quarta-feira, 27 de julho de 2011

ONU reconhece oficialmente grupo global gay

A principal entidade global de representação dos homossexuais, ILGA, foi formalmente reconhecida pela Organização das Nações Unidas, apesar da forte oposição de países africanos e islâmicos, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira pela ONU.
Ativistas disseram que a decisão do Conselho Econômico e Social da ONU marca um importante avanço para as minorias sexuais, num momento em que elas estão sob crescente pressão em alguns países em desenvolvimento.A ILGA (Associação Internacional de Gays e Lésbicas, na sigla em inglês) pleiteava há mais de uma década seu reconhecimento como membro consultivo da ONU, o que implica o direito em participar de reuniões da ONU, se pronunciar e fornecer informações a agências globais acerca do tratamento dado aos homossexuais.A entidade, que diz ter 670 organizações afiliadas em 110 países, também poderá participar de reuniões do Conselho de Direitos Humanos da ONU, onde há um forte sentimento homofóbico -- embora essa instância tenha aprovado no mês passado, por estreita margem, a primeira resolução na história da ONU condenando a violência contra homossexuais.Na sessão de segunda-feira do Conselho Econômico e Social, 29 países votaram a favor do reconhecimento da ILGA -- principalmente europeus e latino-americanos, mas também Índia, Coreia do Sul, Japão e Mongólia. Outros 14 -- países africanos e islâmicos, mas também Rússia e China -- votaram contra. Houve 5 abstenções.O resultado reverteu o parecer de uma comissão da ONU contra o reconhecimento do grupo.
A sessão de segunda-feira da Ecosoc também resultou no reconhecimento do status consultivo de duas outras entidades -- uma ONG de questões trabalhistas, que atua principalmente na América Latina, e uma entidade síria de direitos humanos com sede em Paris.Os EUA elogiaram o voto favorável à ILGA, dizendo que essa ONG está "comprometida com o respeito aos direitos humanos e liberdades universais". Já o Egito argumentou que a entidade não esclareceu suspeitas de que alguns de seus membros estariam ligados à pedofilia.Falando em nome da União Europeia, a Polônia queixou-se de que alguns dos 19 integrantes da comissão que avalia as ONGs -- e que atualmente inclui Cuba, Paquistão, Rússia e China -- se opõem ao reconhecimento de entidades que criticam a situação dos direitos humanos nessas nações, ou por causa das causas que elas defendem.

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