quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O DIA EM QUE A TERRA PAROU-Facebook abre memorial ao 11 de Setembro

As iniciativas de homenagem às vítimas do 11 de Setembro multiplicam-se na Internet e o Facebook acaba de lançar também uma aplicação que convida os membros a relembrar os que perderam a vida há 10 anos.
A iniciativa tem a colaboração estreita do The National September 11 Memorial & Museum e já soma perto de 14 mil likes na página .
Aos utilizadores do Facebook são oferecidas as opções de mudarem a fotografia do perfil ou usarem o seu Estado para homenagear uma das 3 mil vítimas, que é seleccionada de forma aleatória ou escolhida especificamente pelo utilizador.
Casa Branca: EUA estão 'sempre alertas' no aniversário do 11/9

A Casa Branca disse nesta quarta-feira que permanece "sempre alerta" no que se refere à segurança com a aproximação do 10º aniversário dos ataques de 11 de setembro, mas que não há informação confiável sobre uma eventual ameaça imediata. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que o presidente Barack Obama dirigiu uma reunião com assessores de segurança nacional de alto escalão na terça-feira para garantir que todas as medidas de precaução possível tenham sido tomadas, na preparação para os eventos planejados para domingo.
Carney afirmou que na reunião de Obama estiveram presentes seu principal assessor contra o terrorismo, John Brennan, e a secretária de Segurança Interior, Janet Napolitano. Também afirmou que se tratava de um aniversário "significativo". "Permanecemos sempre alertas pelo aniversário e depois", disse Carney. Obama irá liderar o país nas homenagens às vítimas dos ataques de 2001 no local da queda das torres do World Trade Center, em Nova York, no Pentágono, nos arredores de Washington, e em Shanksville, Pensilvânia, onde um quarto avião sequestrado foi derrubado pelos passageiros.
Estava me arrumando para ir ao WTC", lembra brasileira
Foto mostra Mariana junto de um carro de polícia parcialmente destruído após o 11/9. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação Foto mostra Mariana junto de um carro de polícia parcialmente destruído após o 11/9
Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Moreno Osório /Direto de Nova York
Pouco antes das 9h da manhã do dia 11 de setembro de 2001, Mariana Gabrijelcic, na época com 19 anos, estava no banho. A irmã, Veruska, então com 25 anos, já estava pronta para sair. Se aquela terça-feira tivesse sido um dia normal, elas teriam ido conhecer as Torres Gêmeas. Mas a notícia que veio da TV ligada em um quarto do hotel Pennsylvania, em Nova York, adiou os planos. "Mariana, um avião bateu na torre", disse Veruska à irmã, sem entender bem o que estava acontecendo, pois as primeiras informações estavam muito desencontradas.Pouco depois, uma amiga que estava em outra parte da cidade, e que as encontraria no World Trade Center, ligou para saber o que estava acontecendo, já que o trem onde estava havia parado. Naquele momento, ainda se especulava sobre um possível acidente, e Mariana instruiu a amiga a voltar para o lugar onde estava hospedada. Tudo começou a ficar mais claro quando o segundo avião bateu na torre. "Aí começaram a falar em sequestro e em terrorismo", lembrou a publicitária gaúcha, moradora de Porto Alegre.
"Num primeiro momento nem pensamos em avisar nossos pais, pois achávamos que eles ainda nem estavam sabendo. Mas uma prima nossa que mora em San Diego nos aconselhou que fizéssemos isso. Quando descemos para o saguão, a fila do telefone estava imensa", diz Mariana. Ela e a irmã só conseguiram falar com a família mais tarde, mas os pais já haviam sido tranquilizados pela prima de San Diego. Antes disso, um susto. Enquanto tentavam o contato, a estação Penn, que fica na frente do hotel, recebeu uma ameaça de bomba."Foi um caos. Soou o alarme de incêndio e todo mundo saiu correndo. Uns desceram de escada, outros de elevador, enquanto tinha gente que queria subir. Muitos policiais invadiram o hotel e ordenaram a evacuação", conta. Mariana disse que se afastou bastante do local, pois achou que, pela quantidade de agentes, poderia haver algum terrorista dentro do prédio. Ela e a irmã correram para o sul de Manhattan. Nesse momento elas viram a fumaça que saía dos destroços das torres e sentiram o cheiro forte que tomou conta daquela região da cidade. "Nos outros dias tentamos chegar mais perto, mas tudo estava isolado." Caminhar pela cidade era tudo o que restava a fazer, já que não havia clima nenhum para o turismo - todos os shows da Broadway foram cancelados e havia poucos restaurantes abertos. O ambiente estava muito pesado, e qualquer barulho estranho nas ruas deixava as pessoas apreensivas e com medo. O que todo mundo queria naquele momento era voltar pra casa. Mariana e a irmã tinham ido a Nova York especialmente para um show do Michael Jackson, e ficariam por uma semana.A dificuldade de encontrar voos de volta fez as irmãs ficarem por mais sete dias cidade. Conseguiram voltar em um avião da Varig, pois "ninguém queria saber de American Airlines", em uma viagem tensa. "O pessoal chegou a aplaudir quando aterrissamos no Brasil", lembra. Dez anos depois de viver essa experiência marcante, Mariana quer voltar a Nova York. "É uma cidade muito legal. Preciso conhecer a parte sul de Manhattan, já que naquela oportunidade não consegui", diz a brasileira.
Pai que perdeu filho no 11/9 diz que não superou a separação
DIOGO BERCITO/FOLHA
DE SÃO PAULO

imagens: Felix Lima / edição: Luciano Abe / fotos: Marisa Cauduro
Ivan Fairbanks Barbosa, 70, como grande parte do mundo, assistiu pela TV à queda das torres gêmeas.
Com um agravante cruel: seu filho, Ivan Kyrillos, na época com 30 anos, trabalhava dentro de um dos prédios. Barbosa recebeu a Folha em seu consultório de otorrinolaringologia, em São Paulo, e falou sobre a busca pelo filho --e sobre como, após buscar subterfúgios, lidou com o fim da esperança de que Ivan estivesse vivo.
"O vazio nunca vai ser preenchido. Mas as recordações que tenho são alegres", diz o médico, entre sorrisos e mãos trêmulas.

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