Do Cineweb*
- Cena de "Atividade Paranormal 4", filme que estreia nesta sexta (19) nos cinemas nacionais
A ideia era muito simples. O casal Katie (Katie Featherston) e Micah (Micah Saloat) acreditava na existência de um fantasma na casa e por isso gravava seu cotidiano com uma câmera, levando o filme a uma linha pretensamente documental como "A Bruxa de Blair". Ficou comprovado, para espanto do espectador, que eles não apenas eram assombrados, como a própria moça era possuída por um demônio.
Passados cinco anos e quatro filmes da esteira (um deles, japonês), Oren Peli -- atualmente somente produtor -- lança mais uma sequência da franquia. A única questão sem solução era o destino de Katie, a possuída do primeiro filme, que leva embora o sobrinho Hunter no segundo longa da série. Como o terceiro longa se tratava de sua infância e "Atividade Paranormal - Tóquio" apenas dizia que a moça havia sido vista, o mistério continuava.
Nesta nova produção, as dúvidas começam a ser desvendadas. Para azar da adolescente Alex (Kathryn Newton), Katie e Hunter -- agora renomeado como Robbie e adulto -- passam a ser seus vizinhos. Nada é dito sobre como chegaram ali, mas como vizinhos incômodos sempre trazem problemas, Alex descobrirá que não está sozinha, nem quando dorme.
A narrativa então se volta ao relacionamento entre Robbie (que vê fantasmas até dormindo) e o irmão de Alex, que não entende o perigo que traz à família. A adolescente apaixonada por Alex (Matt Shively), seu homônimo, pede ao namorado que grave tudo o que está acontecendo.
A sequência é previsível: muitos sustos, pessoas que não deveriam estar acordadas e amigos "imaginários" que praticamente destroem a casa, aterrorizando os ocupantes. Tudo isso gravado pelos engenhosos diretores Henry Joost e Ariel Schulman, que trabalham para a franquia.
Christopher Landon e Chad Feehan, os roteiristas da história desde o terceiro filme, não conseguem inovar a série. E por quê? Porque os sustos são os mesmos e eles fracassam ao insistir na fórmula. Se o terceiro filme apresentava clara tensão, este último não mostra o mesmo vigor.
"Atividade Paranormal 4" enfatiza o terror já visto, mas não perturba a quem assiste à noite, na hora de dormir. Sofre com o mesmo problema já observado em continuações de franquias originais, que cativaram por sua esperteza inicial, tal como "Rec" e "Jogos Mortais". Todas elas explicam demais e fogem da substância: a tensão de que algo está ao seu lado, quando ninguém vê.
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