sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Usuário de drogas, ex-modelo vai parar nas ruas em Curitiba

ESTELITA HASS CARAZZAIDE CURITIBA
Rafael Nunes da Silva, 30, tem sido visto perambulando pelas ruas de Curitiba pedindo pinga, gritando frases desconexas, cantando em inglês. Dez anos atrás, era uma das descobertas de uma agência de modelos da cidade.
"Ele usava manequim 40, talvez 42. Hoje, se estiver no 38, é muito", diz Irene Valenga, proprietária da agência.
"Era bonito de corpo, educado, um menino pacato. Um modelo mesmo", conta.
Naquela época, segundo a família do rapaz, Rafael já usava drogas, mas era "mais controlado". Começou com maconha, aos 16 anos. Foi passando aos poucos para outras, até chegar ao crack.
Nesta semana, ficou famoso na internet após ser fotografado enrolado em um cobertor, em frente à catedral da capital paranaense.
A imagem do "mendigo gato", de olhos azuis e barba por fazer, virou sucesso instantâneo e tinha 45 mil compartilhamentos no Facebook até a noite de ontem.
"Ele se afundou depois dos 25 anos", conta a mãe, a dona de casa Edit da Silva, 57, que mora na região metropolitana de Curitiba.
Casada com um operário da construção civil, Edit afirma que o filho chegou a ser internado "várias vezes", mas o tempo máximo que permaneceu nas clínicas de reabilitação foi de dez dias.
Há um ano, Rafael -um entre quatro irmãos- saiu de casa. De vez em quando, ainda visita a mãe e o pai, quando toma banho, pega roupas e fala que está bem.
"Ele diz que a vida dele é livre, que pode fazer o que quer sem ser incomodado", conta a mãe.
Agência Mundo Model Curitiba/Divulgação/Reprodução/Facebook/Indy Zan
À esq., Rafael Nunes da Silva há dez anos, como modelo; à dir., ele poucos dias atrás, morando nas ruas de Curitiba (PR)
À esq., Rafael Nunes da Silva há dez anos, como modelo; à dir., ele poucos dias atrás, morando nas ruas de Curitiba (PR)
ENGENHARIA
O sonho do rapaz, de acordo com Edit, não era trabalhar como modelo, mas sim cursar engenharia.
"Ele tem uma mão muito boa para a construção civil. Faz tudo, do chão até o teto. Você dava uma planta para ele, e ele entregava a casa pronta", diz a mãe.
Desde que ficou "famoso", Rafael não foi mais encontrado, a despeito das equipes de reportagem que circulam pela cidade atrás dele.
A mãe do rapaz espera que, depois do "sucesso", Rafael volte para a reabilitação. Desta vez, para ficar mais que dez dias.

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