sexta-feira, 6 de maio de 2011

Brasileiro indiciado no caso 'Mortal Kombat' se diz vítima de golpe

Polícia diz que 9 cópias do jogo foram furtadas em fábrica em Manaus.'Não sabia que game ainda não tinha sido lançado', diz suspeito ao G1.

Gustavo Petró Do G1, em São Paulo

Polícia Civil de Manaus divulgou cópias do game 'Mortal Kombat que foram furtadas (Foto: Divulgação/Polícia Civil do Amazonas)Polícia Civil de Manaus divulgou cópias do game
'Mortal Kombat que foram furtadas (Foto: Divulgação/Polícia Civil do Amazonas)
O funcionário administrativo Kaleb Kettle, 26 anos, indiciado pela polícia amazonense por suspeita de receptação no caso do vazamento do jogo de luta "Mortal Kombat", afirma que foi vítima de um golpe e que se arrepende de ter publicado na rede a imagem na qual ele aparece segurando o disco original do game e mostrando o dedo médio. "Não me arrependo de ter comprado o game. Me arrependo de ter divulgado a foto [em que estava com ele]", disse Kettle, morador de Manaus, em entrevista por telefone ao repórter do G1.No início de abril, antes do lançamento oficial, fotos do disco original da versão de "Mortal Kombat" para PlayStation 3 começaram a circular em fóruns na internet. O caso ganhou repercussão mundial e, dias depois, a fábrica da Sony em Manaus foi apontada como local do vazamento.
Kettle diz que publicou na internet que possuía o game "Mortal Kombat" no dia 9 de abril, dez dias antes do lançamento mundial. "Eu não sabia que o game ainda não tinha sido lançado, não acompanho os lançamentos de jogos. Para mim, estava tudo certo."
Não sou ladrão, caí em um golpe"
Kaleb Kettle
Na quarta-feira, 4 de maio, a Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd) em Manaus concluiu o inquérito sobre o furto de nove cópias do jogo de luta para o PlayStation 3. Um ex-funcionário da Sony e mais duas pessoas, incluindo Kettle, foram indiciados e permanecem em liberdade. O inquérito policial foi encerrado e encaminhado ao Ministério Público, que ainda vai analisar se fará acusação formal contra os três.Kettle afirma que comprou por R$ 120 uma cópia do jogo de uma pessoa que oferecia o título na internet. "No dia 7 de abril, entrei em uma comunidade do Orkut para trocar o jogo 'Castlevania', que havia terminado um dia antes. Lá, um cara oferecia 'Mortal Kombat' normalmente."
Ele conta que trocaram telefones e que, em uma das ligações, ele pediu que o homem fosse até sua casa para levar o jogo de luta.Segundo Kettle, houve desconfiança sobre a procedência do produto. "Achei que era apenas um CD com a impressão do jogo. Como não vinha com caixa e manual, perguntei se não era falso. O homem me disse que era assim que recebia do fornecedor. Como compro games em sites de fora [estrangeiros], fiquei em dúvida. O game funcionou normalmente", disse.Sem saber que "Mortal Kombat" seria lançado nos Estados Unidos no dia 19 de abril, segundo ele, Kaleb começou a divulgar para amigos em redes sociais que possuía o título. "A galera não acreditava em mim. Perguntavam como eu consegui o jogo. Para provar que eu tinha o 'Mortal Kombat', publiquei fotos na internet. Minha foto com o game e com o gesto obsceno foi para uma pessoa que estava me chamando de mentiroso. Fiquei mordido na hora e por isso mandei a foto."Ele diz que se arrepende da atitude. "Se eu tivesse ficado quieto, nada disso teria acontecido." Afirma também que sentiu medo quando a polícia foi a sua casa. "Nunca tive problemas com a polícia. Me preocupei com minha família quando eles bateram na minha porta, pois sou casado e minha esposa está grávida. Não sou ladrão, caí em um golpe."Kettle afirma que gostaria de se desculpar com o produtor do jogo, Hector Sanchez, que publicou no Twitter que estava "desapontado" com o vazamento do jogo. "Não fiz por mal. Não pensei em prejudicar a empresa, ele e nem a pessoa que me vendeu o jogo."
O G1 tentou entrar em contato com os outros dois indiciados, mas não conseguiu.

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