Em rede social, jovem comparou nádegas de docente a uma televisão.
Professora diz que caráter punitivo da decisão judicial é fundamental.

Professora diz que caráter punitivo e pedagógico da decisão é o mais importante (Foto: Janaína Carvalho/G1)
Em agosto de 2009, Luciara escrevia no quadro negro quando uma aluna do 9° ano fotografou suas nádegas e publicou a foto em uma rede social na internet. Além da imagem, a jovem, na época com 14 anos, também escreveu a mensagem: “Kkkkkkk. Se perde aí na televisão de plasma de 42 polegadas”.
Depois a humilhação e da exposição ao ridículo, Luciara resolveu entrar com uma ação judicial. No entanto, segundo ela, o fundamental em toda essa questão é o caráter punitivo e pedagógico da decisão da Justiça e não a indenização em si. “Levar esse processo adiante é uma lição para todos aqueles jovens. Eles sempre vão lembrar disso e acredito que pensem duas vezes antes de tomar qualquer atitude parecida. Acho que também fica como incentivo para outros professores. É uma forma de encorajá-los, já que muitos ficam com medo”, diz a professora.
Apesar de estar de calça jeans quando a foto foi feita pela aluna, a professora afirma que passou por uma série de transtornos após o fato. “Fiquei com problema psicológico porque achava que em todo lugar que eu passava, estava todo mundo rindo de mim. Não existe uma sensação tão ruim como essa. Me senti extremamente humilhada e ridicularizada”, afirma a professora, destacando que desenvolveu uma herpes nervosa após o fato. "Depois disso, sempre que passo por algum estresse o problema reaparece", diz. Segundo Luciara, outro receio na época foi o medo de perder o emprego. No entanto, segundo Luciara, a escola respeitou a decisão da docente e teve uma postura imparcial com relação ao caso, deixando tudo a cargo da Justiça.
Luciara lê o processo (Foto: Janaína Carvalho/G1)Aluna foi aprovada e saiu da escola
A atitude da aluna não interferiu na vida acadêmica, pois no final do ano ela foi aprovada, terminou o ensino fundamental e saiu do colégio, já que o mesmo não oferece nível médio. Segundo a professora, apesar da postura inadequada, a aluna possuía boas notas e as coisas não podem se misturar. “Ela devia ser punida, mas não na escola. Não podemos misturar as coisas. Como educadora não posso fazer esse tipo de coisa”, afirmou.
Os pais de uma menina foram condenados pela Justiça do Rio a indenizar em R$ 5 mil a professora de sua filha por danos morais. A decisão é da 10ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio. O relator do caso, o desembargador José Carlos Varanda considerou que o fato violou o direito de imagem e trouxe constrangimentos à professora.
Ainda segundo o tribunal, os pais da menina alegaram que são zelosos e atentos com a conduta escolar da jovem e que procuraram a professora, mesmo sob a negativa da filha de ter cometido o ato, para se desculparem.
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