
Conrad Murray no julgamento por envolvimento na
morte de Michael Jackson (Foto: AP)
Nesta sexta-feira (30), quarto dia do julgamento do médico Conrad Murray, envolvido na morte de Michael Jackson, são esperados os paramédicos Richard Senneff e Martin Blount, que atenderam o cantor em 2009.
O médico Conrad Murray é acusado de homicídio culposo (quando não há intenção de matar) pela morte de Michael Jackson e pode ser condenado a quatro anos de prisão. Ele se declara inocente.
Na quinta-feira (29),
terceiro dia do julgamento, colaboradores de Michael Jackson descreveram o dia em que o astro morreu. Segundo os depoimentos, a casa do cantor foi cenário de uma cena de caos, em que Murray pediu a um segurança que retirasse material médico da casa de Jackson, em quem aplicava uma massagem cardíaca com apenas uma das mãos.Alberto Álvarez, diretor de logística e segurança de Jackson, contou que Murray lhe pediu que o ajudasse a retirar ampolas e uma bolsa de soro que continha uma "substância leitosa". O sedativo Propofol, que causou a morte por intoxicação de Jackson, tem a cor branca, o que levou o cantor a se referir ao medicamento como "meu leite".

No julgamento, foram mostradas fotos do quarto
em que o cantor morreu (Foto: Reprodução/CNN)
Filhos entraram no quartoQuando Álvarez entrou no
quarto de Jackson no dia de sua morte, 25 de junho de 2009 - porque Murray havia alertado que o cantor havia tido uma "reação ruim" -, encontrou o artista "deitado na cama com os braços estendidos, os olhos entreabertos e a boca aberta". O médico lhe aplicava uma massagem cardíaca apenas com a mão esquerda, contou o colaborador, na Suprema Corte de Los Angeles.Por trás de Álvarez chegaram dois dos três filhos de Jackson - Paris e Prince. "Paris gritou: 'Pai!' Estava chorando", descreveu o colaborador, num momento em que a emoção tomou conta do julgamento, que pode durar cinco semanas.O assistente disse que tirou as crianças do quarto e, ao retornar, o médico "recolheu um punhado de ampolas e pediu que elas fossem colocadas em uma bolsa". Em seguida, Murray lhe pediu que retirasse uma bolsa marrom de soro que continha restos de uma solução leitosa. Ao pegá-la, Álvarez percebeu que havia um frasco dentro, que identificou como uma embalagem de 100 mg de Propofol.
"Achei que estivéssemos nos preparando para ir para o hospital", comentou o colaborador, olhando para o médico, sentado à sua frente.

O segurança Alberto Alvarez contou detalhes do
dia em que Michael Jackson morreu (Foto: AP)
Ligação ao serviço de emergênciaO tribunal ouviu a gravação do telefonema que Álvarez deu ao serviço de emergência pedindo uma ambulância, seguindo ordens de Murray. "Ele não está respirando. Está inconsciente, está na cama, não responde", disse o colaborador ao atendente.O advogado de Murray, Edward Chernoff, questionou a possibilidade de Álvarez ter feito tudo o que contou antes de chamar a emergência, como retirar as crianças do quarto e recolher ampolas. "Sou muito eficiente", respondeu o colaborador.Outra testemunha do terceiro dia de julgamento foi Kai Chase, chef de Jackson. Ela contou que, naquela manhã, viu "Murray descer as escadas até a cozinha, em pânico. Ele gritava: 'Procure ajuda, chame a segurança, procure Prince'".O advogado de defesa Michael Flanagan questionou: "Você viu Murray frenético, com os olhos arregalados, gritando. Percebeu que alguma coisa estava errada, e foi procurar uma criança de 12 anos?" "Fiz o que me pediram", respondeu a chef.Parte do clã Jackson compareceu ao tribunal, incluindo seus pais, Katherine e Joe, e os irmãos do cantor La Toya, Janet e Randy.
O juiz não permite a divulgação da ordem das testemunhas convocadas, mas, até o momento, ela coincide com a ordem das audiência preliminares.
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