Hoje na História: 1963 - James Bond estreia nos cinemas com '007- Contra o Satânico Dr. No'

Em 8 de maio de 1963, com a estreia de O Satânico Dr. No, os amantes de cinema tiveram a sua primeira visão – sob a mira do cano de um revolver – do super-espião James Bond, codinome 007, o imortal personagem criado pelo escritor Ian Fleming em sua famosa, a partir de então, série de romances, levada a tela pelo relativamente desconhecido ator escocês, Sean Connery.

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Connery havia encenado em teatro de repertório e em televisão e participado com pequenos papéis em filmes antes de contracenar com Lana Turner em seu primeiro papel importante em Vítima de uma Paixão (1958). Papéis maiores se seguiram, em especial com A Maior Aventura de Tarzan (1959). Harold Saltzman e Albert “Cubby” Broccoli, os produtores de O Satânico Dr. No, tinham outros atores em mente para desempenhar a figura de James Bond, inclusive Cary Grant e James Mason. O próprio Fleming preferia outro astro: David Niven. Depois de conquistar o papel, Connery imediatamente se preparou para bem desempenhá-lo. Co-estrelando com Ursula Andress, Joseph Wiseman e Jack Lord, O Satânico Dr. No envia Bond, um agente do Serviço Secreto britânico MI-6, à Jamaica para investigar os assassinatos de um colega agente e sua secretária. Lá, se vê obrigado a confrontar-se com o infame cientista chinês Dr. No (Wiseman) com a ajuda de uma colecionadora de conchas marinhas em traje de biquíni, Honey Ryder (Andress) e um agente da CIA (Lord). O Satânico Dr. No consagrou muitos traços característicos da serie de filmes de James Bond: as vertiginosas sequências de ação; as sexy “Bond girls” – tanto as boazinhas quanto as malvadas; a preferência de Bond por vodca - martini “batida, não simplesmente mexida”; apresentando-se com charme, elegância e cercado de belas mulheres com a famosa frase “Meu nome é Bond, James Bond”. As famosas canções-título também marcaram época, como Goldfinger, Diamonds Are Forever e Moonraker, na voz da cantora britânica Shirley Bassey. ‘Nobody Does It Better’, tema de 007 - O Espião que me Amava, cantada por Carly Simon e líder de todas as paradas do fim dos anos 1970, ou 007 Contra Goldeneye, com Tina Turner, ajudaram os filmes de Bond a se tornarem os mais populares filmes de aventura e espionagem em todo o mundo. No filme de 1973, Com 007 Viva ou Deixe Morrer, Paul McCartney interpreta uma canção tema com o mesmo título da película. A música-tema do filme Somente Para Seus Olhos foi interpretada por Sheena Easton. A canção tornou-se um sucesso nas paradas e fora indicada ao Oscar e o Globo de Ouro.
Após O Satânico Dr. No, Connery estrelou mais seis filmes da série: Moscou contra 007 (1963), 007 Contra Goldfinger (1964), 007 Contra a Chantagem Atômica (1965), Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (1967), 007 Os Diamantes São Eternos (1971) e após um hiato de 10 anos, 007 Nunca Mais Outra Vez (1983). O título do ultimo filme, uma nova versão de 007 Contra a Chantagem Atômica, foi uma referência auto-irônica às declarações passadas de Connery de que tinha encerrado a carreira de Bond. Embora tenha sido uma grande atração de bilheteria após o extraordinário sucesso de 007 Contra Goldfinger, diz-se que Connery já estava cansado de interpretar o agente 007 à época. Temeroso de ser apenas identificado com o seu famoso alter ego, começou a buscar papeis diferentes e mais desafiadores, estrelando filmes de sucesso como O Homem que Queria Ser Rei (1975). Com performances aclamadas em O Nome da Rosa (1986) e Os Intocáveis (1987), pelos quais ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, Connery desveste-se completamente do personagem, sai de foco o Agente 007 e emerge um dos mais veneráveis e destacados astros de Hollywood.
Nos anos seguintes, outros atores, com maior ou menor sucesso, porém jamais alcançando o enorme êxito de Sean Connery, interpretaram a figura de James Bond.