O devastador terremoto de 8,9 graus de magnitude na escala Richter que abalou nesta sexta-feira o Japão pode ter deslocado em quase 10 centímetros o eixo de rotação da Terra, segundo um estudo preliminar do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) da Itália.
O INGV, que desde 1999 estudou os diversos fenômenos sísmicos registrados na Itália, como o devastador terremoto da região dos Abruzos de 6 de abril de 2009, explica em uma nota que o impacto do terremoto do Japão sobre o eixo da Terra pode ser o segundo maior de que se tem notícia.
"O impacto deste fato sobre o eixo de rotação foi muito maior que o do grande terremoto de Sumatra de 2004 e provavelmente é o segundo maior, atrás apenas do terremoto do Chile de 1960", diz o comunicado.
Entre 200 e 300 pessoas morreram na província japonesa de Miyagi (leste) por causa do tsunami provocado pelo terremoto do Japão, mas ainda há 349 desaparecidos em todo o território japonês.Teme-se que o número de mortos aumente, já que há edifícios destruídos em várias regiões.
Terremoto não provocou vazamentos radioativos
As autoridades japonesas informaram à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que nenhum vazamento radioativo foi detectado nas centrais nucleares da região afetada pelo terremoto que abalou o país nesta sexta-feira.Horas antes, a AIEA havia indicado que as quatro centrais nucleares japonesas localizadas na região atingida pela catástrofe já foram desligadas e fechadas em segurança.Em um novo comunicado, a AIEA diz ter sido informada pela Agência Japonesa de Segurança Nuclear e Industrial (NISA) sobre "um nível de alerta elevado na central nuclear de Fukushima-Daiichi", mas a central foi "desligada, e não detectamos nenhum vazamento de radioatividade".Por outro lado, as autoridades japonesas informaram sobre um incêndio no edifício onde fica uma turbina da central nuclear de Onagawa, mas o fogo foi apagado, segundo a AIEA."As autoridades dizem que as centrais nucleares de Onagawa, Fukushima-Daiichi e Tokai foram desligadas automaticamente, e nenhum restro de radioatividade foi detectado", acrescentou a agência.A AIEA indicou também ter sido informada pelo Centro Internacional de Segurança Sísmica (ISSC, ligado à AIEA), que o Japão foi atingido por um segundo terremoto de magnitude 6,5 nos arredores da costa leste da ilha Honshu, perto da central de Tokai.A agência ainda está coletando mais informações sobre as outras centrais nucleares do país, principalmente sobre "a rede elétrica das centrais, os sistemas de esfriamento e o estado dos edifícios dos reatores".
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