sexta-feira, 8 de abril de 2011

Imposto de crédito pessoal dobra

Folha de S.Paulo

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem que vai dobrar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nos créditos pessoais com prazo de um ano ou mais. O objetivo da medida, que começa a valer hoje, é conter a inflação de 2011. Hoje, o consumidor paga 1,5% sobre o valor do financiamento e, com a mudança, vai pagar 3%. De acordo com o ministro Guido Mantega, o total de empréstimos pessoais no Brasil está em torno de R$ 700 bilhões ao ano. A medida atinge todas as operações de crédito pessoal. Entre elas, as compras feitas no crediário, os empréstimos pessoais, o crédito consignado (com desconto direto no salário), o rotativo do cartão de crédito e o parcelamento para compra de automóveis.
Na avaliação da Fazenda, a inflação está ligada ao aumento dos preços de matérias-primas no exterior. Para o governo, a inflação contribui também na alta dos preços dos alimentos, afetados pelo prolongamento do período de chuvas.
"O que nós não queremos é que haja um contágio dessa inflação localizada e que não é originária no Brasil para setores que estão aquecidos", afirmou Mantega. A forma encontrada pelo governo foi segurar o consumo. O aumento do custo do crédito será aplicado apenas a novos financiamentos.
"Nós estamos tomando essa medida para moderar o aumento do crédito para o consumo que, neste início de ano está crescendo cerca de 20%, o que é uma velocidade um pouco elevada", admitiu.
Temporária
Segundo Mantega, a medida é temporária e valerá até que a demanda e o volume dos recursos emprestados voltem ao patamar compatível com a expansão econômica. Para Roberto Padovani, estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil, a medida deve ter o efeito desejado pelo Banco Central: controlar o crédito, desacelerar o crescimento e reduzir o consumo. Mas, para ele, não deverá conter a inflação.
Inadimplência do consumidor sobe 21,4% no primeiro trimestre
 
DE SÃO PAULO

Puxado pelo aumento na devolução de cheques sem fundos, o indicador de inadimplência da Serasa Experian cresceu 21,4% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2010.
Segundo a área de análise econômica da Serasa, o aumento do nível de endividamento dos consumidores ao longo dos últimos dois anos, combinado com o recrudescimento da inflação, começou a gerar dificuldades para o pagamento pontual das dívidas. Os economistas da Serasa também ressaltaram que a crescimento de 21,4% ocorreu sobre uma base deprimida de comparação. No primeiro trimestre de 2010, o país se favoreceu de uma rápida expansão do desemprego, o que fez a taxa de inadimplência daqueles meses contrair 6,7%. Decompondo o indicador de atraso nos pagamentos, a empresa verificou um aumento de 24,6% na emissão de cheques sem fundos entre os dois trimestres. Por outro lado, houve uma redução de 2,8% nos atrasos das dívidas não-bancárias (cartão de crédito, contas de luz e de água, dívidas com financeiras etc). No caso das dívidas bancárias, houve um aumento de 3,4% na taxa de inadimplência.

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