Rio -
Faltavam vinte minutos para o fim do treino. Com uma minissaia “Deus
nos acuda”, salto alto e um top minúsculo, uma moça subiu na lata de
lixo para, enfim, pular o muro que separava a rua do campo de futebol de
um famoso clube carioca. Desequilibrou-se. Quase se machucou. O treino
foi interrompido.
Parece cena de Suellen, a personagem de Isis Valverde em “Avenida Brasil”. Mas o episódio aconteceu de verdade. Renata Frisson, que hoje é a cantora de funk Mulher Melão, conta que dos “16 aos vinte e poucos” foi uma autêntica maria-chuteira. Tanto que a ficção se misturou com a realidade. “Invadia os treinos para causar tumulto, chamar a atenção dos jogadores. Sempre gostei disso. Mas não me interessava o cara que estava começando, mirava nos artilheiros com potencial de ir para a Eurocopa”, diverte-se ela, relembrando passagens de seu passado. Só não entra em detalhes sobre times, jogadores ou qualquer pista que possa levar ao nome das “vítimas”.
A catarinense Renata mora há dois anos num flat no anexo do Sheraton Barra Hotel & Suites, que diz manter sozinha, sem ajuda financeira de ninguém. O aluguel mensal não sai por menos de R$ 3,5 mil. Em baixa temporada. A entrevista não podia acontecer em local mais apropriado. No restaurante do hotel, tendo nas mesas ao redor dirigentes e jogadores do Boca Juniors, hospedados no Rio para uma partida pela Copa Libertadores, contra o Fluminense.
Enquanto fala de suas táticas para fisgar “partidões”, a cantora
confere, a cada cinco minutos, as mensagens de seu celular. Ela não
percebe, mas o centroavante Santiago Silva, que teve uma rápida passagem
pelo Corinthians em 2002 e é conhecido como "El Tanque”, passa bem
próximo da mesa e fuzila olhares em direção a suas pernas. “Os
argentinos nunca me interessaram”, desdenha ela, cheia de graça.
Como Isis Valverde teria se inspirado em você para a personagem da novela?
RENATA FRISSON: Estava sendo observada e não sabia. Tudo começou quando cheguei no salão do Flavio Priscott, o mesmo que fez a caracterização da Isis. Discreta, ela falou pro Flavio que eu era ‘a’ personagem dela. Isis demorou a vir falar comigo. Só na quinta ou sexta vez que nos encontramos no salão é que ela veio falar. Ela tinha medo que eu ficasse ofendida, já que a personagem é uma piriguete.
Não se ofendeu?
RENATA FRISSON: Imagina! Eu sou aquilo mesmo (risos). Falo hoje em dia que sou ex-piriguete, sou doutorada no assunto. É meu jeito natural de ser. A Isis não me perguntava nada, só ficava observando e anotando tudo. Ela pegou até meus bordões. “O corpo é meu, a pista é nossa”, “Eu sou dessas”, “Não quero namorar um BR (baixa renda)”... Até a unha comprida foi copiada de mim.
Saberia definir uma ‘piriguete’?
RENATA FRISSON: É a mulher maravilhosa, espontânea, que gosta do próprio corpo, se acha sexy, sensual, é bem resolvida, foguenta, gosta de sexo. Suellen não engana ninguém. Já cansei de falar como ela. Quero um homem para melhorar minha vida. Vai me bancar? Vai me dar um salário por mês? Então não se mete comigo.
Sofre preconceito por pensar assim?
RENATA FRISSON: Não mais. Fui ficando tão popular, com meu carisma e meu trabalho, que hoje quebrei este tabu. É passado. Tanto que até a Christiane Torloni me chamou para o lançamento do livro dela dia desses. Tá pensando o quê? Eu sei me comportar, me vestir, me cobrir com um short e uma blusa mais tranquila.
Já se arrependeu de pegar jogador que atua no Brasil?
RENATA FRISSON: Já, só não cito nomes. Conto o santo, mas não conto o milagre. Não entro em detalhes. Nem sob tortura. Pulava muro de clube para chegar perto de jogador... Por isso que falo que sou maria-chuteira aposentada. Tive dez anos de carreira como maria-chuteira. Agora sou só amiga dos jogadores.
Ainda é convidada para as festinhas nas casas deles?
RENATA FRISSON: Sim, mas tem muito mito nisso que falam. Festa de Ronaldinho Gaúcho não rola nada demais. Ele é tranquilo. As que fui até hoje não vi nada demais. Sou amiga do Romário desde que ele ainda jogava no Flamengo. A gente bebe cerveja, ouve música e troca um papo. Levei umas amigas numa dessas festas e elas ficaram encantadas com a gentileza deles.
Sei.
RENATA FRISSON: Meu amor, vou fazer uma declaração que nunca fiz na vida. Já cheguei a ir para concentração escondida, já dormi com jogador sem ninguém ver que eu estava ali. Fazia festinha a noite toda e, no outro dia, o bofe ia capengando para o campo. Mas isso é passado, agora sou quase uma santa.
Quase?
RENATA FRISSON: Só falta o papa me canonizar. Porque o resto está babado!
Estado civil atual?
RENATA FRISSON: Solteira, focada no trabalho. Não namoro fixo há dois anos. Namorar é perder o foco, identidade, amigos, shows, roupas curtas... Se bem que ando tão vestida ultimamente. Estou com dificuldade de encontrar roupa pelada no meu armário. Por incrível que pareça.
Além de jogador, já investiu em empresário?
RENATA FRISSON: Meu negócio sempre foi jogador. A mulher tem fetiche por jogador. Ele é famoso, tem corpo lindo, tem dinheiro, alguns até são bonitinhos. Já falei que quero casar com um bilionário. Porque milionário tem um monte no País. Banalizou.
E presentes? Você deve ter ganhado vários.
RENATA FRISSON: Eles nunca deram nada. Jogador é mão-fechada com mulher, meu amor. Só um até hoje me bancou, porque fiquei dois anos como namorada dele. Me deu até uma Mercedes. Ilusão da mulher que acha que vai pegar para ela um jogador casado. É uma observação que faço por ser vivida. Jogador não larga mulher para casar com outra. Ele fica uma noite, e só.
Qual foi a fantasia sexual mais louca que realizou?
RENATA FRISSON: Pare de ser curioso.
Conta uma...
RENATA FRISSON: Já fiz várias fantasias. Realizei tudo que eu quis quanto a sexo. Já fiz até dentro do avião, voltando de Madri. Era, inclusive, com um jogador que morava por lá.
Rolou em vestiário de estádio?
RENATA FRISSON: Não, mas engraçado você perguntar isso. Dia desses provoquei um amigo meu. Tenho a maior vontade. O jogador vindo da partida todo suado e eu ali esperando louca para arrancar o uniforme dele. Um dia, quem sabe.
Já mentiu ser torcedora de um time só para agradar o companheiro?
RENATA FRISSON: Sou Flamengo, benzinho. Em qualquer Estado do Brasil.
Por que você mora num hotel?
RENATA FRISSON: Aqui tenho SPA, segurança 24 horas por dia, restaurante, piscina, janela com vista para o mar, garagem, empregados... É mais cômodo.
Não deve ser barato se manter aqui.
RENATA FRISSON: Eu pago tudo com meu dinheiro. Trabalho para isso. Faço shows no Brasil todo.
Planos para o futuro?
RENATA FRISSON: Penso a curto prazo. Quero muito fazer participação na novela. Quero fazer uma cena na qual bato de frente com a Suellen, a gente sairia na briga, gritando “sua piranha, este jogador é meu...” Não iria ser tudo?
Iria.
RENATA FRISSON: Isso existe mesmo. Já fui maria-chuteira de brigar por homem. Já passei por tanta coisa. Fica parecendo que o autor da novela me conhece. Era muito gostoso ser maria-chuteira.
Você percebeu que tem dirigentes e jogadores do Boca Juniors aqui no hotel?
RENATA FRISSON: É, mas é tudo argentino. Os argentinos nunca me interessaram (risos). É tudo jogando na Libertadores. Tem que focar na Eurocopa, pesquisar o potencial do cara, ver o currículo dele. Conselho para as novinhas: não dá certo isso de namorar quem joga no Brasileirão. Tem que pensar grande.
Parece cena de Suellen, a personagem de Isis Valverde em “Avenida Brasil”. Mas o episódio aconteceu de verdade. Renata Frisson, que hoje é a cantora de funk Mulher Melão, conta que dos “16 aos vinte e poucos” foi uma autêntica maria-chuteira. Tanto que a ficção se misturou com a realidade. “Invadia os treinos para causar tumulto, chamar a atenção dos jogadores. Sempre gostei disso. Mas não me interessava o cara que estava começando, mirava nos artilheiros com potencial de ir para a Eurocopa”, diverte-se ela, relembrando passagens de seu passado. Só não entra em detalhes sobre times, jogadores ou qualquer pista que possa levar ao nome das “vítimas”.
A catarinense Renata mora há dois anos num flat no anexo do Sheraton Barra Hotel & Suites, que diz manter sozinha, sem ajuda financeira de ninguém. O aluguel mensal não sai por menos de R$ 3,5 mil. Em baixa temporada. A entrevista não podia acontecer em local mais apropriado. No restaurante do hotel, tendo nas mesas ao redor dirigentes e jogadores do Boca Juniors, hospedados no Rio para uma partida pela Copa Libertadores, contra o Fluminense.
Mulher Melão | Foto: Portal IG
Como Isis Valverde teria se inspirado em você para a personagem da novela?
RENATA FRISSON: Estava sendo observada e não sabia. Tudo começou quando cheguei no salão do Flavio Priscott, o mesmo que fez a caracterização da Isis. Discreta, ela falou pro Flavio que eu era ‘a’ personagem dela. Isis demorou a vir falar comigo. Só na quinta ou sexta vez que nos encontramos no salão é que ela veio falar. Ela tinha medo que eu ficasse ofendida, já que a personagem é uma piriguete.
Não se ofendeu?
RENATA FRISSON: Imagina! Eu sou aquilo mesmo (risos). Falo hoje em dia que sou ex-piriguete, sou doutorada no assunto. É meu jeito natural de ser. A Isis não me perguntava nada, só ficava observando e anotando tudo. Ela pegou até meus bordões. “O corpo é meu, a pista é nossa”, “Eu sou dessas”, “Não quero namorar um BR (baixa renda)”... Até a unha comprida foi copiada de mim.
Saberia definir uma ‘piriguete’?
RENATA FRISSON: É a mulher maravilhosa, espontânea, que gosta do próprio corpo, se acha sexy, sensual, é bem resolvida, foguenta, gosta de sexo. Suellen não engana ninguém. Já cansei de falar como ela. Quero um homem para melhorar minha vida. Vai me bancar? Vai me dar um salário por mês? Então não se mete comigo.
Sofre preconceito por pensar assim?
RENATA FRISSON: Não mais. Fui ficando tão popular, com meu carisma e meu trabalho, que hoje quebrei este tabu. É passado. Tanto que até a Christiane Torloni me chamou para o lançamento do livro dela dia desses. Tá pensando o quê? Eu sei me comportar, me vestir, me cobrir com um short e uma blusa mais tranquila.
Já se arrependeu de pegar jogador que atua no Brasil?
RENATA FRISSON: Já, só não cito nomes. Conto o santo, mas não conto o milagre. Não entro em detalhes. Nem sob tortura. Pulava muro de clube para chegar perto de jogador... Por isso que falo que sou maria-chuteira aposentada. Tive dez anos de carreira como maria-chuteira. Agora sou só amiga dos jogadores.
Ainda é convidada para as festinhas nas casas deles?
RENATA FRISSON: Sim, mas tem muito mito nisso que falam. Festa de Ronaldinho Gaúcho não rola nada demais. Ele é tranquilo. As que fui até hoje não vi nada demais. Sou amiga do Romário desde que ele ainda jogava no Flamengo. A gente bebe cerveja, ouve música e troca um papo. Levei umas amigas numa dessas festas e elas ficaram encantadas com a gentileza deles.
Sei.
RENATA FRISSON: Meu amor, vou fazer uma declaração que nunca fiz na vida. Já cheguei a ir para concentração escondida, já dormi com jogador sem ninguém ver que eu estava ali. Fazia festinha a noite toda e, no outro dia, o bofe ia capengando para o campo. Mas isso é passado, agora sou quase uma santa.
Quase?
RENATA FRISSON: Só falta o papa me canonizar. Porque o resto está babado!
Estado civil atual?
RENATA FRISSON: Solteira, focada no trabalho. Não namoro fixo há dois anos. Namorar é perder o foco, identidade, amigos, shows, roupas curtas... Se bem que ando tão vestida ultimamente. Estou com dificuldade de encontrar roupa pelada no meu armário. Por incrível que pareça.
Além de jogador, já investiu em empresário?
RENATA FRISSON: Meu negócio sempre foi jogador. A mulher tem fetiche por jogador. Ele é famoso, tem corpo lindo, tem dinheiro, alguns até são bonitinhos. Já falei que quero casar com um bilionário. Porque milionário tem um monte no País. Banalizou.
E presentes? Você deve ter ganhado vários.
RENATA FRISSON: Eles nunca deram nada. Jogador é mão-fechada com mulher, meu amor. Só um até hoje me bancou, porque fiquei dois anos como namorada dele. Me deu até uma Mercedes. Ilusão da mulher que acha que vai pegar para ela um jogador casado. É uma observação que faço por ser vivida. Jogador não larga mulher para casar com outra. Ele fica uma noite, e só.
Qual foi a fantasia sexual mais louca que realizou?
RENATA FRISSON: Pare de ser curioso.
Conta uma...
RENATA FRISSON: Já fiz várias fantasias. Realizei tudo que eu quis quanto a sexo. Já fiz até dentro do avião, voltando de Madri. Era, inclusive, com um jogador que morava por lá.
Rolou em vestiário de estádio?
RENATA FRISSON: Não, mas engraçado você perguntar isso. Dia desses provoquei um amigo meu. Tenho a maior vontade. O jogador vindo da partida todo suado e eu ali esperando louca para arrancar o uniforme dele. Um dia, quem sabe.
Já mentiu ser torcedora de um time só para agradar o companheiro?
RENATA FRISSON: Sou Flamengo, benzinho. Em qualquer Estado do Brasil.
Por que você mora num hotel?
RENATA FRISSON: Aqui tenho SPA, segurança 24 horas por dia, restaurante, piscina, janela com vista para o mar, garagem, empregados... É mais cômodo.
Não deve ser barato se manter aqui.
RENATA FRISSON: Eu pago tudo com meu dinheiro. Trabalho para isso. Faço shows no Brasil todo.
Planos para o futuro?
RENATA FRISSON: Penso a curto prazo. Quero muito fazer participação na novela. Quero fazer uma cena na qual bato de frente com a Suellen, a gente sairia na briga, gritando “sua piranha, este jogador é meu...” Não iria ser tudo?
Iria.
RENATA FRISSON: Isso existe mesmo. Já fui maria-chuteira de brigar por homem. Já passei por tanta coisa. Fica parecendo que o autor da novela me conhece. Era muito gostoso ser maria-chuteira.
Você percebeu que tem dirigentes e jogadores do Boca Juniors aqui no hotel?
RENATA FRISSON: É, mas é tudo argentino. Os argentinos nunca me interessaram (risos). É tudo jogando na Libertadores. Tem que focar na Eurocopa, pesquisar o potencial do cara, ver o currículo dele. Conselho para as novinhas: não dá certo isso de namorar quem joga no Brasileirão. Tem que pensar grande.
As informações são do repórter Valmir Moratelli, do IG
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