segunda-feira, 27 de junho de 2011

Imagens de santos em campanha gera polêmica na Parada Gay

Cartazes espalhados pelo trajeto diziam que ‘nem santo salva’ da Aids.Dom Odilo afirmou que ‘comportamentos corretos’ salvam da doença.

Do G1 SP, com informações da Agência Estado

A Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) de São Paulo causou polêmica em sua 15ª edição, que aconteceu no domingo (26), na Avenida Paulista e na Rua da Consolação. Em 170 cartazes distribuídos em postes por todo o trajeto, 12 modelos masculinos, representando ícones da Igreja Católica, como São Sebastião e São João Batista, apareciam seminus ao lado das mensagens: "Nem Santo Te Protege" e "Use Camisinha".
A ideia foi criticada pelo cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, que considerou a campanha "infeliz, debochada e desrespeitosa". “É uma forma debochada de usar imagens de santos, que para nós merecem todo respeito", disse. "Vamos refletir sobre medidas cabíveis para proteger nossos símbolos e convicções religiosas. Quem deseja ser respeitado também tem de respeitar."O presidente da Parada, Ideraldo Beltrame, disse que a campanha não teve como objetivo ofender os católicos. "Nossa intenção é mostrar à sociedade que todas as pessoas, seja qual for a religião delas, precisam entrar na luta pela prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Aids não tem religião." Dom Odilo mais uma vez discorda. “O que salva da Aids é comportamentos corretos, responsáveis, respeitosos, dignos. Isso salva da Aids.”
Ao eleger como tema "Amai-vos Uns Aos Outros", a organização uniu a vontade de conclamar seguidores com a de responder a grupos religiosos -que vêm atacando sistematicamente o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. Na Marcha para Jesus, na quinta-feira, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em favor da união estável homoafetiva foi ferozmente atacada.Mas nesse ponto nem as opiniões de evangélicos dissidentes, que fundaram igrejas inclusivas e acompanham a Parada, convergem. "Não tinha necessidade de usar pessoas peladas para representar santos. Faz a campanha, mas não envolve as coisas de Deus", afirmou a pastora lésbica Andréa Gomes, de 36 anos, da Igreja Apostólica Nova Geração. "A campanha foi mais de encontro aos ditames da Igreja Católica. Nós não temos santos", diz o pastor José Alves, da Comunidade Cristã Nova Esperança.

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