segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Série "Roma" é boa opção para quem detesta o "BBB"

Todo janeiro é a mesma coisa. Assim que estreia uma nova edição do "Big Brother Brasil", os portais e sites brasileiros explodem em matérias e notinhas sobre o programa. Não, não se trata de uma conspiração para baixar ainda mais o nível cultural do nosso povo. Essas notícias vão ao ar porque existe muita gente interessada em lê-las, mas muita mesmo. Se bem que não é esta a impressão que passam os comentários. Grande parte deles é assinada por inimigos declarados do "BBB". Para essa galera, não basta não assistir: eles têm que espernear na rede.

Uma das reclamações mais comuns é o deserto de qualidade em que a TV aberta se transforma no primeiro mês do ano. Ainda mais agora, em que o "BBB13" não é o único "reality show" no ar: há também a reta final da "Fazenda de Verão" na Record e a segunda temporada de "Mulheres Ricas" na Band. "Não temos nada para ver", vociferam os arautos da erudição. Claro que têm, e sem precisar assinar os canais pagos.. É só zapear, ou consultar a programação nos jornais. Uma das melhores opções atualmente é a série "Roma", exibida pela Band toda terça às 22:30. É uma superprodução da HBO americana com a BBC britânica. Foi ao ar pela HBO Brasil entre 2005 e 2007 e já está disponível em DVD há algum tempo, mas é a primeira vez que passa na TV aberta. E cumpre todos os requisitos para quem busca um programa diferente, empolgante e, sim, instrutivo. "Roma" ficcionaliza um momento crucial da história: a transformação da república romana em império, no último século antes de Cristo.
Até hoje vivemos as consequências desse período, nas leis, na religião e na língua que falamos. Muitos personagens da série são verdadeiros, como Júlio César, Cleópatra, Marco Antonio e Augusto. Até mesmo os protagonistas, os soldados Lucius Vorenus e Titus Pullo, existiram na realidade: são os únicos legionários citados nominalmente por César em seu relato sobre a conquista da Gália. Mas pouco se sabe sobre a vida desses guerreiros, e é aí que entra a ficção. Os roteiristas constroem histórias pessoais para ambos que misturam dramas familiares e presença em instantes cruciais da história. Titus, por exemplo, seria o verdadeiro pai de Cesário, o filho que Cleópatra teve com César. O mais fascinante do programa é a reconstituição da Cidade Eterna, a mais verídica já feita até hoje. Roma surge na tela não como uma serena esplanada de templos monumentais, mas como uma metrópole vibrante e imunda, coalhada de ambulantes e pedintes. Pelos padrões de hoje, ela seria considerada "de terceiro mundo". A série teve apenas duas temporadas, porque os altíssimos custos de produção impediram sua continuidade. Pode ser vista como uma minissérie fechada, pois não sobram fios soltos no final. É uma aula de história, uma viagem ao passado e também um novelão: não faltam assassinatos, intrigas, adultérios e paixões. Sim, o excesso de "BBB" e similares pode mesmo "emburrecer". Mas não digam que não há alternativas, seus preguiçosos.


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