
Goldman, nos EUA (Foto: Bill Kostroun / AP)
Desde 2009, Sean mora com o pai biológico, o norte-americano David Goldman, nos EUA. O menino foi entregue ao pai depois de uma luta judicial no Brasil por sua guarda. David iniciou a briga com a família brasileira depois da morte da mãe de Sean, a estilista Bruna Bianchi.De acordo com Silvana Bianchi, um dos últimos desejos de Raimundo era de poder ver o neto antes de morrer. A família, então, entrou com um pedido na Justiça para que Sean pudesse visitar o avô no hospital. No entanto, segundo ela, esse pedido foi negado. Ela afirmou que não conseguiu comunicar ao neto sobre o falecimento do avô. Abalada, Silvana disse que não vai desistir.
Meu marido morreu com uma enorme tristeza na alma"-Silvana Bianchi-avó de Sean
O corpo de Raimundo será sepultado e velado às 14h desta terça (22), no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária. Além da esposa e do neto, ele deixa o filho, Lucas, e a neta, Chiara, de 2 anos.
Irmã no processo
No início de março, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, incluir a irmã de Sean Goldman, Chiara Ribeiro Lins e Silva, 2 anos, como parte interessada no processo que trata da disputa pela guarda do garoto. O pedido de inclusão da irmã foi feito pela defesa dos avós maternos.O pedido foi feito em 2009, quando Sean ainda estava no Brasil. A defesa pretende usar a presença da menina no processo para reverter a decisão que permitiu Goldman levar o filho para os Estados Unidos. De acordo com o advogado dos avós maternos do garoto, Sérgio Tostes, o Estatuto da Criança e do Adolescente garante a irmãos o direito à convivência. Dessa forma, Chiara seria parte interessada no processo.Em fevereiro, o pedido de visitação feito pelos avós do menino foi considerado improcedente pela Corte Superior do Estado de Nova Jersey. Segundo a decisão, David Goldman permitiu a visita dos avós com algumas condições “razoáveis” e estas não foram aceitas. Silvana diz ter acatado todas as condições. Na época, ela e o marido deram entrada no pedido usando o estatuto da visitação dos avós (GVS - Grandparent Visitation Statute) de Nova Jersey.
As condições impostas por David são encerrar os processos na Justiça brasileira que tentem reverter a repatriação de Sean aos Estados Unidos ou a guarda total dele ao pai, os avós, então, deveriam não fazer aparições públicas questionando essas decisões, a duração das visitas e quando deveriam acontecer seria decidido pelo psicólogo de Sean, e que toda a comunicação entre David e os avós maternos fosse confidencial.
Disputa judicialA briga judicial pela guarda do garoto começou depois da morte de Bruna Bianchi, em 2008. Bruna morreu após o parto da segunda filha. No último dia 22 de fevereiro, a Justiça norte-americana negou o pedido da avó para visitar o neto nos Estados Unidos.

jurídica pela guarda de Sean (Foto: José Cruz/ABr)
Após a morte de Bruna, o padrasto ficou com a guarda provisória da criança. David Goldman, no entanto, entrou na Justiça e pediu o retorno da criança aos Estados Unidos. Pai, padrasto e avós maternos da criança travaram uma batalha jurídica pela guarda do menino.O caso começou na Justiça estadual do Rio e depois passou para a competência federal. Goldman alegou que o Brasil violava uma convenção internacional ao negar seu direito à guarda do filho. Já a família brasileira do garoto dizia que, por “razões socioafetivas”, ele deveria permanecer no país. A justiça brasileira, no entanto, ordenou a entrega do menino ao pai biológico.
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