quarta-feira, 27 de julho de 2011

Evita ganha retrato imenso que reflete sua grandeza na Argentina

  • A ex-primeira dama argentina Eva Perón durante evento que atraiu multidão em Buenos Aires em 1951 A ex-primeira dama argentina Eva Perón durante evento que atraiu multidão em Buenos Aires em 1951
BUENOS AIRES (Reuters) - Quase seis décadas após sua morte, a figura de Evita Perón ainda está muito presente na política argentina.
A partir da terça-feira, um enorme retrato da carismática ex-primeira-dama, com dez andares de altura, vai velar sobre a capital, em uma homenagem paga pelo governo e inspirada na famosa estátua de Che Guevara na praça da Revolução, em Havana.A presidente Cristina Kirchner, que frequentemente evoca a memória de Evita em seus discursos, vai inaugurar -- três meses antes da eleição presidencial -- o retrato de ferro batido que recobre um lado do prédio do Ministério da Saúde.Atriz que se casou com o falecido presidente Juan Perón, Evita é adorada por muitos argentinos por ter ajudado a conquistar o direito do voto feminino e benefícios trabalhistas para a classe trabalhadora, além de ter fundado hospitais e orfanatos.
"O objetivo desta obra de arte é render homenagem a uma mulher que lutou pela justiça social", disse Alejandro Marmo, o artista de quem o governo de centro-esquerda de Cristina encomendou o retrato no ano passado."Estamos exibindo um novo ícone, assim como aconteceu com Che em Cuba", ele disse, aludindo à imagem cult do revolucionário argentino na capital cubana.A imagem gigante de Evita, que tem 31 metros de altura e 24 de largura, ergue-se sobre a avenida movimentada que corta o centro de Buenos Aires. Evita é mostrada em imagem glamorosa, com o coque que era seu penteado de praxe.A inauguração do retrato, na terça-feira, assinala o 59o aniversário da morte de Evita, de câncer, aos 33 anos e no auge de sua popularidade."Esta obra vai lembrar aos argentinos e aos visitantes esta mulher que viveu apenas até os 33 anos, mas conquistou a imortalidade", disse Miguel Angel de Renzis, diretor da Fundação Evita, uma entidade de caridade fundada após sua morte.O retrato escultural adorna uma lateral do edifício de onde Evita muitas vezes discursou para multidões e onde ela decepcionou seus seguidores ao dar a entender que não se candidataria a vice de Perón em 1951.
Outra imagem, de uma Evita combativa discursando para uma multidão imensa, será colocada do outro lado do edifício e deve ser inaugurada nos próximos meses.
"A outra Evita é mais rebelde", disse Laura Macek, historiadora do Instituto Evita Perón de Pesquisas Históricas, de Buenos Aires. "Ela não é apenas a Evita boa, a fada madrinha que dava brinquedos a nossos filhos, mas uma Evita militante, engajada com uma causa." (por Por Luis Andrés Henao)

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