A nova técnica usa como remédio uma proteína que já existe no nosso corpo.
Em maio, os pesquisadores acreditavam que um camundongo condenado por um câncer de pele ele teria mais dois meses de vida, no máximo. Em junho, ele começou um tratamento novo, desenvolvido no laboratório de biologia celular e molecular do câncer. Vinte dias depois, o tumor sumiu.
Segundo a coordenadora da pesquisa, Enilza Espreáfico, a descoberta é importante. “Nós desvendamos o passo a passo da via que induz a morte da célula".
O tratamento é resultado de uma pesquisa feita a partir da observação da proteína chamada miosina 5A.
Os cientistas descobriram que ela se movimenta dentro da célula como se fosse um trem de carga, levando uma substância diferente, em cada vagão. Um deles carrega uma molécula perigosíssima, a BMF, que é capaz de matar uma célula.
A novidade é que os pesquisadores conseguiram abrir a porta deste vagão e usar a BMF para destruir as células cancerosas.
Imagens feitas por um microscópio mostram células do tumor maligno murchando até desaparecer, três semanas após a primeira aplicação de uma solução aquosa que age no DNA do camundongo. “Nós conseguimos matar a célula de melanoma que é um tipo de tumor altamente agressivo e resistente às terapias e quimioterapias convencionais", explica Antonio Carlos Borges, pesquisador da USP.
Além de tratar câncer de pele, a terapia também pode ser usada no combate a carcinomas, como o de útero.
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