militar contra Benghazi, a principal cidade dos rebeldes. O anúncio foi recebido com comemoração por milhares de manifestantes antigoverno na cidade.
Refugiados esperam para serem repatriados na fronteira da Líbia com a Tunísia. Mais de 250 mil pessoas já deixaram a Líbia desde fevereiro (Foto: Emilio Morenatti/AP)
Refugiados esperam para serem repatriados na fronteira da Líbia com a Tunísia. Mais de 250 mil pessoas já deixaram a Líbia desde fevereiro (Foto: Emilio Morenatti/AP)

Ação em breve
O porta-voz do governo da França, François Baroin, anunciou nesta sexta que os ataques contra a Líbia autorizados pela ONU acontecerão rapidamente e os militares franceses participarão nas ações. Ele, no entanto, se negou a revelar quando, como e os alvos das ações.
"A intervenção não é uma ocupação do território líbio, e sim um dispositivo de índole militar para proteger o povo líbio e permitir que coroe seu impulso de liberdade e, portanto, a queda do regime de Kadhafi", acrescentou. "Os franceses, que estiveram na vanguarda deste pedido (de intervenção) serão naturalmente coerentes com a intervenção militar e, portanto, participarão na operação".O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que Grã-Bretanha vai enviar aeronaves "nas próximas horas" para ajudar a impor a zona de exclusão aérea sobre a Líbia. Cameron também afirmou que o movimento é para salvar vidas e proteger as pessoas.Os governos do Qatar e da Noruega anunciaram na manhã desta sexta-feira que participarão nas operações internacionais, que incluem a implementação de uma zona de exclusão aérea.A Agência Europeia de Controle Aéreo (Eurocontrol) anunciou nesta sexta a proibição de todos os voos para a Líbia e afirmou ainda que Trípoli negou ter fechado seu espaço aéreo.
* Com informações da Associated Press

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...