Duas vítimas foram cruelmente torturadas antes de morrer, diz polícia. Entidades suspeitam que crimes tenham motivação homofóbica.
A delegada da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), Anaíde Barros, afirmou em entrevista ao G1 que os dois travestis assassinados em Cuiabá deviam dinheiro para um traficante de drogas. Anaíde de Barros explicou que ouviu na tarde desta segunda-feira (13) uma testemunha 'chave' para esclarecer os homicídios. Porém, a delegada ainda não descartou a possibilidade de os crimes terem sido motivados por homofobia. Entidades que defendem os direitos humanos querem uma apuração rigorosa dos casos.
Com as informações repassadas pela testemunha, um travesti que conhecia uma das vítimas, a Polícia Civil começa a identificar uma relação entre os dois homicídios. A delegada vê semelhanças entre as mortes. Ela explica que os assassinatos aconteceram em um intervalo de apenas 11 dias. Além disso, as vitimas são travestis e foram mortas na mesma região da cidade, no bairro CPA 4, e de forma muito violenta.
Até o momento, cinco homens foram interrogados pela polícia. Segundo a delegada, chegou até a delegacia a informação de que os travestis teriam sido mortos por integrantes de um grupo homofóbico da capital, ou seja, assassinados por pessoas que tem ódio de homossexuais.No entanto, a possibilidade de o crime ter motivação homofóbica foi praticamente descartada com o depoimento do travesti. "Estamos trabalhando, mas foi uma corrente que ainda não prosperou", comentou a delegada. A polícia agora foca a investigação em acerto de contas. Os dois jovens eram usuários de drogas e estavam devendo a um mesmo traficante.
Justiça

justiça de Deus. (Foto: Ericksen Vital G1/MT)
As mortes
“A droga levou meu filho”diz mãe de um dos travestis cruelmente assassinados
Direitos humanos
Após tomarem conhecimento das mortes em Cuiabá, entidades dos direitos humanos começaram a acompanhar os casos para saber se os crimes tiveram motivações homofóbicas. A assessora da Coordenadoria Nacional dos Direitos Humanos, Ana Lúcia da Silva, disse que espera que sejam identificados os criminosos e que eles sejam penalizados conforme a lei. Já a Coordenadora do Centro de Referência de Enfrentamento à Homofobia, Cláudia Cristina Carvalho, quer que a sociedade reconheça que os travestis tem direito à dignidade humana respeitada.
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