terça-feira, 19 de abril de 2011

Aluno baleado em escola de Realengo passa por cirurgia

Outros dois estudantes seguem internados, sem previsão de alta.
Mil alunos são esperados no segundo dia de aula após a tragédia.

Do G1 RJ

Um dos três estudantes que permanecem internados em hospitais da rede estadual após o ataque a escola de Realengo, na Zona Oeste do Rio, foi operado na manhã desta terça-feira (19).De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, o aluno, de 14 anos, que está no Hospital Albert Schweitzer, também em Realengo, sofreu uma cirurgia para retirar uma bala que estava alojada na face.
Segundo a Secretaria, a cirurgia correu bem e o paciente se recupera no CTI da unidade. Os outros dois estudantes internados no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, não apresentaram alterações. O menino de 13 anos permanece no pós-operatório da neurocirurgia, e a menina de 14 anos está sob observação rigorosa no CTI pediátrico. Os dois estão estáveis.
Volta às aulas
Cerca de mil crianças e adolescentes devem comparecer nesta terça-feira (19) à Escola municipal Tasso da Silveira. Doze dias após a tragédia que deixou 12 crianças mortas, professores e estudantes se encontram em dois turnos para participarem de atividades culturais e de adaptação.“Serão dois turnos com horários reduzidos. O turno da manhã começa às 8h e vai até as 11h. Já o da tarde se inicia às 14h e vai até as 17h. Todos os alunos foram convocados e devemos permanecer nesse esquema de turnos reduzidos até amanhã”, afirmou o diretor da escola, Luís Marduk.
Jaqueline deixa os filhos no colégio nesta terça (19) (Foto: Thamine Leta/ G1)Jaqueline deixa os filhos no colégio nesta terça
(19) (Foto: Thamine Leta/ G1)
A aluna Ísis Venserval, de 11 anos, foi acompanhada da mãe Jaqueline e do irmão Herus para mais um dia de atividades na escola após o massacre. “Eu tinha que voltar a estudar aqui. Se a gente fosse para outra escola, poderia acontecer lá também”, disse.Mais cedo, muitas mães deixavam seus filhos na porta da escola e esperavam por alguns minutos do lado de fora. “Minha filha está angustiada, prefiro ficar aqui fora um pouco, esperando caso ela queira sair e voltar pra casa. O psicólogo esteve na minha casa e pediu que eu ligasse se notasse algo diferente, mas ela está bem, só não dorme direito”, contou a dona de casa Sheila.
Postos médico e psicológico
Na segunda-feira (18), a secretária municipal de Educação do Rio, Cláudia Costin, se reuniu com os professores para ouvir e atender a reivindicação dos pais dos alunos. Após a reunião, ela anunciou que vai criar uma sala de pronto atendimento médico - com enfermeiro e serviços de primeiros socorros - e outra de atendimento psicológico permanentes.
Além disso, a secretária se comprometeu a pedir para que dois inspetores da Guarda Municipal auxiliem na segurança da escola. Ela enfatizou ainda que vai incluir a unidade no programa Saúde nas Escolas, que oferece serviços de atendimento dentário e oftalmológico para os alunos. Também serão incrementados programas que garantam mais atividades de artes, esportes e de reforço escolar.

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