sexta-feira, 13 de julho de 2012

A conturbada relação entre rock e fama


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Kurt Cobain: o líder do Nirvana foi encontrado em casa no dia 8 de abril de 1994. A polícia deduziu que Cobain se matou no dia 5 de abril com um tiro de espingarda, após injetar heroína suficiente para morrer de overdose. Ele deixou uma carta ao qual dizia não suportar a fama
Foi com um tiro de espingarda, dizem, que Kurt Cobain, o líder no Nirvana se matou no auge da fama, em 1994. A carta encontrada ao lado de seu corpo dizia em um trecho: “Quando estava atrás do palco, as luzes se apagavam e o ruído ensandecido da multidão começava, mas nada me afetava do jeito que afetava Freddie Mercury, que costumava amar, deliciar-se com o amor e adoração da multidão – o que é uma coisa que totalmente admiro e invejo. O fato é que não consigo enganar vocês, nenhum de vocês. Simplesmente não é justo para vocês e para mim. O pior crime que posso imaginar seria enganar as pessoas sendo falso e fingindo que estou me divertindo 100%”.
A fama era pesada demais e ele não tinha se atentado às “advertências dadas nas aulas de punk rock ao longo dos anos” em relação a “ética envolvendo independência e o abraçar de sua comunidade”. Os compromissos de uma celebridade, os paparazzi, a atenção excessiva da mídia não combinavam com seu espírito roqueiro. Ser famoso era um fardo pesado demais para Cobain.
Mas recentemente, em julho de 2011, Amy Winehouse foi encontrada morta. Ela já estava se matando aos poucos e não podemos negar que não teve ajuda da indústria de celebridades. A cada passo mal dado, um flash. Além disso existia uma certa morbidez em relação a sua decadência física e psíquica, a ponto de até casas de apostas inglesas disputarem a data de sua morte. É nítida a sua transformação depois do grande sucesso do álbum Back to Black (2006). Se antes, ela até poderia fazer piada pelo fato de ir ou não ao rehab, depois isto se tornaria algo sério. Para uma cantora sensível e problemática, não deve ter sido fácil ter os holofotes com lentes de aumento da fama em sua cara realçando suas qualidades e defeitos.
Este histórico de uma relação conturbada entre fama e rock vem de longe. Temos suas primeiras marcas já com Brian Jones, um dos fundadores dos Rolling Stones. Em 1969, foi encontrado morto em sua piscina, um mês depois de ter sido expulso da banda por uso excessivo de drogas e total falta de compromisso com o grupo. Logo depois morreriam Jimi Hendrix e Janis Joplin, em 1970 e Jim Morrisson, em 1971. Todos jovens, ainda em plena atividade e vítimas de overdose.
A relação com as drogas, em um primeiro momento exaltada como um modo de vida do roqueiro, na verdade hoje podemos perceber que funciona muito como válvula de escape para aguentar a pressão da indústria de celebridades. No livro Mate-me, Por Favor (Please Kill Me) de Larry "Legs" McNeil e Gilliam McCain, a vocalista do Blondie, Debbie Harry conta que os produtores ofereciam cocaína pra ela toda a hora para aguentar os compromissos da banda ou mesmo as festas.
Mais que o pop, o rock tem em sua raiz de nascença um caráter underground e transgressor e com certeza conciliar este espírito com a agenda maisntream de uma celebridade deve ser a tarefa mais difícil dos astros de rock (pelo menos aqueles que prezam o DNA roqueiro).

Reprodução/Heidi Slimane
Amy Winehouse: A cantora esteve até em casas de apostas inglesas para saber qual a data de sua morte. A fama lhe parecia um fardo
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Brian Jones: guitarrista e um dos fundadores dos Rolling Stones, foi encontrado morto na piscina de casa no dia 3 de julho de 1969, supostamente por falência de órgãos debilitados pelo uso excessivo de drogas. A causa da morte de Jones é alvo de teorias conspiratórias até hoje. Ele foi o primeiro a viver a relação conturbada entre fama e rock de forma radical
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Jim Morrison: Outro que viveu de forma radical a relação conturbada entre fama e rock. O vocalista do The Doors foi encontrado morto na banheira do apartamento onde morava em Paris, no dia 3 de julho de 1971. As causas da morte dele até hoje não foram esclarecidas, mas a principal suspeita é que ele tenha sido vítima de uma overdose
Reprodução/Retronaut.co
Jimi Hendrix: O guitarrista sufocou no próprio vômito em 18 de setembro de 1970, após uma overdose acidental de remédios para dormir. Ele tinha 27 anos
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Janis Joplin: A cantora foi vítima de uma overdose de heroína, em 4 de outubro de 1970 - duas semanas depois da morte de Jimi Hendrix. A suspeita é que a cantora tenha usado, sem querer, uma versão mais potente da droga
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Debbie Harry: A vocalista do Blondie relata no livro "Mate-me, Por Favor" que não aguentava mais os produtores oferecendo cocaína para ela a todo instante, tudo para poder cumprir a agenda de shows e compromissos sociais da banda
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John Lennon: O ex-beatle foi uma vítima estranha da fama. Morreu por ser famoso e ter um stalker obcecado por ele. Foi assassinado a tiros por Mark Chapman, na entrada do prédio em que morava com Yoko Ono, em Nova York, na noite de 8 de dezembro de 1980. Horas antes do assassinato, Chapman pediu um autógrafo ao músico, que assinou a capa de seu álbum mais recente e respondeu: "É só isso que você quer?"
Reprodução
Ian Curtis: Angustiado, o vocalista do Joy Division se enforcou aos 23 anos, no dia 18 de maio de 1980. A idéia da fama o perturbava assim como a Kurt Cobain
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Sid Vicious: O ex-baixista dos Sex Pistols se matou com uma overdose de heroína em 1º de fevereiro de 1979. Na mesma noite, ele havia tido uma outra overdose, mas foi reacordado por parentes e amigos. Na carta de despedida, pediu para ser enterrado ao lado da ex-namorada, Nancy Spungen (à esq. da foto), morta dois meses antes e muitos desconfiam que foi o próprio Sid que a matou quando estava chapado
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Carta de suicídio de Kurt Cobain

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