segunda-feira, 21 de março de 2011

Ministro da Defesa britânico insinua que Gaddafi pode ser alvo militar

Do UOL Notícias* /Em São Paulo
 
20.03.2011 Rebelde observa veículos de Gaddafi atingidos por ataque aéreo da força internacional, perto de BenghaziGoran Tomasevic/Reuters
O ministro da Defesa do Reino Unido, Liam Fox, insinuou em declarações à "BBC" que o chefe do Estado líbio, Muammar Gaddafi, poderia ser um dos alvos militares da coalizão.Entrevistado pela emissora pública, Fox explicou que "há uma diferença entre o fato de que alguém seja um alvo legítimo e a decisão de passar ao ataque" porque para isto último "seria preciso levar em conta o que pode acontecer aos civis na área".
Dada a sensitividade dos países da região à operação contra as forças de Kadafi, os ajudantes de Fox apressaram-se a minimizar as declarações, explicando que o ministro quis dizer que aquele poderia ser eliminado por equívoco se estivesse perto de um alvo militar.

TV estatal da Líbia mostra imagens de feridos por ataques (em inglês)

  • Força Internacional lança 112 mísseis contra Líbia

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse repetidamente que "Kadafi tem que ir embora", mas outros membros do Governo de coalizão britânico esclareceram no domingo que a saída do ditador líbio não é o objetivo último da operação contra seu regime.
Míssil em prédio de Gaddafi
No domingo, um prédio administrativo do complexo residencial de Gaddafi foi atingido por um míssil e destruído no bairro de Bab el Aziziya, em Trípoli. A informação é da agência de notícias AFP, segundo a qual  as forças britânicas atacaram os sistemas líbios de defesa antiaérea, revelou o ministério britânico da Defesa em Londres.
"Posso confirmar que as forças armadas britânicas participaram de outro raid coordenado contra os sistemas líbios de defesa antiaérea", declarou o general John Lorimer, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. "Pela segunda vez, o Reino Unido lança do Mediterrâneo mísseis (de cruzeiro) Tomahawk de um submarino da classe Trafalgar, como parte do plano coordenado da coalizão para aplicar a resolução do Conselho de Segurança da ONU autorizando o uso da força contra o regime de Gaddafi.
Os bombardeios acontecem horas depois de o governo líbio, por meio de um porta-voz do Exército, ter declarado hoje que o país está enfrentando "bárbara agressão armada". Ele pediu que as forças da coalizão internacional que estão intervindo no país interrompam os ataques. É o segundo anúncio de cessar-fogo feito pelas forças do regime do ditador.“As Forças Armadas da Líbia foram instruídas a seguir um cessar-fogo a partir das 19h GMT (16h, em Brasília), em resposta ao apelo da União Africana pelo fim imediato das hostilidades", declarou um porta-voz do Exército.O cessar-fogo foi ordenado devido ao número de civis mortos e aos edifícios destruídos devido aos confrontos entre forças leais do ditador Muammar Gaddafi e seus opositores, e também dos ataques das forças de coalizão.Segundo o porta-voz, as Forças Armadas estão convocando todos os cidadãos líbios a participar de uma marcha pacífica entre as cidades de Trípoli e Benghazi, reduto de opositores do regime.
Rebeldes mortos
Mais de 8.000 líbios alinhados com o movimento rebelde que se levantou contra Gaddafi foram mortos na revolta contra o líder, informou no domingo um porta-voz do grupo à emissora Al Jazeera. "Nosso número de mortos e mártires ultrapassa 8.000", afirmou Abdel Hafiz Ghoga.
Ele criticou o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, pelos comentários aparentemente críticos às ações dos Estados Unidos e aliados contra a Líbia.A Liga Árabe pediu a imposição de uma zona de restrição aérea sobre a Líbia para proteger os civis das forças de Gaddafi, mas Moussa condenou no domingo o "bombardeio de civis."
"O que está acontecendo na Líbia difere do objetivo de impor uma zona de restrição aérea, e o que queremos é a proteção de civis e não o bombardeamento de mais civis", afirmou Moussa à agência de notícias estatal egípcia.

Matar Kadhafi seria 'insensato', diz secretário de Defesa dos EUA

Aliados devem se ater ao que está na resolução da ONU, disse Gates.Ele traçou cenarios para como seria uma futura campanha militar na Líbia.

Do G1, com agências internacionais

O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, disse neste domingo (20) que seria "insensato" matar o ditador da Líbia, Muammar Khadafi, na operação militar da coalizão para deter as forças de segurança do regime."Acredito na importância de operarmos com base na resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas", disse.
"Se começarmos a acrescentar objetivos, acredito que vamos gerar outro problema neste sentido. Não é sensato estabelecer metas que talvez não possamos atingir", afirmou Gates, a caminho da Rússia.
Prédio atingido
Um míssil atingiu um prédio administrativo do complexo residencial de Kadhafi em Tripoli, capital da Líbia, testemunhou a a France Presse na noite deste domingo.Mas o Pentágono reafirmou que o local não é um dos alvos da ofensiva aliada.Gates também afirmou que os assessores do presidente Barack Obama apoiaram unanimemente a decisão de usar a força militar na Líbia.
Rebeldes líbios comemoram sobre tanque das tropas de Kadhafi neste domingo (20) em Benghazi; o veículo foi destruído por bombardeio aliado (Foto: AP)
Rebeldes líbios comemoram sobre tanque das tropas de Kadhafi neste domingo (20) em Benghazi; o veículo foi destruído por bombardeio aliado (Foto: AP)
Segundo Gates, os EUA veem muitas possibilidades para uma futura liderança da campanha militar na Líbia, mas os aliados árabes mostraram certa resistência em operar sob a bandeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
"Acho que há duas possibilidades. Uma é a liderança britânica e francesa. Outra é o uso da estrutura da Otan", afirmou."Acredito que há uma sensibilidade por parte da Liga Árabe pelo fato de poder ser vista operando sob o guarda-chuva da Otan. E, então, a questão é se existe uma maneira que podemos trabalhar fora do comando da Otan e comandar a estrutura sem que seja uma missão da Otan e sem uma bandeira da Otan."
mapa ataques líbia 20/3 19h (Foto: Arte G1)
Mapa dos ataques à Líbia20/3 19h (Foto: Arte G1)

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