Em greve há quase 2 meses, categoria reivindica aumento de 26% no RJ.A partir desta segunda-feira (1º), faltosos terão pontos descontados.
Após quase dois meses de greve, os professores do estado do Rio de Janeiro terão um reajuste de 3,5% a partir de setembro - valor distante dos 26% que a classe reivindicava. A medida é uma das que foram apresentadas pelo secretário estadual de Educação, Wilson Risolia, que afirmou ainda que a partir desta segunda-feira (1º) quem permanecer em greve será descontado no salário.“Quem faltar, terá seu ponto cortado. E temos ações para substituí-los”, disse ele.
Nova Escola
Também faz parte do projeto de lei que será apresentado nesta tarde à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) a antecipação em um ano da gratificação do Nova Escola para os professores da rede; o anúncio de um novo concurso para docentes, com 1.500 vagas em 2011 e 500 vagas em 2012; e também o descongelamento da carreia (aumento da variação entre os níveis de salários dos profissionais) para os servidores técnico-administrativos.
Wilson Risolia explicou que somando a antecipação do Nova Escola com o novo reajuste (que será feito em cima do salário já com a gratificação incorporada) o aumento real será de 13,02%. Os inativos estão incluídos nas novas medidas.O reajuste anunciado significa um aumento de R$ 99,70 no salário base do profissional com 16 horas semanais, que passará de R$ 765,66 para R$ 865,36.
Além disso, o secretário disse que, dentro de 15 dias, 4.441 novos professores chegarão à rede estadual para suprir as atuais carências nas escolas.

(Foto: Carolina Lauriano / G1)
Mais de 20 barracas seguem montadas na Rua da Ajuda nesta segunda-feira (1º). O grupo, que segue no local há vinte dias, classificou como "deboche" o reajuste apresentado pelo governo.
"Acho muito legal ele (secretário) ter se mexido e dado um passo, mas isso é um deboche", definiu Roberto Simões, professor de educação física do Colégio estadual João Alfredo, em Vila Isabel, na Zona Norte da cidade. Com 27 anos na escola, o salário atual dele é de R$ 1.204,78.
Alunos também protestam no local.
Segundo a categoria, a greve vai continuar apesar do anúncio do corte do ponto. "A gente não pode andar pra trás, vamos continuar a greve", disse a professora de matemática Fabiana Gonzaga, acrescentando que a escola João Alfredo está sem água.Ao saber do reajuste de 3,5%, a diretora do Sepe-RJ, Maria Oliveira da Penha, professora aposentada, fez duras críticas ao secretário. "Ele não cumpriu uma promessa feita. Com esse reajuste, vai continuar o acampamento até 2014, pode ter certeza".
Greve há quase 2 meses
A categoria paralisou as atividades em sala de aula no dia 7 de junho. O ápice da greve foi no dia 12 de julho, quando um grupo invadiu o prédio da Secretaria de Educação, no Centro da cidade. O tumulto foi contido pelo Batalhão de Choque, que chegou a jogar gás de pimenta para dispersar a multidão.
Do lado de fora do prédio, um grupo decidiu, em protesto, ficar acampado até ser recebido pelo secretário de Educação.No dia 15 de julho, após uma assembleia do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe), os professores decidiram continuar a greve na rede estadual de ensino do Rio.
Proposta de reajuste para Educação é criticada no RJ
São Paulo - O secretário de Educação do Rio de Janeiro, Wilson Risolia, anunciou hoje uma proposta de reajuste de 3,5% para os profissionais de educação das escolas estaduais e confirmou a proposta de antecipação da parcela da gratificação do programa Nova Escola referente a 2012. A propostas serão encaminhadas à Assembleia Legislativa do Estado (Alerj).Para o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), o reajuste anunciado é tímido, uma vez que fica abaixo da inflação em 2011 e da reivindicação da categoria, que queria 26% de reajuste. A direção do sindicato afirmou que vai se encaminhar para a Alerj para acompanhar o processo de votação do Projeto de Lei e pressionar os deputados a incluírem emendas no projeto, aumentando o índice de reajuste anunciado. Na próxima quarta-feira, 3, o sindicato fará uma assembleia geral durante a manhã para avaliar a proposta do governo e discutir os rumos da greve nas escolas, iniciada no dia 7 de junho. O governo também anunciou o descongelamento do plano de carreira dos funcionários administrativos, com piso de um salário mínimo e um porcentual de 8% entre os níveis. Segundo a Secretaria de Educação, os professores que recebiam, em junho deste ano, R$ 765,66 por 16 horas semanais, passarão a receber em setembro, pela mesma carga horária, R$ 865,30 - uma melhoria salarial de 13% (9,2% de Nova Escola e 3,5% de reajuste).
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