Alex Rodrigues /Da Agência Brasil
Em Brasília
A intensidade do terremoto de 8,9 graus na escala Richter que atingiu o Japão hoje (11) foi uma das experiências mais assustadoras já vivenciadas pela webdesigner Naomi Okano. Mesmo já tendo enfrentado outros tremores de terra ao longo dos 15 anos em que vive no país com um irmão e a cunhada e estando distante da região mais afetada, a jovem disse que nunca ficou tão abalada.
“Foi a primeira vez que eu, de fato, senti medo”, declarou Naomi ao narrar à Agência Brasil, por telefone, a sensação de estar em meio ao pior terremoto da história recente do Japão. Até agora, foram registrados cerca de 40 mortos e 40 desaparecidos. Não há registro de brasileiros entre as vítimas. Segundo a embaixada brasileira no Japão, 254 mil brasileiros vivem regularmente no país.De acordo com Naomi, ao menos na capital, onde a maioria das construções é projetada para suportar os terremotos, não houve tumulto. Ela se apressou a tranquilizar os brasileiros que têm parentes ou amigos no Japão.“As cenas que estão sendo exibidas são muito fortes, mas eu diria a todos que fiquem calmos porque, apesar de tudo, a maioria de nós está bem. Muitos só não conseguiram ainda fazer contato porque os telefones estão sobrecarregados e as operadoras de telefonia não estão conseguindo dar conta”, disse Naomi.
Segundo a jovem, embora as autoridades recomendem a quem estiver em local seguro que permaneça onde está e o serviço de trens tenha sido interrompido, quem tem família tenta voltar para casa de ônibus, táxi ou até mesmo caminhando. “Mas o povo japonês é muito educado e mesmo numa calamidade destas o que se vê é muita organização. As pessoas respeitam inclusive as filas nos pontos de ônibus”, destacou Naomi.
Alerta do Japão leva Chile a decretar estado de emergência
Renata GiraldiDa Agência Brasil
Em Brasília
"Eu peço para que todos chilenos permaneçam vigilantes e informados. Mas [peço também para que todos] continuem normalmente suas atividades diárias porque o governo está monitorando a situação e está preparado para tomar todas as medidas necessárias", disse o presidente, que visitou hoje o Instituto Nacional de Emergência (cuja sigla em espanhol é Onemi).
Terremoto no Japão deixa costa do Pacífico em alerta
Oficial orienta turistas no porto de Valparaiso, no Chile. O forte tremor que atingiu o Japão nesta sexta-feira gerou um alerta de tsunami para os países banhados pelo oceano Pacífico. O governo do Chile determinou a saída de moradores de áreas na costa que podem ser afetadas pelas ondas Ariel Marinkovic/AFP
Segundo o presidente, a cada duas horas será apresentado um relatório completo sobre a evolução do quadro no país. De acordo com ele, a situação na Ilha de Páscoa também está sob controle. Piñera disse ainda que todos os níveis de governo permanecerão em estado de alerta.Em 27 de fevereiro deste ano, o Chile relembrou um ano do pior terremoto seguido de tsunami vivido no país. Até hoje os chilenos trabalham na reconstrução do país.
Tsunami avançará por mais 5 horas, diz piloto brasileiro no Japão
JAMES CIMINO/DE SÃO PAULO
O tsunami originado pelos dois terremotos que atingiram o Japão nesta madrugada (horário de Brasília) continuará a avançar pelo país adentro por pelo menos mais quatro ou cinco horas.
A informação é do piloto brasileiro de Fórmula Nippon João Paulo Oliveira, que vive no país há sete anos e estava no autódromo de Suzuka (cerca de 400 km de Tóquio) testando seu carro quando o treino foi interrompido pelo alerta vermelho de terremoto. "Eu estava testando o carro quando recebemos um alerta vermelho. Então saímos dos boxes porque havia muitos galões de combustível. Em questão de minutos começou o tremor", disse Oliveira por telefone. Segundo ele, que conversou com a Folha por volta de meia-noite (horário de Suzuka, meio-dia em Brasília), várias emissoras de TV japonesas estão divulgando o aviso de que o tsunami continuará devastando o país.
"Agora é meia-noite aqui e não tem nem como fazer buscas. A guarda-costeira também não pode fazer nada porque as TVs estão avisando que o tsunami vai continuar entrando por pelo menos mais cinco horas. Foram mais de 15 tremores e dois terremotos, de magnitudes 7,9 e 8,8 [na escala Richter]."
Oliveira informou ainda que embora Suzuka não tenha sofrido grandes danos, está preocupado com a situação de Tóquio, onde mora. Em seu perfil no Twitter, o piloto informou que o supermercado que frequenta toda semana, Costco, "teve a rampa do estacionamento rachada e vários carros com pessoas vieram abaixo". Outra postagem no microblog do piloto relata "cenas fortíssimas" na TV. "Crateras se abrem no chão, prédios, pontes, construções, muita coisa no chão. Ondas enormes engolem casas!" Oliveira relatou ainda que as lojas de conveniência de Suzuka estão com seus estoques de água e alimentos praticamente esgotados devido à tragédia.
TREMOR
O tremor está sendo considerado o pior a atingir o país desde que começaram a ser feitos registros, no final do século 19, segundo o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês). O tremor foi seguido por mais de 50 réplicas, algumas delas de magnitude superior a 6,0. Cidades e vilarejos ao longo dos 2.100 quilômetros da costa leste do país foram afetadas por violentos tremores que atingiram até a capital, Tóquio, localizada a 373 quilômetros de distância do epicentro. A polícia informou oficialmente 60 mortos e 56 pessoas desaparecidas. Mas o número de vítimas tende a aumentar devido à dimensão do desastre e aos corpos descobertos em Sendai. O terremoto ocorreu às 14h46 da hora local (2h46 em Brasília) e teve seu epicentro no Oceano Pacífico, a 130 quilômetros da península de Ojika, e a uma profundidade de 24,4 quilômetros, de acordo com o USGS. "O terremoto causou grandes danos a vastas áreas no norte do Japão", afirmou o premiê Naoto Kan em uma entrevista coletiva.
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