domingo, 5 de novembro de 2017

Cientistas identificam substância capaz de inibir pensamentos indesejáveis

Quantas vezes você se pegou com um pensamento que não saía de sua cabeça, por mais que você quisesse? Se você já perdeu noites de sono assim, não se preocupe. Cientistas britânicos podem ter encontrado o motivo e estão a um passo de descobrir como controlar esses pensamentos indesejados. Publicada na “Nature Communications”, uma pesquisa mostrou que o cérebro precisa produzir uma substância específica chamada GABA para que os pensamentos indesejados fiquem sob controle. A descoberta é um grande avanço para o tratamento de transtornos mentais, já que ela abre o caminho para a criação de medicamentos que mimetizam a substância.

A dificuldade ou incapacidade de se libertar de pensamentos intrusivos e indesejados são uma realidade tanto para pessoas sem problemas mentais quanto para indivíduos com vários tipos de condições, que vão desde transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno do estresse pós-traumático até depressão, ansiedade e esquizofrenia. Realizado na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, o estudo analisou um grupo de participantes voluntários durante dois testes. No primeiro, eles receberam pares de palavras não relacionadas e os cientistas pediram para que eles as associassem (por exemplo, musgo/norte e barata/prova). Depois, os participantes receberam uma palavra e um sinal verde ou vermelho. Se recebessem a cor verde, eles tentariam lembrar o outro par da palavra, e se fosse vermelho, eles tentariam suprimir o par relacionado que veio direto em sua mente. Enquanto o teste estava sendo realizado, os cérebros dos participantes foram monitorados por meio de imagens de ressonância magnética. A conclusão foi que os voluntários com as maiores concentrações de um produto químico conhecido como GABA em seu hipocampo tiveram melhor desempenho em suprimir os pensamentos indesejados. O GABA é o neurotransmissor inibidor do cérebro, sufocando as atividades de algumas células quando é liberado. "O que é emocionante sobre isso é que agora estamos ficando muito específicos", disse Michael Anderson, que liderou o estudo, em entrevista à BBC. "Antes, só podíamos dizer ‘essa parte do cérebro age nessa parte’, mas agora conseguimos citar quais neurotransmissores provavelmente serão importantes."

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