Patrícia Acioli foi seguida durante cerca de 40 minutos na noite do crime.Polícia investiga imagens para identificar envolvidos.
A polícia utilizou imagens de câmeras de segurança para refazer os últimos passos da juíza Patrícia Acioli antes de ser assassinada na noite de 11 de agosto, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. As imagens mostram que a juíza foi seguida por cerca de 40 minutos, durante todo o trajeto entre o Fórum de São Gonçalo e sua casa, em Niterói.Segundo a investigação, Patrícia Acioli deixou o fórum por volta das 23h e saiu da garagem em seu carro às 23h13. Câmeras de segurança registram que uma moto ocupada por dois homens, com o farol apagado em alguns trechos, acompanha o deslocamento do veículo da juíza ao longo da estrada para Niterói.
Às 23h48, a quatro quilômetros de distância da casa de Patrícia, os suspeitos ultrapassam o carro da juíza e seguem na frente para preparar a emboscada. Às 23h53 eles entram no condomínio da vítima, e logo em seguida ela chega, como mostra a última imagem registrada antes do crime.A investigação policial também mostra que o carro de Patrícia foi alvejado ainda em movimento e que os tiros continuaram depois que o veículo parou. Foram 21 tiros, e as cápsulas recolhidas são de três calibres: 38, 40, de uso padrão da polícia, e 45, de uso restrito. Os assassinos deixaram o condomínio às 23h58.
Investigação
A polícia remontou detalhes do crime analisando imagens de câmeras de segurança somadas às perícias do carro, do local e do corpo da juíza. Ainda foram utilizados dados de mais de 3 milhões de celulares que passaram pela área entre o fórum e a casa de Patrícia Acioli até um mês antes de sua morte. Com isso, os investigadores provar que o crime foi planejado e teve envolvimento de policiais militares.
A investigação aponta para três suspeitos: o tenente Daniel Benitez e os cabos Sérgio Costa Júnior e Jefferson de Araújo Miranda. As fotos deles são exibidas pela primeira vez nesta reportagem. Segundo o delegado titular da Divisão de Homicídios (DH), Felipe Ettore, eles estão entre os oito envolvidos na morte de Diego de Souza Beliene, de 18 anos, em São Gonçalo.“Eles sabiam que seriam presos em poucos dias, que estava sendo expedida a ordem de prisão por processo anterior, e aí não teriam mais tempo para a execução da vitima”, conta o delegado, referindo-se ao assassinato da juíza.Na investigação da morte de Diego, a polícia vigiava os movimentos dos três. E no dia do assassinato da juíza, antenas de empresas de telefonia captaram os sinais dos celulares de Daniel Lopes e Sérgio Costa Júnior no fórum de São Gonçalo. Só que antes das 23h, os celulares dos policiais foram desligados. E só foram religados quase uma hora depois de a juíza ter sido executada. A partir daí, a polícia começou a rastrear dados dos celulares do PMs nos dias anteriores ao crime.
Ação planejada
No dia 11 de julho, exatamente um mês antes do crime, os registros mostram que os três acusados se encontraram na Rua dos Corais, em Piratininga, Niterói, endereço da juíza. Segundo a polícia, eles ficaram 26 minutos, das 19h43 às 20h09, juntos na pequena rua onde, um mês depois, a juíza foi morta na emboscada.No dia em que foi assassinada, Patrícia tinha acabado de assinar o pedido de prisão preventiva, por envolvimento na morte de Diego, dos três homens agora acusados também pela morte dela. “Está provado que eles são os autores do homicídio. Isso não há dúvida para a polícia que esses três participaram efetivamente da execução da juíza Patrícia Acioli”, afirma o delegado.
Em depoimento, Daniel e Jeferson negam a acusação. Sergio se recusou a falar. “O desfecho da investigação não é só para provar as pessoas que estavam na moto, mas para verificar se de fato há outras pessoas envolvidas”, completa o delegado.
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