sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Franquia "Atividade Paranormal" chega ao quarto filme sem inovar nos sustos

Rodrigo Zavala
Do Cineweb*
  • Cena de Atividade Paranormal 4, filme que estreia nesta sexta (19) nos cinemas nacionaisCena de "Atividade Paranormal 4", filme que estreia nesta sexta (19) nos cinemas nacionais
Quando estreou como história verídica em 2007, "Atividade Paranormal" se tornou um sucesso pelas escolhas do então estreante cineasta Oren Peli. Conquistou um público ao lançar, com sucesso, um viral na web e fez um filme coerente de terror.
A ideia era muito simples. O casal Katie (Katie Featherston) e Micah (Micah Saloat) acreditava na existência de um fantasma na casa e por isso gravava seu cotidiano com uma câmera, levando o filme a uma linha pretensamente documental como "A Bruxa de Blair". Ficou comprovado, para espanto do espectador, que eles não apenas eram assombrados, como a própria moça era possuída por um demônio.
Passados cinco anos e quatro filmes da esteira (um deles, japonês), Oren Peli -- atualmente somente produtor -- lança mais uma sequência da franquia. A única questão sem solução era o destino de Katie, a possuída do primeiro filme, que leva embora o sobrinho Hunter no segundo longa da série. Como o terceiro longa se tratava de sua infância e "Atividade Paranormal - Tóquio" apenas dizia que a moça havia sido vista, o mistério continuava.
Nesta nova produção, as dúvidas começam a ser desvendadas. Para azar da adolescente Alex (Kathryn Newton), Katie e Hunter -- agora renomeado como Robbie e adulto -- passam a ser seus vizinhos. Nada é dito sobre como chegaram ali, mas como vizinhos incômodos sempre trazem problemas, Alex descobrirá que não está sozinha, nem quando dorme.
A narrativa então se volta ao relacionamento entre Robbie (que vê fantasmas até dormindo) e o irmão de Alex, que não entende o perigo que traz à família. A adolescente apaixonada por Alex (Matt Shively), seu homônimo, pede ao namorado que grave tudo o que está acontecendo.
A sequência é previsível: muitos sustos, pessoas que não deveriam estar acordadas e amigos "imaginários" que praticamente destroem a casa, aterrorizando os ocupantes. Tudo isso gravado pelos engenhosos diretores Henry Joost e Ariel Schulman, que trabalham para a franquia.
Christopher Landon e Chad Feehan, os roteiristas da história desde o terceiro filme, não conseguem inovar a série. E por quê? Porque os sustos são os mesmos e eles fracassam ao insistir na fórmula. Se o terceiro filme apresentava clara tensão, este último não mostra o mesmo vigor.
"Atividade Paranormal 4" enfatiza o terror já visto, mas não perturba a quem assiste à noite, na hora de dormir. Sofre com o mesmo problema já observado em continuações de franquias originais, que cativaram por sua esperteza inicial, tal como "Rec" e "Jogos Mortais". Todas elas explicam demais e fogem da substância: a tensão de que algo está ao seu lado, quando ninguém vê.
*As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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