Irmãs gêmeas Martine e Louise, 70, são as prostitutas mais velhas de Amsterdã
As mais antigas prostitutas de Amsterdã foram jogadas na ribalta com o lançamento de suas memórias e de um documentário sobre suas vidas. O filme "Meet the Fokkens" (Conheça as Fokkens, em tradução literal) segue as gêmeas idênticas Louise e Martine Fokken, de 70 anos de idade, que compartilham os segredos da venda de sexo no famoso distrito da luz vermelha da cidade. Louise e Martine se embaralham no apartamento de dois quartos que dividem em Ijmuiden, a oeste de Amsterdã. Uma de chinelos, a outro de sandálias, elas pegam canecas de café e seus bolos de creme favoritos. Há uma sincronicidade inconsciente em seus movimentos.
"Nós éramos muito pequenas durante a guerra. Quando as sirenes soavam, nossa mãe nos levava ao porão. Nós não tínhamos capacetes e por isso usávamos frigideiras para cobrir nossas cabeças. Ficávamos muito engraçados. E nos divertíamos lá".
Mas suas memórias são de lágrimas ou de risos?
"Oh, risos, definitivamente risos. Você tem de rir mesmo se estiver triste, porque é a sua vida e você não pode mudá-la. É sempre melhor se você está sorrindo." As irmãs concordam em uníssono. Mas os seus lábios habilmente pintados de vermelho não diminuem o brilho de tristeza em seus olhos. "É claro que quando tínhamos 14 ou 15 anos nunca pensamos em trabalhar como prostitutas um dia. Éramos criativas e cheias de sonhos", diz Martine.
"Eu sempre conto que o meu marido me batia. Ele era violento e disse que iria me deixar se eu não vendesse sexo para fazer mais dinheiro"
Louise Fokken, prostituta
Louise Fokken, prostituta
Falando da experiência
Martine ainda vende sexo. Ela diz que a aposentadoria do estado holandês não é suficiente para o seu sustento. Já Louise teve de parar por sofrer de artrite. Martine diz que gostaria de se aposentar, mas não pode. O documentário a mostra no trabalho - sentada em um banquinho, de meias finas, cinta-liga e sapatos altos envernizados. Homens jovens que passam em frente à sua vitrine, alguns deles fazendo turismo sexual, zombam porque ela é velha. Ela ri da situação (como faz com tudo) e afirma não se importar.
Ela diz que os tempos mudaram: "Os meninos são diferentes agora, eles bebem muito, são gordos e não respeitam você. Eles deveriam andar de bicicleta como meninos holandeses, e não apenas beber o tempo todo". Apesar das jovens prostitutas que competem na casa ao lado, há ainda um mercado de serviços para Martine. Ela se especializou em bondage para homens mais velhos. Orientando-a sobre como querem que ela se vista, eles a pedem para usar uma série de (aparentemente perigosos) chicotes ou sapatos de salto alto. Parece que ela encontrou um nicho no mercado de fetiche. "Nós sabemos os truques, nós sabemos o que eles querem. Nós sabemos como falar com eles e sabemos como fazê-los rir muito." Martine diz que tem sorte de estar viva e se lembra de um episódio em que recebeu um homem que lhe despertou uma sensação ruim, de desconfiança. "Ele tirou a roupa e, quando me sentei na cama, percebi que havia uma faca enorme sob o travesseiro."
"Nós sabemos os truques, nós sabemos o que eles querem. Nós sabemos como falar com eles e sabemos como fazê-los rir muito."
Martine Fokken, prostituta
Martine Fokken, prostituta
"Além disso,", ela olha novamente para a irmã, "ainda estamos nos divertindo".
Prostitutas holandesas
A Holanda notificou as prostitutas que se exibem nas janelas do distrito da luz vermelha de Amsterdã de que podem esperar uma visita do fisco. A tentativa de cobrar imposto sobre o serviço encontra pouca resistência, embora exista dúvida sobre a capacidade do governo de fiscalizar completamente a profissão
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