segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Gays agredidos em SP passam por exame de corpo de delito no IML

Casal foi espancado na região da Avenida Paulista.Uma das vítimas teve a perna quebrada no sábado.

Do G1 SP




O analista fiscal Marcos Paulo Villa e seu namorado, que foram agredidos na região da Avenida Paulista na madrugada deste sábado (1º), fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo, na Zona Oeste, na manhã desta segunda-feira (3). De acordo com o namorado de Villa, um coordenador financeiro de 30 anos que preferiu não ser identificado, o casal devia ter passado pelo exame no domingo (2). Como faltou luz no prédio do IML, eles precisaram retornar nesta segunda.
As vítimas registraram boletim de ocorrência no 78º Distrito Policial, nos Jardins, neste domingo. O caso foi registrado como lesão corporal e será investigado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).O casal estava com uma amiga no Sonique Bar, na Rua Bela Cintra. Ela foi assediada por dois homens. Segundo Villa, os agressores, com idades entre 25 e 30 anos, voltaram a assediar a moça e começaram a provocar a ele e ao namorado em um posto de combustíveis que fica na esquina das ruas Bela Cintra e Fernando de Albuquerque, chamando-os de “viados”. Villa, então, pediu para que eles parassem com as provocações e atravessou a rua, em direção à sua casa, na Rua da Consolação. Os dois agressores, então, foram atrás do casal e continuaram com as provocações.O coordenador financeiro ficou nervoso e gritou para que eles saíssem de perto. Quando o casal estava em frente ao restaurante  Mestiço foram surpreendidos com socos na nuca e na coxa.
"Ela [a amiga] tinha parado o carro no estacionamento do lado. Fomos embora para casa e paramos no posto para comprar cigarro. Na fila do posto, esses dois caras vieram atrás e começaram a falar que a gente era viado, que a gente ia morrer, que não merecia viver."
Villa se dirigiu a um dos agressores e afirmou: "Vocês não sabem o que estão falando. Você é um cara novo ainda, pode ter um filho gay."
Boate Sonic Bar, onde a confusão teria começado (Foto: Roney Domingos/ G1 )Fachada do bar onde agressores abordaram vítimas
pela primeira vez (Foto: Roney Domingos/G1 )
O namorado dele contou que em seguida saíram do posto e detalha como foi o início da agressão.
"O cara falou que eu tinha que morrer. Eu comecei a gritar, pedindo ajuda do outro lado da rua. Ele veio pra cima de mim, me deu um murro na boca. Eu caí no chão, bati a cabeça e ele começou a chutar o meu corpo, foi onde eu apaguei e ele conseguiu quebrar a minha perna", conta o coordenador financeiro.
Villa afirmou que achou que seu companheiro tivesse morrido. O casal foi espancado ao sair de um bar na Rua Bela Cintra. O namorado de Villa teve a perna quebrada. "Eu achei que eles tinham matado o meu companheiro", disse Villa.
  •  
Mapa agressão a gays Avenida Paulista (Foto: Arte/G1)
Outros casosNo dia 14 de novembro de 2010, quatro menores de 18 anos e um maior de idade agrediram pedestres na Avenida Paulista. Eles chegaram, inclusive, a desferir golpes com lâmpadas fluorescentes em uma das cinco vítimas do grupo. Para a polícia, a motivação dos ataques foi homofobia. No dia 4 de dezembro, o operador de telemarketing Gilberto Tranquilini da Silva e um colega dele, ambos de 28 anos, foram vítimas de uma agressão nas proximidades da Estação Brigadeiro do Metrô, também na Avenida Paulista. Eles disseram à polícia que o ataque foi motivado por homofobia.No dia 25 de janeiro deste ano, um estudante de 27 anos afirmou que ele e um amigo foram vítimas de um ataque homofóbico na Rua Peixoto Gomide, quase na esquina com a Rua Frei Caneca, quando levou uma garrafada no olho direito.
No dia 23 de março, o ativista do movimento LGBT Guilherme Rodrigues, de 23 anos, foi agredido em um posto de combustível na esquina das ruas Augusta com Peixoto Gomide, também na região da Avenida Paulista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...